terça-feira, 7 de maio de 2013

Acreditar

Este post no Look a day fez-me pensar um pouco. Como testemunhei nos comentários do blog, houve um dia há uns anos em que tudo me parecia negro. Estava a atravessar uma fase muito complicada, sentia-me esgotada, desajeitada, gorda. E na altura trabalhava em Lisboa e apanhava transportes públicos. Apanhei o autocarro para o Cais do Sodré depois de um dia cheio de desalento no trabalho e fiz o percurso sob uma nuvem negra de depressão. Até que quando me vi no comboio rumo a casa percebi que não podia ficar naquele estado de depressão e fraca auto-estima. E fiz o discurso para elevar a auto-estima. Disse-me tudo, que era bonita, que o meu cabelo é espetacular, que posso ter uns quilos a mais mas tenho formas e sou jeitosa na mesma, que faço covinhas quando me rio, que sou generosa, que fui uma influência positiva nas pessoas da minha família, enfim... tudo o que me lembrei que fiz de bom, das minhas qualidades a vários níveis, e claro, atributos físicos que me lembrei. Revisitei velhos elogios que não tinha ligado importância e repeti-os até me cansar. Bajulei-me até à última. E quando cheguei à minha estação (numa viagem de 15 minutos sensivelmente) a nuvem negra dissipou-se e senti-me mais em paz. Sou um ser humano válido, como qualquer outro, mas toda a minha vida me esqueço disso, é mais fácil deixar-me inferiorizar. Nota mental: não deixar que isso aconteça outra vez.
Enfim, este discurso todo para me/nos lembrar que por vezes temos mesmo de reeducar o nosso cérebro. Depois de ler o dito post peguei numa folha no meu caderninho do coaching e decidi fazer uma curta lista de frases positivas que não me quero esquecer e que deveria repetir a mim mesma diariamente. Por exemplo, fiquei mesmo contente por ter terminado a ilustração do post anterior, mas logo de seguida pensei que deveria melhorar a minha técnica, que se calhar podia fazer algo melhor, enfim. Tive de fazer um esforço sobre-humano para me sentir contente por ter ultrapassado esta primeira barreira. Talvez para o ano já consiga fazer algo fenomenal para o dia da mãe, mas para já, é fenomenal que eu tenha começado. Nunca devemos subestimar o esforço que fazemos. E eu estou contente com o passo que dei esta semana. Fiz algo que já não fazia há anos, com o esforço e a entrega que já nem sabia que tinha em mim. E isso é muito importante. Vamos não nos esquecer disto. E se me ouvirem em discursos derrotistas da treta dou-vos autorização para me pregarem um calduço ou uma belinha para eu acordar para a vida.

8 comentários:

Sue disse...

Já dizia a publicidade... se eu não gostar de mim quem gostará? ;)

Analog Girl disse...

True story! :)
Temos de nos motivar. É tão fácil uma mulher perder a orientação...

A Mocha disse...

Desculpa a pergunta, mas o que é o "caderninho de coaching"? a parte do coaching... não estou familiarizada com isso.

De resto, a ilustração do dia da mãe esta um espectáculo! Transborda ternura. Tens de te lembrar sempre que, nestes trabalhos, não é a técnica que torna um trabalho fabuloso, é o que ele transmite às pessoas. :)

Analog Girl disse...

A Mocha, o caderninho do coaching é o caderno onde eu aponto todos os processos dos trabalhos que realizo com o apoio da Coach, mas também as coisas que pretendo fazer que me ajudem no meu desenvolvimento pessoal. Tudo o que eu me lembre que queira acrescentar aos meus projectos e a mim própria coloco lá. :)

Obrigada pelo teu comentário! E o que disseste é muito verdadeiro, não me quero esquecer. :)

Analog Girl disse...

Assino por baixo Nikki. Obrigada! :)

Ana Burmester Baptista disse...

È fácil e normalmente somos os primeiros a deitarmo-nos abaixo. Sei o que é isso, facilmente estou na m***a por me ter deixado ir. Mas gostei da tua técnica, das frases que não te queres esquecer, do bajulanço - que tão bem nos faz.
Fico contente por ver frutos desse coaching!!! (eu estou a fazer um e não vejo muito, mas pronto)

Analog Girl disse...

Milk woman, funcionou muito bem dessa vez, e acho que se nos concentrarmos mesmo com muita força sentimos as energias a mudar (às vezes olho para mim mesma no espelho enquanto falo de mim para mim).
Não sentes frutos do coaching? Mas começaste há muito tempo?
Eu iniciei as minhas sessões cheia de vontade mas depois tive uma fase em que parecia não conseguir produzir nada. Acho que funciona como uma aprendizagem diferente para cada pessoa...

Ana Burmester Baptista disse...

:D Eu conheço essa história de falar para o espelho!!
Na verdade só fiz duas sessões ainda, mas acho que ando meio a nadar. Não sei se os resultados devem ser imediatos ou não, mas também devem variar de pessoa para pessoa.
Bom fim de semana!