segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Anatomia de uma festa de aniversário.


Vou ser sincera, não sei mesmo como consegui por a uma festa de anos a andar. Bem, até sei, fui mesmo organizadinha e o mais essencial, tive ajuda, que mesmo com percalços pelo meio, atrasos, esquecimentos e breves desorientações, idas e vindas, esteve sempre lá a ajudar-me a por a festa de pé. Quando chegaram os primeiros convidados (os avós e tia), estávamos ainda a comer pizza que encomendámos para o espaço da festa e só tínhamos meia mesa posta, mas a coisa foi-se compondo. E agora que me começo a afastar da loucura do último fim-de-semana é que percebo que a coisa até correu lindamente e, atrever-me-ei a dizê-lo?, foi um sucesso.

A verdade é que me lancei numa empreitada doida. Queria uma festa como imaginava, com uma imagem bonita (defeito profissional, desculpem lá), que pudesse reproduzir na festa e queria fazer eu as coisas e a comida. Estava morta pela oportunidade de fazer um pequeno projecto e quis muito agarrar esta oportunidade. Só tenho uma oportunidade para o primeiro ano de um filho…
Passo um...Location, location, location!
A primeira coisa que tinha em mente era o espaço da festa. Uma amiga minha fez duas festas para o filho dela por aqui e eu apaixonei-me. Para além do espaço ser lindo, é próximo de casa, temos uma liberdade total para usar coisas, para reorganizar e decorar ao nosso gosto, tem uma mesa óptima e espaçosa, louça bonita, tudo de bom. E a um valor aceitável.
Passo dois... tema e afins
Outra coisa que eu queria mesmo mesmo mesmo, era uma espécie de infográfico informativo do primeiro ano da vida do Gonçalo (tinha um exemplo donde tirei a inspiração no meu Pinterest, mas parece que desapareceu para grande pena minha). Não tinha brindes e doces porque não era bem uma festa de crianças (e eu na verdade não gosto muito disso), mas queria algo que pudesse ser engraçado e diferente e que reflectisse o Gonçalo. Então fiz uma versão à minha maneira e dentro do tema, que deu para dois posters A3 e também fiz pequenos postais A5 para quem quisesse, levar. Acho que gostaram.
O tema em si foi mais difícil de decidir. Achava eu que iria para os animais da selva ou assim, visto que o puto até é leão de signo… Mas comecei a ver o tema repetido até à exaustão no Pinterest (claro que criei um board de inspiração tipo, uns 3 meses antes) e comecei a desanimar. Não que esperasse inventar a roda nesta fase, mas queria algo que pudesse adaptar melhor aos nossos gostos e que fosse um pouquinho diferente do que vemos para o primeiro ano. Então deparámo-nos com este post e a partir daqui vimos que queríamos mesmo o tema “little man”, e com inspiração nos ícones hipsters, as coisas ganharam forma. Acrescentei umas pinceladas de aguarela made by me e a coisa estava lançada. Serviu para o convite no facebook, para etiquetas de comida assim como outras pequenas peças espalhadas e ainda umas peças comestíveis (mais sobre isto à frente). Até a roupa do Gonçalo estava pensada para o tema (mas o calor não deixou que usássemos a camisa e o laço).

Um detalhe que quis acrescentar e que foi um pouco o flop, mas vá, numa festa de um bebé com crianças aos pulos é sempre difícil de pedir essa disponibilidade, foi o pequeno livro de dedicatórias. Disponibilizei canetas e carimbos para poderem desenhar e escrever. Poucos foram os que escreveram, mas vou agora dedicar-me a perseguir os que não o fizeram. E sim, no fim, quero escrever eu, quando encontrar a paz e o sossego para o poder fazer com calma. Gostava de repetir todos os anos este passo, ou fazer algo semelhante para que o Gonçalo tenha sempre as palavras e encorajamento da família e amigos. É tão fácil perdermo-nos nas rotinas e nas complicações de todos os dias e sentirmo-nos longe de todos, acho que estes artifícios nos lembram o quanto gostamos das pessoas e elas de nós. Por isso é que gosto tanto de escrever cartas, seja sobre o que for.


Passo três... O que comer
Quanto às comidas, também não inventei grande coisa. Claro que adoraria ter entrado numa onda mais sugar/gluten free mas não havia tempo para grandes invenções. Havia sempre as típicas pipocas, batatas fritas, sandes, espetadas de fruta e salgados. Dediquei-me essencialmente em fazer algumas coisas de raíz e com a ajuda da bimby fiz um salame de dois chocolates, bolo brigadeiro, bolo de anos e limonada. A minha irmã pelo seu turno fez gelatina e cozinhou os folhados de salsicha que tinha preparado e congelado de antemão. E acreditem, isto já foi trabalho suficiente. O que deu um  ar de sua graça e que fiz mesmo muita questão, foi ter impressões personalizadas da imagem da festa em bolachas pela Oficina da Flor. Desde os tempos do Sweet Rebel Bride que andava fisgada para fazer umas bolachinhas personalizadas, e por pouco ia perdendo a oportunidade porque estão em tempo de férias. Mas lá consegui imprimir com antecedência, e colei eu em bolachinhas para não se perder o efeito (usei chocolate branco derretido). Não ficou nada mau e dá sempre aquele toque à mesa, para além de que eram deliciosas.

O bolo

Não há muito a dizer sobre isto. Confesso que adoraria ter tido um bolo alto (teria de fazer duas vezes a receita), mas não tive tempo para mais. Na minha ideia queria um bolo muito simples, com uma decoração simples também (acabei por fazer o cake topper, como podem ver na primeira foto deste post, com bandeirolas a reproduzir a imagem que criei) e uma vela azul que corri tudo para a encontrar, finalmente, na tiger - abençoada!

Queria um bolo relativamente simples e meti na cabeça que teria de ter cobertura de queijo-creme, talvez para poder dar a provar ao Gonçalo sem grandes culpas, se bem que na hora H ele nem quis saber. Encontrei esta receita e devo dizer... nunca fiz um bolo tão bom. Não era muito grande, é certo, mas tendo em conta o lanche, nunca pensei que toda a gente o adorasse tanto a pontos de desaparecer por completo. Eu só comi umas duas garfadas, em breve terei de o fazer de novo para o devorar conveniente.
Ainda consegui que toda a "loiça" descartável usada no bolo fosse amiga do ambiente , assim como usei apenas palhinhas de papel (não havia budget para mais, mas damos passinhos pequenos e já não está tudo perdido), tudo do Jumbo. Vejam este post da Helena, foi lá que descobri.

Fazer o bolo, enfeitá-lo com a decoração feita por mim e ainda poder fazer desse momento um momeno sustentável, foi uma das sensações mais incríveis nesta experiência toda. Estava tão parecido com a minha imaginação, e saber que toda a gente adorou... Enfim, não sei explicar.

Escrevo-vos este post completamente de rastos, numa segunda-feira quase sem dormir, mas muito feliz de ver as ideias materializadas, de ver o meu filho a crescer sob o olhar de todos os que nos são queridos,e de perceber que eu consigo fazer tudo a que me proponho, que ainda consigo concretizar, se calhar com mais gana do que antes.  
Eu ainda sou eu, e também sou mãe.
Há um ano.
Caraças!

2 comentários:

A TItica disse...

Por isso gosto cada vez mais da simplicidade das minhas festas, mas acho que estão a acabar, iremos entrar numa nova era!!!

Liliana Pereira disse...

Tudo pensado e tudo lindo. Adorei! :)
Parabéns por este aninho tão especial!
Beijinhos.