quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Night on the town



A "cidade nova" abriu as portas a uma noite mágica na nossa velha cidade de Lisboa, no velhinho e fabuloso Tivoli.
Conheci a Banda do mar por acaso numa notícia, em que o nome da Mallu Magalhães me saltou à vista e me prendeu a atenção. Desde aí a curiosidade deu lugar a um amor incondicional. Ouço o álbum vezes sem conta, perco-me nas vozes doces e melódicas da Mallu e do Marcelo Camelo, sem preferidas ou preteridas.
Quando descobri que eles viriam tocar não podia faltar ao concerto e ontem foi o dia. Com a melhor companhia possível, o meu pai e a minha irmã, tivémos uma perfeita noite em família, jantámos com calma, conversámos e rimos despreocupadamente como já não costuma acontecer, subimos a avenida da Liberdade a sentir o fresco da noite e as luzes da nossa saudosa cidade a aquecerem-nos a alma.

A banda é maravilhosa, para além das músicas do álbum, tanto o Marcelo como a Mallu cantaram músicas dos seus projectos a solo e encantaram o público, que vibrava com cada nota. A nota menos positiva foi para o som, não estava bom e mal ouvíamos a Mallu no meio das guitarras, mas isso não me impediu de cantar com ela. A alegria e o ambiente intimista tocaram-nos e gerou-se tanta alegria naquela sala de espetáculos que eles tiveram de voltar duas vezes ao palco. No final batíamos palmas de pé e acenávamos como se nos despedíssemos de amigos de longa data.

Tinha de o registar aqui para não me esquecer. Quando saímos de casa em stress para não perdermos pitada não fazíamos ideia do quão maravilhoso ia ser. E às vezes os pequenos nadas, programas simples a que nem damos demasiada importância, se tornam algo tão grande. Hoje estou a cair (ainda mais) de sono e tenho a garganta num estado lastimável, mas de coração cheio. E os ouvidos cheios de Banda do Mar, que não me cansa.

domingo, 18 de janeiro de 2015

Ano novo, casa nova - Inspiração, parte I

(imagem Design*Sponge)

Com o início do ano começaram também as mudanças. A poucos dias de me mudar de vez para a minha casa, vou refazendo os meus passos e apreciando cada vez mais o processo de decoração e organização do espaço. Se por um lado tenho um receio de depender apenas de mim, por outro vou mergulhando nesta liberdade e apreciando cada bocadinho deste passo que estou a dar. 
Tem sido extremamente libertador tomar todas as decisões sozinha. É um exercício curioso quando estamos habituados a pedir a opinião de alguém, e claro que devemos pedir sempre quando não temos certezas absolutas, mas em última instância, a decisão é apenas minha, e isso tem sido uma experiência e tanto.

E depois há a decoração. E nada me dá mais prazer do que decorar, modificar, reaproveitar, enfim... Os planos acumulam-se, mergulho de cabeça no Pinterest para procurar inspiração e motivação para os próximos passos e cada pormenor é pensado com muito amor e dedicação. 

Este fim-de-semana pintei o meu quarto. E a minha grande inspiração foi a foto que ilustra este post. Se eu já andava com ideias de ter uma parede de cor escura, esta imagem suprimiu-me as dúvidas e deu-me a certezas para avançar. E com tabuleiros de tinta, pincéis e rolos a secar na minha banheira, sinto que tomei a melhor decisão possível. A casa ganha forma aos poucos e começa a ter a minha cara. Isto é coisa para mudar a minha disposição mais depressiva do início do ano. Que se mantenha assim por mais algum tempo.

(conseguimos perceber por aqui que me deu uma pancada gigantesca pelo azul escuro...)


E com isto, é bem possível que nos próximos tempos os posts sejam maioritariamente sobre decoração e também sobre algumas ideias DIY para por em prática que vou querer partilhar. Claro, tudo a ver com a casa e a minha nova vida doméstica. Espero que se mantenham por aí. Boa semana!

sábado, 10 de janeiro de 2015

No ano dos hoverboards, eu viajo ao passado



Há livros que fazem sempre sentido. Tenho começado a ler muito mais este ano do que no ano passado. A minha lista de livros lidos em 2014 decresceu consideravelmente e este ano quero recuperar o fôlego e voltar a perder-me noutros mundos. Isto para além de também querer incrementar os meus conhecimentos, e aproveitei o facto de me ter oferecido um ipad para o encher de livros sobre variadíssimos temas que me interesso, sejam na minha área profissional, como alguns de culinária e nutrição, desenvolvimento pessoal, etc....

Mas estou a perder-me. Dizia eu que ando já a insistir nos meus hábitos de leitura este ano, leio na cama todos os dias, leio ao pequeno-almoço, enfim. Fico contente, porque neste aspecto estou a começar bem o ano.
Há dias, em arrumações, descobri enterrados numa estante os livros que fizeram a minha infância vibrar: A Floresta e o O cavaleiro da Dinamarca da Sophia de Mello Breyner Andresen. E não resisti e um dia desta semana resolvi pegar n' A Floresta e reler. E, como das outras 30 vezes que li este livro, perdi-me. 

