quinta-feira, 30 de março de 2017

Switch off

Andava eu lançada com os posts e depois isto volta a morrer na praia. Não tenho mesmo feitio para postar de forma muito regular, mas acho que já todos percebemos isso. Isto é consoante a disposição.

Este mês está a ser complicado a vários níveis, e apesar de tentar manter uma atitude positiva, as hormonas e a falta de sono estão a desestabilizar tudo o que cuidadosamente construí ao longo do ano passado. Durmo 4 ou 5 horas por noite, no máximo, a barriga pesa e cresce, acordo com dores no corpo, a falta de sono aumenta a fome, como mais doces para compensar algumas falhas emocionais, insulto todos no trânsito (e não só), não tenho paciência para as pessoas e desconfio que também já não têm grande pachorra para mim. As arritmias agravam-se todos os dias. Aumentei dramaticamente de peso neste mês. Percebo portanto que estou a entrar num estado um bocado descontrolado. Preciso de um time-out. Abrandar.

Por isso vamos recomeçar devagar. 

Controlar os desejos maníacos por doces, comer bem, alimentar o meu corpo e a alma. Respirar devagar, porque nesta altura é tão fácil ficar ofegante. Os dias mais longos chegaram e há que começar a dar uso aos ténis e à praia tão próxima de mim para as caminhadas e os passeios que tanto desejo. Ler muito. Ler é a minha cura para tudo.
Quero preparar a chegada do bebé com calma e aproveitar cada segundo desta fase. Em breve ele estará cá fora e aí vai ser tramado escrever regularmente no blog.
Ele está bem e é o que mais interessa. Mas quero ficar bem para ele também. E para mim, que mereço.

Volto em breve com as minhas histórias, quero tanto escrever!
Para já, não estranhem, vou devagarinho.

terça-feira, 14 de março de 2017

5 coisas que... epá não



Esta coisa de estar grávida faz-me pensar nos registos desta fase, e a querer concretizar alguns desejos para aproveitar a barriga e esta fase bonita, e tirar maior partido de quando a criança nascer e assim… Mas vá, com alguns limites. Há coisas que não me imagino a fazer nem que a vaca tussa. E isto não é uma crítica a quem faz, mas são pequenas coisas que não têm nada a ver comigo e não tenciono fazer de todo. 
E aqui abaixo segue as 5 coisas que não quero fazer na gravidez/pós-parto. 

1- Sessão fotográfica semi despida. Gosto muito da minha barriga e tenho orgulho dela, mesmo que esteja enorme, mas… não quero de todo tirar fotos em biquini ou algo parecido. Claro que vou querer fazer uma sessão de fotos de grávida, e eventualmente talvez mostre alguma pele mas… epá não sei, não é para mim. O mesmo se aplica ao pai da criança. Há fotos sexy do casal com a mulher grávida sim senhora (esta é uma delas, para mim, mas convenhamos, eu não sou a Carolina), mas acho que não é a minha cena. Ou se o fizer ficam bem guardadas apenas e somente para meu gáudio pessoal. Já vi coisas medonhas por aí, é tão fácil resvalar para o mau gosto.

2- Pintar a barriga para eventos, fotos, etc.. Pois, não quero mesmo, não tolero de forma alguma. Nem moldes de gesso, já os vi à venda em supermercados (nem tinha onde guardar aquilo em casa). Na minha barriga só creme gordo, obrigada.

3- Voltando às sessões fotográficas, não quero nada em estúdio, com sapatinhos, letras, corações com as mãos, o nome da criança, whatever. A criança ainda não tem nome e tanto quanto sei até posso mudar de ideias quando o conhecer, por isso, quero a cena o mais neutra possível e vá… uma sessão de grávida até é capaz de ser mais sobre a mãe (e o pai) do que sobre a criança. Ou não, mas pronto, na minha óptica não concebo. 

