quarta-feira, 25 de abril de 2012

Fazer

Ando há cerca de um ano a perceber que o meu destino tem de mudar, que a minha capacidade criativa tem de ser reconhecida por mim e que tenho de lhe dar espaço e deixá-la acontecer. Ao longo deste ano olhei para tanta coisa e apeteceu-me tanta coisa que a minha cabeça não sabe por onde escolher. Em miúda queria ser escritora e desenhar as ilustrações das minhas histórias, depois descobri a costura, a decoração, a fotografia, o crochet, o feltro, apetece-me tudo e nunca me concentrei em nada. Bem, minto. A decoração de Natal integralmente projectada por mim não esteve nada mal.
Então o que acordei recentemente comigo mesma, e com o aval da minha psicóloga é precisamente fazer o que me vai dando prazer. Este blog existe para isso mesmo. Para me estimular e perder a vergonha de experimentar e para ir catalogando essas experiências, com mais ou menos sucesso, mais ou menos público. 
Por isso já publiquei aqui um texto, por isso coloco aqui esboços que me surgem, as experiências de costura, e acredito que com o passar do tempo terei aqui uma rica composição de influências de onde poderei vir a retirar ensinamentos e a tomar decisões.

Sinto uma grande evolução por simplesmente fazer coisas. Há tempos achava que tinha de fazer tudo a correr e chegar a todo o lado. E agora já não é bem assim, as coisas são para ir fazendo, uma de cada vez, consoante o gozo e prazer que me dêem. Talvez qualquer dia me levem a algum lado, e claro que tenho projectos que pretendo rentabilizar. Enquanto mais nada se passa, vou fazendo e vou evoluindo.
Como esta carteira com padrão Chevron feita por mim, com base neste tutorial. Ainda estou longe de criar algo perfeito, mas depois de conhecer a mecânica deste modelo já me imagino a recriá-lo com outros tecidos, aperfeiçoar o desenho, oferecê-la às minhas meninas, enfim... A satisfação de ter um projecto iniciado e terminado, ainda que imperfeito. Não caibo em mim de satisfeita.




quarta-feira, 18 de abril de 2012

Escrever

(post iniciado aqui)

A sala era alta, o tecto distava quatro ou cinco metros das tábuas do chão. Estas eram gastas e escurecidas pelo tempo. A velha senhora, de cabelo todo branco, vestida de preto, olhava-as pensativamente. Ocorreu-lhe subitamente que há muito que não se ajoelhava, não se sentava ou simplesmente tocava com a mão no velho chão. O pavimento de tábua corrida existia desde que se lembrava, aquelas mesmas tábuas, com os nós mais escuros aqui e além, desnivelados junto à porta, suavizados pelos passos dos anos.
Quanto tempo teria passado desde a última vez que sentira realmente o chão? Não se conseguia lembrar. Vivia ali há tantos anos, a sua infância, a sua adolescência, os casamentos dos irmãos e irmãs, o nascimento dos sobrinhos, dos sobrinhos-netos.
Lembrava-se vagamente de brincar com as crianças naquele pavimento mais velho que ela própria, mas não sabia quando fora.
Fazia-lhe confusão. A sua boa memória era o seu apanágio e de repente esta era posta à prova. E, que raio, o seu cérebro não lhe iria pregar mais partidas. Não se lembrava mais, mas isso não iria durar muito tempo. Não era à toa que lhe chamavam de teimosa.
Assim, determinada e corajosa como se sentia, deixou os trabalhos de tricô de lado e preparou os velhos joelhos. Deslizou suavemente da cadeira de baloiço, quando o joelho esquerdo se apoiou na carpete, o direito seguiu-o. A partir daí foi mais fácil.
De gatas, procurou a velha madeira rugosa do pavimento e tocou-a, seguiu-lhe os veios com a ponta dos dedos, a pele branca e delicada como papel, contra a aspereza do chão. Deitou-se. Um leve cheiro a pó e produto de limpeza desprendia-se da madeira. Sorriu. E espreguiçou-se. E deu uma gargalhada.

