Têm sido uns dias conturbados e de muita reflexão interior. Nada que não esperasse, mas realmente depois de ultrapassadas algumas barreiras, esquecemo-nos como é sair da zona de conforto. Eu quis muito esta mudança. Eu gostava do meu trabalho mas estava a atingir o meu limite. Andava demasiado cansada, demasiado esgotada e desmotivada. Eu precisava, acima de tudo, desta mudança.
A primeira coisa que me apercebi é que recomeçar é tramado e eu já me tinha esquecido disso. Neste contexto então, tive mesmo um baque grande. Mudam-se procedimentos, tarefas, responsabilidades. Aqui tenho uma equipa maior e consigo finalmente respirar e focar-me de outra forma. Mas senti-me tão novata que até assusta. O silêncio de não nos conhecermos e sermos uma equipa tão recente por vezes oprime. Mas depois há todo o entusiasmo de acreditar que, há 4 anos eu estava sozinha, e frustrada e triste, e o emprego que me oprimia tornou-se uma das melhores coisas da minha vida. E tive sorte de o poder deixar por algo melhor. E deixá-lo um sítio melhor do que o encontrei (um orgulho muito meu).
E agora, por muito que custe começar de novo, há a sensação desconhecida de não saber que coisas interessantes poderemos fazer com todas estas novidades. Pessoas novas, uma equipa nova, uma dinâmica ainda a ser criada. Tudo pode acontecer a partir daqui e é nisso que me tento focar nos dias mais complicados.
Porque, por um motivo que desconheço, sinto-me de alguma forma insegura. Como se não acreditasse que consigo dar a volta. Como se não o tivesse feito uma mão cheia de vezes.
Mudar é tramado, e a vida pede que estejamos atentos. Não é só um emprego, é uma rotina, é um estilo de vida, é algo que vai servir de pano de fundo para os próximos eventos da minha vida. Sim, porque mais mudanças aproximam-se, daquelas que acredito que serão boas. E é dali, onde passo 8 horas diárias, que muitos planos, ideias, e estratégias acontecem na minha cabeça. Quero acreditar que é ali que irei trabalhar quando engravidar (será?). É a partir dali que novas rotinas vão acontecer. Quero acreditar que um dia que saia dali será com algo completamente diferente em mente. Portanto não é só um trabalho.
E sim, estou a gostar. Estou a adaptar-me rapidamente, mais do que pensava e tenho projectos interessantes em calha. E sim, quero continuar a fazer as minhas coisas porque não existem empregos perfeitos e sei que aquilo que eu quero e gosto é importante para manter a sanidade mental.
E bem a propósito, aqui está um artigo da Elizabeth Gilbert sobre esta coisa das mulheres serem sempre tão inseguras, e o Mr. Hugh Laurie himself a motivar-me nesta quarta-feira (que toda a gente sabe que é o pior dia da semana).
(imagem via)
6 comentários:
Eu como sou muito ansiosa, sempre que mudo entro em paranóia. Preciso que me digam que já estou a fazer as coisas bem e ao ritmo certo para acalmar. Reconheço-me tanto nas tuas palavras!Podemos ter medo, mas, dando tempo ao tempo, as coisas acabam por correr melhor. Boa Sorte e tudo de bom nesta nova aventura.
Tal e qual MAG, tenho tido dias com pensamentos tão ridículos e precisei de ouvir algo como "mas estás insegura com o quê? Foste escolhida para este emprego, por teu mérito, tudo isto devia ser motivo de segurança e não o contrário". Sounds familiar? ;)
Obrigada e um beijinho (e acalma-te mulher!)
vá miúda, tu consegues
Sim, recomeçar é sempre tramado!... Quando há momentos destas, e esta é uma grande mudança, é normal pormos muita coisa em causa, inclusivamente as nossas próprias capacidades, mas a verdade é mesmo essa: escolheram-te pelas tuas capacidades! E é uma questão de tempo até estares a dar tudo de ti outra vez, sem dúvidas e sem reservas :)
Se estás a gostar, se tens desafios interessantes, todas estas dúvidas passam num instante! Boa sorte :)
Vai correr tudo bem! O nervosismo faz parte e até é bom! Obriga-nos a andar para a frente!! Força!
Inseguranca e ate um certo receio fazem sempre parte, mas vais ver que daqui a um mes estás como peixe na água...por isso é que as mudancas sao boas, porque nos fazem repensar, reavaliar...ao sairmos da zona de conforto acabamos sempre por descobrir mais qualquer coisa nova sobre nós.
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