Ler os livros da Sophia é uma verdadeira viagem ao passado. Quando leio as palavras dela deixo-me deambular nas memórias das leituras passadas, e lembro-me de uma maneira tão vívida e real como é ser criança. Porque os anos passam e as tarefas e o stress parecem ter-se ocupado de todo o meu tempo, parar e ler a Sophia fez-me lembrar como era sonhar, como era acreditar que realmente pudessem existir seres fantásticos e mistérios insondáveis no mundo. A maneira como ela descrevia os ambientes que rodeavam a história, pareciam conter outras histórias que ela não contava e ficavam ali à espera de serem desvendadas pelos jovens leitores, e acho que essa era a maior magia da escrita da Sophia. 

O seu mundo repercutia-se em todos os passos do meu crescimento, e em particular relembro as brincadeiras que eu e a N., a minha melhor amiga, inventávamos nos recreios. O pátio calcetado do colégio, as colunas da entrada da casa da D. Luísa, as plantas nos vasos e as árvores que nos rodeavam, os cogumelos que cresciam no tronco da árvore, tudo nos alimentava a imaginação e abrilhantava a nossa fantasia, de tempos idos, de histórias românticas e heroínas fortes, de amigas que, ao final de 26 anos ainda estão tão próximas e unidas como antes. 

Lembro-me como era fácil criarmos o nosso canal de tv, a TV Clic, como vivemos (e fugimos várias vezes) num orfanato ao género da Ana dos cabelos Ruivos, como viajámos até ao espaço e como fugíamos de situações arriscadas. Como desenhávamos os cenários das nossas brincadeiras, inventávamos publicidade em cartoons e como escrevíamos febrilmente na esperança de um dia termos livros publicados. E como esses sonhos pareciam tão fáceis.

Mais uma vez reforço, este ano não tenho resoluções, mas vou ter de criar espaço para me deixar levar, para criar novamente. Para me perder nos projectos que ficaram em suspenso e para procurar novos caminhos e lembrar-me simplesmente de sonhar como quando era criança e tudo era possível. E deixar-me levar pela loucura do processo criativo. Olhar para mim no passado, e se for preciso, chatear a N. para voltarmos a rir e a disparatar, que se reflecte nas melhores memórias e ideias de sempre.

E tudo isto após cinquenta ou setenta páginas de memórias perdidas.
Não há dúvida que o passado é a minha maior inspiração.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

2015 sê bom para mim

Não costumo ir naquele discurso de pedir que um ano/mês/evento/whatever venha a ser bom para mim. Acredito que fazemos a nossa sorte e a nossa força é construída a cada passo. No entanto os últimos tempos estão a ser mais desafiantes do que o normal e tenho mesmo de pedir que este ano me trate bem.

Como sabem, recentemente tomei decisões pessoais que afectaram profundamente a minha vida e a minha forma de ver as coisas. O meu Outono/Inverno foi do mais incomum que se viu, o espírito Natalício foi inexistente, e as perspectivas de ano novo não são muito diferentes. Estava tão cansada que apenas queria que 2014 terminasse para fechar as portas que tinham de ser fechadas. E ficará sempre gravado na minha memória como um ano inesquecível, de muita luta interna, de muitas questões, de algumas respostas que antes não sabia responder, e de novas perguntas que ficarão sem resolução. Mas estou grata, aprendi muito com 2014, mais do que em todos os outros juntos, e creio que estou mais forte e mais determinada que nunca para seguir o meu caminho. 

2015 não teve o começo mais auspicioso, não estou tão determinada a estabelecer novos objectivos e metas para o novo ano como costuma acontecer, e já tive algumas surpresas desagradáveis. Nada que não se resolva, no entanto, faz sempre parte.

Em 2015 esperam-me os maiores desafios, o enfrentar de medos nunca antes sentidos, e recuperar-me, que me perdi em tanta luta interna, tantos nervos e algum materialismo. Simplificar a minha vida, cimentar os laços familiares, fortalecer as amizades, procurar paz e estabilidade, é o que mais procuro. Preciso de encontrar espaço para respirar, mas não quero deixar de ser activa e fazer coisas diferentes e desafiantes. 

Fiz recentemente uma meditação guiada com o foco no novo ano e a determinada altura deveria surgir-nos uma palavra que seria o que mais teria de trabalhar, e a palavra que me surgiu do fundo do meu ser foi "Serenidade". E acho que faz todo o sentido. Tenho sonhado muito, trabalhado muito, construído alguma coisa, mas preciso da devida paz para compreender tudo o que conquistei, e levar-me para novos patamares.
Ando cheia de vontade de recomeçar onde fiquei e tenho mil e uma tarefas em mente, e novos projectos a desenharem-se entre sinapses, mas vou alimentando as ideias com calma e paciência, qualidades que nunca associo a mim e aos poucos acredito que chegarei onde quer que me esperam.

(imagem via)

Fica aqui o pensamento que tenho mais presente neste momento. Um passo de cada vez. 2015, por favor sê bom para mim, prometo que serei paciente contigo e farei com que cada dia conte. 
Um excelente ano para vocês que me lêem e espero que 2015 me traga mais regularidade e mais vontade de escrever no blog (não fiz as contas mas estou em crer que 2014 foi mesmo o ano mais fraquinho por aqui). Obrigada por estarem desse lado. 
Vamos a isso?