quinta-feira, 23 de julho de 2015

Stop, Breathe and Think

Os dias andam difíceis. Parece que a vida faz de propósito, e quando estamos prestes a abrandar o ritmo, ela põe-nos à prova. Tenho tido a semana mais surreal dos últimos tempos e ando a condensar uma quantidade insana de trabalho nestes dias para conseguir ir de férias na próxima semana sem complicações ou coisas penduradas. O meu cérebro está prestes a implodir, mas vou fazendo o meu melhor para aguentar e repito baixinho para mim mesma "já só faltam 2 dias". Já nem suspiro por sexta feira porque não sei se não terei de trabalhar no fim-de-semana, mas tento levar um dia de cada vez e manter a sanidade mental a cada minuto que passa.

Não há dúvida que o que me tem ajudado tem sido a meditação, aqueles momentos, ainda que escassos e curtos, em que me deixo guiar por uma voz tranquila (sim, ando numa de meditação guiada, sozinha ainda está complicado) e deixo a mente perder-se suavemente em pequenos nadas que me recarregam as energias.

Há tempos, já não sei como, tropecei nesta app, e mal a comecei a experimentar, fiquei agarrada. Tem um funcionamento muito simples, o que ajuda nestas coisas. Dêm uma espreitadela...


No ecrã principal temos todas as opções que a app nos proporciona, a primeira, fazermos uma avaliação de como nos sentimos, seguido de dicas para aprender a meditar, uma lista de meditações gravadas, e por fim, o nosso progresso pessoal.





Pessoalmente adoro fazer o "check-in", mesmo que não vá meditar a seguir. A app dá-nos 10 segundos para fecharmos os olhos e pensarmos em como nos sentimos. Depois de dizermos como nos sentimos mental e fisicamente, temos uma lista de sentimentos, dos quais escolhemos cinco. Com base nessas escolhas, a app cria uma lista das meditações mais adequadas.

E depois é só escolher uma ou mais e deixar-nos levar. Temos uma voz de uma rapariga algo monocórdica mas que nos leva rapidamente a um estado de relaxamento e sossego, ajuda-nos a criar imagens mentais e vivermos no momento, naquele momento específico.



Podemos sempre consultar o nosso progresso pessoal, inclusive ganhamos stickers das pequenas conquistas que vamos fazendo: a primeira meditação, meditar antes das 8h da manhã, depois das 21h, duas meditações de seguida, meditar vários dias de seguida, enfim, um largo número de opções para nos manter motivados. Eu confesso que o meu ritmo é de duas ou três vezes por semana, por isso não tenho uma colecção de cromos lá muito grande, mas só o facto de ter a app a ajudar-me a manter um ritmo já é qualquer coisa. E a verdade é que vai fazendo a diferença no meu dia-a-dia.

E vocês, usam ou conhecem mais apps do género? Melhores que esta? Alguma recomendação?

quarta-feira, 22 de julho de 2015

O dia em que me voltei a ver de fato-de-banho numa fotografia

A semana passada tive uma tarde livre com os meus colegas e estivémos na praia e piscina. Tiraram-se muitas fotos, e provavelmente foi o teambuilding mais memorável que já tivémos. No meio dessas fotos apareço eu em fato-de-banho (aliás, entretanto apareceram umas no facebook sem eu dar conta - coisa que não permito normalmente-, mas fiquei tão agradavelmente surpreendida que nem contestei... enfim, já lá vamos). Ora no ano passado eu perdi 6 quilos, este ano já recuperei 2 e autoflagelei-me mentalmente, até porque ainda faltam mais uns 7 ou 8 para chegar ao objectivo que pretendo.
Já perdi a conta às vezes que devia fazer dieta, que devia ter atenção ao que como, enfim, sou daquelas que passou a vida inteira a lamentar não ter um rabo com dois números abaixo. E a verdade é que preciso de perder esse peso, mas como faço tanto exercício físico e o meu corpo responde tão bem a esse estímulo, ando mais descontraída e não me tenho privado de nada (ter só engordado 2 quilos é uma sorte).