4- Falar em nome dele. Não me estou a ver a mandar mensagem tipo para a família quando a criança chegar a este mundo ao melhor estilo “Sou o …. Nasci com xx kgs às tantas horas de parto natural. Eu e a minha mamã estamos bem… yadda yadda yadda”. Não. Não é a minha cena. Talvez aconteça uma derrapagem qualquer do estilo “olá tia” para a minha irmã, para a minha cunhada ou assim, mas nada mais significativo que isso. Se quando fizer um ano eu escrever o convite em nome dele autorizo quem quer que seja a esbofetear-me.

5- Por último, e para mim, um autêntico flagelo, fotos de recém-nascido ao estilo Anne Geddes são completamente postas de parte. Nada de decorar o bebé, enfiá-lo em baldes, obrigá-lo a apoiar a cabeça nas mãos, deitá-lo em tapetes de pêlo. Não consigo, acho horrível. Quero fotos naturais. Eventualmente gostaria de fazer uma sessão pós-parto com aqueles momentos mágicos do começo e claro, na intimidade do lar, umas fotos deste ou deste género. De resto quero as básicas do dia-a-dia, sem artifícios nem encenações.

E pronto, é isto. Sinto-me tão aliviada. Peço desculpa se ofendi alguém que fez qualquer uma destas coisas ou se acha piada, mas eu tenho de ser honesta e não gosto mesmo. Cada um com a sua mania. 

segunda-feira, 13 de março de 2017

Coisas minhas

(Foto: unsplash)


É engraçado como há peças da vida que se encaixam de forma tão curiosa. Por vezes parece que as coisas acontecem de propósito. 

Há dias cheguei à conclusão que por vezes me sinto abatida e triste porque deixei de apreciar as coisas boas, aquelas por que estou grata. Por vezes olho para tudo como se fosse um problema e fico a remoer sem necessidade. Ando a tratar de afastar esses pensamentos e fazer por me lembrar que a gratidão tem muita razão de existir. E há sempre coisas que fortalecem essas decisões por vezes tímidas.

A semana passada, para além de perder a minha avó, perdi também uma oportunidade. Bem, na verdade ninguém me garantiu que teria essa oportunidade, mas era algo em vista, que poderia ou não arrancar. Pois que arrancou e eu não fui considerada. Senti-me um pouco rejeitada e desvalorizada, e não são sentimentos fáceis de lidar. 
Especialmente quando se percebe que se fez um esforço e ninguém viu, quando uma pessoa cria expectativas de que aquilo seria ideal e bom, especialmente quando sentimos que é injusto. 

No entanto tive de erguer a cabeça e repensar. Queria mesmo esta oportunidade? Queria mesmo seguir este caminho? Não seria dar passos atrás? 
Percebi que se este caminho se tivesse aberto à minha frente que me iria suscitar mais dúvidas que garantias, mais cansaço do que conforto. E eu já passei o suficiente para não querer voltar a agitar as coisas da maneira errada. 

Percebi também que percorri grande parte da minha vida pessoal e profissional sem um objectivo de maior (e não há nada de mal nisso, “nem todos os que vagueiam estão perdidos”, já dizia o nosso amigo Tolkien), sem ambições específicas sem ser de trabalhar honestamente, ter uma vida minimamente cheia de experiências pessoais, viagens, a busca de uma família, o criar uma casa confortável, ler livros que gosto, investigar assuntos de interesse… E acho que o tenho feito até agora. Ainda não fiz tudo, mas também não queria conquistar tudo agora. 

E percebi que nem todas as oportunidades de fazer coisas diferentes são feitas à minha medida. Já tinha aprendido isto, e também a aceitar quando assim o é. E esta é claramente uma situação dessas.

Não estou assim tão longe dos objectivos que imaginei para a minha vida. É claro que quero mais. Este ano tenho recuperado uma vontade cada vez maior de sonhar e produzir. Voltei a escrever aqui, pinto e desenho mais. Escrevo mais. Sinto que atingi alguns bons patamares, culminando mesmo nesta gravidez tão desejada. A partir daqui se calhar posso ser mais ambiciosa e criteriosa. Já conquistei tanta coisa, talvez pouco palpável, mas que interessa tanto, que a partir de agora sinto que vou mesmo começar a lucrar.