Coisinhas



Quando andei em redesign da Sequela ocorreram-me mil pequenas ideias que fui desenhando e com que me entretive longamente. Aqui ficam alguns resultados dessas brincadeiras.

sábado, 14 de abril de 2012

De volta

Depois de uma (esperemos que curta) pausa regresso ao blog com a resposta ao desafio da L., do blogue 1632 horas. Aqui vai qualquer coisinha:


Escrever 11 factos aleatórios sobre nós:

1. Sou a maior gulosa que existe. As amêndoas de Páscoa desapareceram num ápice
2. Equilibro-me bem em saltos altos, adoro-os e tenho alguns pares lindos, mas ando quase sempre de ténis (nem com dress-code no trabalho a coisa muda)
3. Acredito que a minha melhor qualidade é ser justa, quando me sinto injustiçada, o meu mundo colapsa
4. Adorava poder morar no campo
5. Sou viciada em leitura, tenho sempre de ter um livro na mesa-de-cabeceira e tenho de ler nem que sejam duas linhas diariamente
6. Em miúda adorava os filmes de aventuras (abençoados anos 80) e acalentava o sonho de poder viver uma aventura como via nos filmes, e tinha sempre a companhia do meu amigo G., que também adorava o género
7. Adoro ouvir histórias de fantasmas e do sobrenatural (até vejo aqueles programas da treta sobre médiuns e casas assombradas quando os apanho)
8. A minha viagem de sonho é ir ao Tibete
9. Ainda acredito que vou dar a volta à minha vida, que vou mudar radicalmente o meu percurso
10. Indecisa como sou em relação ao (praticamente tudo) meu futuro, percebi há pouco tempo que sempre quis contar histórias e ilustrá-las, o design foi uma tentativa de seguir esse caminho. Claro que não é a mesma coisa, mas transmitir algo através de uma imagem é fascinante. 
11. O tio Patinhas é a minha personagem de BD preferida de sempre, ou não adorasse eu aventuras. E fosse no geral uma rapariga poupadinha. :)

Responder às perguntas que foram propostas e criar 11 novas perguntas para os próximos bloggers.

1. Idade? 29 quase 30
2. Profissão? Designer gráfica
3. Profissão desejada na infância? Fazer desenhos animados na Disney
4. Habilidades/Hobbies? Um pouco de tudo, mas com uma frequência assustadoramente fraca, costura, desenho, pintura, escrita...
5. Com quem vives? Com o meu namorado, o meu amor, o P. :)
6. Cidade portuguesa favorita? Estou indecisa, acho que amo Lisboa e o Porto em medidas iguais...
7. E estrangeira? Mais uma indecisão, New York e Florença. Apaixonei-me.
8.Género de música? Soul e R n' B
9. Bebida favorita? Água, sempre
10. Razão para a criação do blogue? Este, muito especificamente, para me motivar a fazer algo mais, começou com o bichinho da ilustração, passou pela costura e crafts, por um desafio fotográfico e vamos a ver para onde se dirige a seguir...
11. Sonho? Desenvolver os muitos projectos inacabados na minha cabeça. 

As minhas perguntas: 
1. Consideras-te optimista ou pessimista?
2. Qual o teu maior guilty pleasure?
3. Série preferida do momento?
4. Livro(s) preferido(s)?
5. Qual a tua viagem de sonho?
6. Qual o teu herói? 
7. Comida preferida?
8. Se pudesses conhecer uma personagem histórica, quem escolherias?
9. Se pudesses fazer uma loucura agora, qual seria?
10. Qual a tua história infantil preferida e porquê?
11. Qual o teu hábito preferido em férias?

Escolher as próximas pessoas e colocar o link:
Café Tropical 
Vamos por partes