Mas eu vi-me de fato-de-banho, vi-me de calções naquelas fotos e que posso eu dizer? 
Quando me vi, de fora de mim mesma, eu parecia aquelas raparigas plus-size (mas ainda assim, não demasiado), que dominam a cena. Eu não reconheci aquela analog que há 6 ou 7 anos atrás deixou que lhe tirassem fotos em bikini e estava acanhada e tímida e não gostou de se ver. Não sei se é de estar nos trintas e me estar nas tintas (pun intended), ou do exercício ou de ter feito as pazes com aquilo que não posso contrariar (tenho uma dificuldade gigante em emagrecer, sou daquelas que engorda com o ar e com o stress), mas o meu corpo, estando mais ou menos cheio, inchado, pesado, é o meu corpo. E eu gosto dele. E pela primeira vez percebi que isso é mesmo verdade. Eu ainda sou jovem, capaz, tenho pernas fortes que me fazem correr e andar, uma boa pele, um cabelo ainda melhor, e tenho curvas que estão todas no sítio certo. Portanto mesmo não gostando de ver aquelas gordurinhas em excesso, não me posso queixar. De todo.
Sim, deveria perder peso e vou ter de tratar disso, nem que seja porque um dia vou querer engravidar, e não quero estar demasiado fora de forma para poder entrar numa situação de risco.
Mas percebi que mesmo com um olho crítico, eu gosto de mim e do meu corpo. E percebi que no fundo, sempre gostei e sempre me senti confortável nele, ou não estaria à vontade de fato-de-banho em frente às pessoas. Não é maravilhoso descobrir isto?

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Sem título porque às vezes não há título possível

Andava eu a pensar que não tenho muito jeito para inventar nomes e alcunhas fofinhas para as pessoas, especialmente porque recentemente me deram uma alcunha deliciosa que não quero largar nunca mais, quando me deu um baque espacio-temporal e lembrei-me dos tempos em que a minha irmã era um bebé, e eu e a minha mãe cantávamos músicas tontas com nomes tontos que lhe dávamos. A minha mãe era a perita em inventar as alcunhas que ficaram ao longo do tempo. 

E as memórias transbordaram, lembrei-me de tudo, de quando dizíamos que ela tinha "narizinho de um gato" (porque em bebé ela quase não tinha cana do nariz e tinha uma bolinha rosadinha amorosa no meio da cara), e palavras como "picotinho" e "tachaloco" faziam parte do nosso vocabulário. 

E bateu uma saudade forte desse tempo em que dizemos as coisas parvas porque podemos, porque somos uma famíla unida e forte, que esquecemos que aquilo parece totó. Há coisas que não me atrevo a repetir nos dias que correm (especialmente as cantilenas) porque admito que tenho vergonha, mas se prestar atenção, ainda ouço a voz da minha mãe na minha cabeça, vejo-a a sorrir com as parvoíces, lembro-me de fazer a minha irmã tão pequena gargalhar, lembro-me de nos rirmos com o meu pai porque ele não tinha jeito para estas parvoíces. O peito enche-se de alegria e de tantas memórias boas. 

Isto é raro, não acontece todos os dias. Espero um dia formar uma famíla em que estes momentos tontos façam parte do dia-a-dia. É tão bom!

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Crónica de uma madrugadora acidental

Acordar às 5h30 da manhã sem despertador nem sono. Dar mil voltas na cama e decidir levantar-me porque tenho fome e mais vale fazer algo de útil em vez de ficar na ronha.

Tomar o pequeno-almoço às 6h15.

Passar a vista pelas redes sociais, e-mail, e por um mini-curso que subscrevi na net e pensar que não me é nada útil. Mas ainda assim tem umas ideias e recursos giros que acabam por valer a pena (sou só eu que acho estes cursos na net por vezes demasiado ocos e repetitivos? Nem toda a gente sabe fazê-los é o que é...).

Meditar um pouco.

Fazer a cama e arrumar o que estava desarrumado.

Tomar banho sem pressas, escolher a roupa, mudar de roupa...