E, passado o sentimento de frustração, a verdade é que fico aliviada. Posso libertar-me de algumas amarras que me seguravam, posso olhar mais genuinamente para o futuro, posso descortinar outras oportunidades e agarrar-me a elas com outra força, mais confiança e mais consciência. Sinto que muitos dos passos que dei eram mesmo para me trazer até aqui, para me trazer de volta a mim.

A minha palavra do ano faz cada dia mais sentido, encaixa perfeitamente em tudo o que tenho vivido, dá-me fé no que aí vem. E ter noção disto é absolutamente fantástico. 

domingo, 12 de março de 2017


E para animar um pouco o domingo...

sábado, 11 de março de 2017

"Quem parte, fica..."

"...Nos corações dos que a amavam, da família, dos amigos…" Ficaram-me estas palavras do padre, uma cerimónia bonita e tranquila, num dia de sol, quando nos despedimos dela.
A semana começou em paz no entanto virou rapidamente um turbilhão de emoções. A minha avó morreu. A minha avó Nazaré. 

Uma pessoa que parecia tão frágil e que superou tanto. Que nos enganou a todos, que nos fez acreditar que era mais forte do que aparentava e que por isso a julgávamos invencível. E, na passada terça feira, acordámos para uma realidade sem ela. A realidade em que ela não acordou. Ela estava bem, em paz finalmente, sem dores nem limitações. Nós nem por isso.

A minha relação com a avó Nazaré teve altos e baixos. Ela desafiava-me. Não se continha em críticas e opiniões. Era dura e não escondia o que sentia. E se vezes houve em que senti que não correspondia aos padrões dela, a verdade é que quando cresci, era visível o orgulho e respeito que ela tinha por mim. Não diria que a nossa relação era a mais especial, mas era nossa, com as suas particularidades e especificidades. Ela ensinou-me muito sobre a vida, e uma das maiores lições que tiro da minha convivência com ela, é que somos apenas humanos, que temos fraquezas, e que ser adulto não significa fazer tudo bem, mas que temos de nos aceitar e às nossas limitações. E está tudo bem. Há amor nos nossos actos e isso é que conta. É isso que fica. 

A minha relação com ela ajudou-me a definir quem sou de muitas formas. E estou tão tão grata por a ter tido na minha vida que não tenho palavras. As saudades sufocam e agora tenho de viver com elas e com memórias e histórias. Fazer por não me esquecer da suavidade da sua pele perfeita, das unhas impecavelmente pintadas e arranjadas, do seu cheiro e da vivacidade no olhar, que nunca desapareceu. 

Perdê-la foi um golpe muito duro. Nestes dias, encarar a realidade sem ela, pontuada por inúmeros carinhos e festas na minha barriga e desejos de felicidades e uma hora pequenina foi dos momentos mais estranhos que já vivi. Não compreendo ainda o conceito de dar-lhe um bisneto, aquele que ela acreditava que ia ser o primeiro mas afinal seria o quarto, e ela não estar cá para o conhecer quando nascer. É algo que ainda não assimilei, mas terei de aceitar. Será mais uma avó sobre quem contar histórias. Que partiu, mas deixou tanto, e ficará para sempre comigo.

sábado, 4 de março de 2017

Morning walk

Não sou das pessoas de passar a vida na rua, gosto da minha casa, do meu canto, e as minhas manhãs de fim-de-semana são passadas na preguiça, mas hoje precisei de calçar os ténis e fazer-me à estrada, pôr quilómetros atrás de mim. Viver perto da praia é o meu maior privilégio, de vez em quando tiro estes momentos de mim para mim, sozinha com os pensamentos e consigo fazer o reboot ao cérebro. 

E foi tudo que precisava. Inclusive molhei os pés na água gelada. Vi cães a brincar uns com os outros, surfistas a prepararem-se para ir para o mar, o dia a começar preguiçoso, e depois mais e mais pessoas a chegar e eu já estava pronta para partir. Um começo calmo e inesperado para um fim-de-semana prolongado.
Não resisti a tirar algumas fotos com o telemóvel e partilhá-las convosco.
Que seja um fim-de-semana calmo e que o sol continue a brilhar inesperadamente. 








quinta-feira, 2 de março de 2017

5 razões que fazem do tio Patinhas um dos meus heróis

Março é para mim um mês de gastos. É o mês com mais aniversários na família, e daqueles a quem tenho mesmo de dar presentes. Este ano não é excepção, especialmente se ainda somarmos às loucuras do costume as consultas e ecografias e ainda uma despesa fofinha de obras no prédio. Isto de ser adulto e gerir as complicações monetárias não é fácil. 

