quinta-feira, 30 de abril de 2015

3 coisas que aprendi em 3 meses a viver sozinha

(imagem daqui)

Pois que Abril está a chegar ao fim e comecei a fazer contas de cabeça. Apercebi-me que estou há 3 meses nesta aventura de morar sozinha e claro que tinha de fazer uma retrospectiva da coisa. E por muito que tenha sido algo que sempre quis fazer, e mesmo não me assustando com as responsabilidades que a independência traz, tive muitos momentos daqueles de bater mesmo no fundo, equiparados com momentos de pura euforia. Uma montanha-russa emocional. Acho que faz parte, nos primeiros tempos e depois como tudo o resto, encarrila e torna-se mais simples. E aqui ficam as lições que já aprendi nestes dias...

1. Organiza-te, ninguém vai fazê-lo por ti. 
A roupa está suja? Há bolas de cotão a acumular-se nos cantos da casa? Cozinhaste qualquer coisa complicada e agora a cozinha está do avesso com loiça a pingar gordura? Pois, tens bom remédio, se queres ver as coisas limpas e arrumadas, fá-las tu, ou vive numa pocilga (não é opção). Eu sempre fui moça de gostar de fazer eu as coisas ("se queres algo bem feito, fá-la tu mesma"), mas rapidamente trocava esta minha convicção por uma alma caridosa que me fizesse alguma destas tarefas. No entanto, com o tempo ando a aprender a fazê-las de forma parcelada, sem me aborrecer muito, sem ocupar muito tempo. Num dia passo a ferro, noutro cozinho aos montes para a semana toda, noutro aspiro, noutro limpo a casa-de-banho... enfim. Uma calmaria.
Há que conhecer os limites e por vezes fazer concessões. Isto implica também abdicar do perfeccionismo. Há dias em que pura e simplesmente não faço algumas coisas e deixo para depois, não morro por isso e não destabiliza assim tanto o equilíbrio da coisa (não dobrar a manta ou ajeitar as almofadas do sofá, não arrumar alguma roupa, desde que não seja muita... não me mata deixar isso para o dia seguinte).

2. Nada de panicar. Tu consegues.
O primeiro mês foi assustador. Apesar de ter feito as contas mil vezes, duvidei muito que conseguisse manter a estabilidade financeira. O peso da responsabilidade esmagava-me, e pela primeira vez na vida tive de reconhecer que teria que fazer alguns cortes radicais no meu estilo de vida. Cortar no que não é essencial, sem deixar de o fazer completamente para não endoidecer (refeições fora, copos com amigos, roupa, etc., tudo isso foi reduzido ao mínimo possível, sem sacrificar a minha vida social), saber rentabilizar a comida que compro, aproveitar promoções, não desperdiçar recursos... enfim, ando a fazer de tudo para que os gastos sejam equilibrados e feitos com critério. Este mês já tive uma agradável surpresa, e acredito que saberei poupar ainda mais. Veremos o que me reservam os próximos tempos.

3. Aproveita cada bocadinho.
A verdade é que passo mais tempo fora de casa do que dentro, pelo que, já que fiz uma mudança grande de estilo de vida, já que fiz o investimento, tenho de a aproveitar ao máximo. Isto tem muito a ver com a primeira lição. Não me desgastar demasiado em tarefas domésticas e simplesmente aproveitar a casa.  Ver tv embrulhada em mantas e a comer chocolates (de vez em quando acontece), ler no sofá numa tarde de domingo, cozinhar coisas boas com toda a calma e dedicação, receber amigos... Enfim, fazer da minha casa um sítio para se estar bem.
E enquanto vou intercalando os momentos de descanso e ronha com as tarefas, também todo o trabalho que vou tendo em casa se transforma num prazer. Vou arranjando tempo para tudo, simplesmente, uma coisa de cada vez. E sabem que mais? Há mesmo tempo para tudo.

Acredito que tenho ainda mais lições se andasse a pesquisar a minha mente inquieta, mas estas três destacam-se. Há alguém com experiência nestas andanças que queira partilhar uma lição semelhante ou conselhos? São sempre bem-vindos.

4 comentários:

Ginger made in Japan disse...

eu gostava muito de viver sozinha mas a maior dúvida é mesmo se me consigo manter sozinha, só a ideia de ter que voltar a casa dos pais ou pedir ajuda assusta-me (e é um bocadinho humilhante :\ )

Analog Girl disse...

Esse sentimento é uma constante. Eu fiz as continhas todas e sei que consigo sustentar-me, mas é um pouco apavorante, se me falta o emprego, se não tenho uma rede de segurança... Mas nada nesta vida é garantido, e se confiar que só vale a pena preocupar-me um dia de cada vez, a coisa faz-se bem :)

C. disse...

É quando passamos mais tempo "sozinhos" que nos conhecemos melhor, e por vezes temos agradáveis surpresas :) enjoy.

Mariana Neves disse...

Revi-me em cada palavra, mas não trocava esta sensação de liberdade por nada! :)