Sair nas calmas, sem me esquecer de nada.

Chegar cedo ao trabalho.

Sentir que o dia já vai longo e ainda mal começou.

Agora já tenho sono.

Estou tramada.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Daqui a 3 semanas certinhas...

... estou de partida para o sul. Depois de anos de ausência (ou de estadias tão curtas que nem dão para me sentir em férias), vou voltar a passar uns dias no Algarve. Mal posso esperar para estar por lá a curtir o calor, aquele ambiente de pura descontracção veraneante e a preocupação do dia ser apenas a que praia irei. Já não tenho uns dias assim há algum tempo, e, se bem que pude viajar para sítios fantásticos nos últimos tempos, as férias "tradicionais" lá em baixo também já me faziam falta. 

A contagem decrescente já começou e não consigo pensar noutra coisa.

(imagem via Pinterest)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Dia de ser outra coisa qualquer

Há dias assim, em que só apetece fugir à realidade, dias em que o meu computador, o escritório, o meu trabalho, o meu eu profissional não são mais do que meros cenários compostos de adereços ocos e eu uma personagem com a profundidade de uma poça na praia. 

Eu antes era sempre assim, desligava-me, perdia a ligação ao que se passava para me encontrar em mundos fantasiados, em enredos complexos e em identidades tão díspares da minha. Agora esses episódios são menos frequentes. Por vezes sinto que isso significa que me acomodei à vidinha normal, que estou quebrada e rendida à realidade. 

Mas depois relembro que a minha realidade em tempos foi um sonho. Que eu conquistei. Claro que nem tudo aconteceu como eu planeei, mas dá muito mais gozo aprender com o inesperado, e descobri que também já não preciso de recomeçar do zero para poder sentir que ando para a frente.

Não fujo, não porque estou acomodada, mas porque me viciei neste processo, porque a realidade, construída de sonhos, me ajuda a construir outros.

Mas hoje, só hoje, apetecia-me. Perder-me em mundos inventados, criar uma nova identidade, deixar a realidade em suspenso só um bocadinho. Pela primeira vez em muito tempo estou com a segunda-feira entalada e só me apetece estar longe. Apetecia-me criar um mundo à parte e hoje estar por lá. 
Como o da Kirsty. Já falei dela antes e continuo a maravilhar-me com este mundo. Ela sim, perdeu-se num mundo de fantasia e partilha-o todos os dias com toda a gente. Agora que sei que ela está a preparar finalmente o livro, mal posso esperar por me perder, perdão, encontrar... por lá.


Boa semana

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Birthday Girl, 33rd edition

Acordei muito cedo com aquela melancolia dos aniversários, a pensar na minha mãe e para onde vai o tempo. Vagueei pelos meus álbuns de fotos de bebé e as vezes parece-me incrível que tenha tido aquele tamanho, e ainda me lembro tão bem de ser pequena. 



Pronto, os 33 estão aqui. Eu sei que ando a falar demasiado do meu aniversário este ano, mas esta ainda é uma idade que me dá alguma desconfiança, como se não soubesse o que esperar daqui. Este é o último post sobre o assunto.
A verdade é que o post anterior me fez pensar que percorri um longo caminho, ainda que tenha sido "só" neste pequeno cérebro.

Portanto decidi que depois de tanto tempo em cuidadosos processos mentais, que deveria desafiar-me a conquistar novas metas, por pequenas que sejam, por insignificantes que pareçam.

Então fica aqui o meu compromisso de que...

1 -  Vou voltar a estudar (este é uma batota daquelas, já estou inscrita num curso há duas semanas, a começar em Setembro - dois meses em que o ritmo vai ser louco - espero ter maturidade para isto).

2 - Vou atinar com gastos e excessos alimentares, tenho de me organizar melhor no que toca à alimentação e comer comida (ainda) mais saudável. Gelado não é refeição, não aos 33. :P

3 - Vou arrumar o meu roupeiro, mas desta vez a sério. Fazer uma boa escolha, reduzir quantidades de tralha, saber onde está tudo e não ter roupa amontoada e mal dobrada nas gavetas.