Mas eu sempre fui uma rapariga dada às poupanças e no meio do caos que por vezes se instala, arranjo sempre espaço para guardar algum dinheiro, gerir gastos, e planos B para tudo. Não é por acaso que o tio Patinhas sempre foi um dos meus heróis e exemplos a seguir em muitas coisas. E é sobre ele que quero falar, porque ainda hoje gosto de assumir que o tio Patinhas é um dos meus heróis de infância, e que se mantém até ao presente. Há muito que queria escrever um post sobre o assunto, e finalmente cheguei lá.





Pondo de parte as minhas divagações infantis, em que acreditava que iria conseguir mergulhar no dinheiro como ele se guardasse moedas suficientes para encher, vá, uma banheira, eu acho mesmo que o velho sovina é um exemplo a seguir. 

Para além das dicas de poupança (como usar a mesma saqueta de chá várias vezes, não levar a carteira para alguém pagar por nós, etc. :D), há uma série de outras preciosas lições que podemos aprender com ele. 


(desenhos do fantástico Carl Barks, o "pai" do tio Patinhas, que obviamente venero e a quem estou eternamente grata pela criação de uma das personagens mais amadas de sempre da Disney)

1- Nunca é tarde demais para perseguir tesouros - ou sonhos. Se há coisa que o tio Patinhas me ensina é que não há idade fixa para se viver uma aventura, procurar um tesouro enterrado, aprender mais. Mantém-se sempre curioso e interessado e disposto a arriscar, e isso inclusive parece trazer-lhe mais genica e energia. É algo que devemos ter em conta em tudo na nossa vida.

2- Defende o que é seu com unhas e dentes - Não interessa se está a proteger a caixa-forte de um ataque dos metralhas com o canhão a postos, o tiozinho nunca de distrai do que é importante para si e não deixa as suas conquistas em mãos alheias. 

3- Dá valor às pequenas coisas - Guarda a primeira moeda que ganhou como um tesouro, um símbolo do seu passado sofrido, para que nunca se esqueça de onde veio e o caminho que percorreu. Não que as suas origens humildes estejam presentes em todas as suas acções (na verdade, houve episódios de fraqueza em que se achava acima dos outros, mas ainda gosto mais dele por isso), no entanto acaba por dar a mão à palmatória e a relembrar as coisas verdadeiramente importantes da vida.

4- Admite que estava errado - Perdi a conta às histórias do tio Patinhas em que deixa a ganância falar mais alto para perceber que no fim o que realmente valoriza na vida são os prazeres mais simples. Especialmente nas histórias da Vovó Donalda, que consegue sempre vergá-lo em nome da razão e perdoa o pato arrependido como uma verdadeira avó.

5- Conquistou a sua fortuna por si próprio - Há lá coisa mais valiosa do que subir a próprio custo, sem ajudas, sem heranças, com os recursos que se cria? E acima de tudo, com honestidade. É uma das facetas mais admiráveis do tio Patinhas, e foi sempre um valor pelo que me guio ainda nos dias de hoje. Não que vá enriquecer nos tempos mais próximos, mas sempre me fez acreditar que o esforço compensa, e que chegamos aos nossos objectivos se não tivermos medo de experimentar, de inovar, de explorar novas soluções. E de nos mantermos honestos, com os outros e especialmente, para connosco próprios.

Digam lá se já tinham pensado nisto antes? 

quarta-feira, 1 de março de 2017

A menina quer


Não quero que o blog se torne uma montra de coisas relacionadas com a maternidade e bebés (até porque na verdade... não penso muito nisso ainda), mas recebi a newsletter da Zara Home a semana passada e... opá, eu derreto-me com isto. Levava já tudo para casa, não interessa se é menino ou menina.