quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

LaLa Love


Ontem fui ver o La La Land. Tinha de ver com os meus olhos a causa de tanto hype e perceber porque é que um filme musical e supostamente levezinho é um candidato tão forte aos óscares. Não que tenham de ser só dramas pesadões os considerados, mas há que dizer que isto não acontece todos os anos.
Claro que baixei as expectativas. Recordo-me bem da decepção que o Shakespeare in Love me causou há uns anos atrás, mas como sou menina para adorar musicais (como eu gostava que o mundo parasse por momentos para dançar e cantar comigo em momentos-chave da minha existência, não era lindo a vida ser parecida com um musical?), e a crítica recebe-o tão bem, achei que não ia desiludir e ser pelo menos um bom momento de entretenimento em família. 

E adorei. Adorei ser agradavelmente surpreendida. Adorei ter adorado este filme.

Sem querer entrar demasiado em detalhes nem spoilers, o que mais me tocou no filme não foi a história de amor em si, mas sim o quanto esta aparentemente história simples consegue falar ao mais íntimo de cada um. É acima de tudo uma história de sonhos, da luta para os concretizar, das tareias que a vida dá, da resiliência e da desistência, dos obstáculos e dos desvios. E nesta fase da minha vida, há que dizer que é um tema muito querido e muito reflectido por mim. É sempre bom ver uma história que, ainda que romantizada, consegue reflectir uma perspectiva tão realista acerca dos sonhos e como nós os vemos.

Depois há toda uma série de elementos que tornam este filme inesquecível, adoro os elementos “mágicos” a piscar o olho a produções ao melhor estilo da antiga Hollywood, a riqueza visual, as cores, o guarda-roupa, a banda sonora, a encenação dos momentos de música e dança que, não sei explicar como, não são iguais aos “verdadeiros” filmes musicais. E é curioso como o filme conquista o estranho paradoxo de, no meio de encenações verdadeiramente Hollywoodescas de canto e dança, não ser exagerado nem irrealista. Ou talvez seja só eu a ver isto.

Adoro o facto de ser uma história que se passa em Los Angeles (tão facilmente temos filmes com aspirantes a actrizes e a músicos em Nova Iorque, achei extremamente refrescante a escolha desta cidade), e claro, last but not least…os fantásticos actores que dão vida à trama. Ryan Gosling cada vez mais dispensa apresentações acerca da qualidade do seu trabalho, e a Emma Stone, que começou em comédias mais loucas, cada vez mais dá cartas como uma das actrizes mais credíveis que já vi (admito, tenho um girl crush, para além de que adoro o cabelo dela). E, repensando o discurso da Meryl Streep nos Globos de Ouro, há de facto algo fantástico nesta maquinaria e nisto de se ser actor. Aquela gente faz tanta coisa tão diversificada, canta, dança, multiplica cenários e personagens… Vivem experiências fantásticas, inspiram e são inspiradores. E dá para perceber que se entregaram com paixão ao papel e isso é algo que dá gosto ver. 

Hoje dou por mim a flutuar naquele mundo de sonho e aspirações, de inocência e a sua perda… Não consigo tirar o filme da cabeça.

Se puderem vejam, tirem as vossas conclusões. Gostando ou não do género, acho que não perdem nada por ver, nem que seja pelas referências à velha Hollywood. Eu certamente vou rever e vou encher os ouvidos com aquelas músicas sempre que puder

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