4 -  Vou ler mais, mas mesmo muito mais.

5 - Vou continuar a gostar de mim (muito importante é difícil de manter, mas nada como fazer por isso todos os dias).

6 - Vou não me levar tão a sério, que isto tem mais piada quando estou descontraída.

7 - Vou continuar a fazer exercício, a meditar e vou voltar a fazer yoga, nem que seja em casa sozinha a fazer tudo mal.

8 - Vou viajar, nem que seja na maionese, estou a precisar de explorar novos cenários.

9 - Vou escrever no meu diário.

10 - Vou amar a vida e os meus e dizer-lhes isso muitas vezes, porque a vida é curta e se eu pestanejar já estou nos 34.

Termino apenas com este pensamento... Hoje quando dei conta, percebi que já tenho tudo aquilo que poderia desejar. Estou tremendamente feliz e de cabeça limpa. 

Claro que há sonhos a concretizar e  objectivos a perseguir, mas neste momento, sinto que conquistei o que mais queria. Que pensamento tão diferente de há um ano atrás. Os 32 permitiram-me chegar aqui tranquila e feliz. Que os 33 consolidem toda esta construção.
E com isto fecho este enjôo de posts sobre o meu aniversário.
Vou comer bolo!

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Um ano e meio ano

Segundo me disse uma ex-colega que faz hoje anos, o dia 2 de Julho é a metade exacta do ano. Não fiz as contas, mas vou acreditar nela. E como também é véspera dos meus 33 anos, acho que é uma bela desculpa para olhar para trás e fazer uma retrospectiva do último ano, e da primeira metade deste.


Sinto que me mexi muito pouco este ano. Tenho estado mais recolhida, mais calma, o meu foco tem sido em mim. Cada decisão tem sido tomada com muita calma e muita ponderação, agora que vivo sozinha (provavelmente a maior coisa que me aconteceu até agora, e provavelmente ainda será o grande destaque do ano inteiro) tenho muito mais tempo para pensar, para bater com a cabeça nas paredes e para crescer.

Há um ano atrás, precisamente neste dia recordo-me de estar num estado de inquietação. Por um lado os 32 aliciavam-me e pareciam-me que podia ser das melhores idades da minha vida (ou não fosse eu mais amiga de números pares), por outro sentia-me triste, desligada da realidade, como se estivesse a viver a vida de alguém estranho. Foi aos 32 que tomei uma decisão crucial na minha vida. Foi difícil, deparei-me com obstáculos que não tinha pensado, mas também descobri como é ter uma certeza tão forte de que se está a tomar a decisão certa, que consegui ver tudo com mais clareza. Foi um processo inesquecível, cheio de altos e baixos, que me mudou profundamente.
Com isto tudo aprendi a confiar mais em mim. 

Agora estou pronta para o resto da minha vida. Muitos medos ficaram para trás e descobri até onde tive de e consegui ser forte. E aprendi tantas lições pelo caminho, que mesmo que esteja a ter um ano mais parado a nível de produtividade e projectos novos, sinto que estou a fazer um longo e sólido percurso.

Depois de muita ponderação decidi deixar de contrariar aquilo que não posso mudar e aceitar a vida como ela é. Ando mesmo a conseguir rejeitar alguns pensamentos negativos e transformá-los em algo positivo, a combater a minha fraca auto-estima e a perceber que não ganho nada em ficar revoltada com as coisas, mais vale lidar com aquilo que elas são e não desejar que fosse tudo diferente. Comecei a meditar com mais frequência e sinto que fez toda a diferença.

Aprendi a gostar mais de mim, a valorizar o que faço e a aceitar os meus limites. Ninguém a não ser eu espera que eu seja a super-mulher, por isso decidi começar a abrandar o ritmo. Uma coisa de cada vez e tudo com a maior calma possível. E consegue-se superar barreiras e atingir objectivos. 

E com isto fecho este capítulo de um dos anos mais ricos de sempre, e que venham os 33!