segunda-feira, 21 de abril de 2014

Porque tenho um blog? (parte II)

Hoje retomo esta temática porque, depois de um fim-de-semana de Páscoa, de demasiado chocolate no sistema, de jogos da bola e a vertigem do Benfica vencer o campeonato, percebo que tenho saudades do blog e quero voltar com este assunto arrumado. Por isso peço-vos mais um pouco de paciência para o texto que se segue, que no fundo responde à tal questão, "porque tenho eu um blog?".
Comecei o Box há quase 3 anos. A ideia era ser um blog complementar do anterior, apenas mais virado para a criatividade. Este blog nasceu de um momento de impasse, da necessidade de me superar, de sair da minha rotina e perseguir novas capacidades. Na altura pensava procurar suporte para poder trabalhar por conta própria porque me sentia um pouco desmotivada. Experimentei costurar, fazer alguns trabalhos manuais, desafios de fotografia e desenho. Algumas destas coisas eram a minha cara, outras acho que precisava apenas de as experimentar para as por de parte, mas todas foram essenciais ao meu crescimento. Algures no processo, dei por mim a apaixonar-me pelo meu trabalho, evoluí, aprendi muito, contruí um óptimo ambiente com os meus colegas e amigos e tenho hoje uma rotina que me faz sentir integrada e satisfeita. Mas claro que eu continuei sempre a querer escrever um blog, mesmo que o objectivo tenha mudado ao longo dos tempos. Não quero que o meu blog seja o depósito de energia negativa, não quero que seja blog (só) de desabafo e parvoíce, não quero que seja o meu negócio (mas se me trouxer projectos novos serão sempre bem-vindos), quero apenas que seja o meu lugar para me expressar criativamente, seja através de palavras, de fotografia, de desenho/ilustração, de DIYs, de vos mostrar coisas que gosto, de costura (atrevo-me a experimentar novamente?), etc.. Tenho o blog porque sim. Porque não? Já é um amor com quase 9 anos e não me canso dele.
Sim, é imperfeito, o Box não é o blog da Alisa Burke, ou o da Constança, não é o Cup of Jo, ou o Beautiful Mess (I wish!), é o meu. Com todas as imperfeições que eu possa ter, com todas as falhas que vejo ainda nas imagens que publico e nas coisas que faço. E continuo a querer expressar-me criativamente, continuo a querer ter algo fora da rotina, mas percebo que o quero com mais calma. Acho que desde o início do ano até agora sentia uma ânsia em cumprir a agenda do blog, sentia-me culpada se não publicasse aquele desenho, se não escrevesse aquele texto, se não tivesse uma imagem criada por mim para todas as ocasiões festivas. E não pode ser assim, o meu blog não se pode transformar no meu emprego. Claro que quero que tenha conteúdos de jeito, quero escrever bem, ter boas fotos, mas não é um blog profissional e não posso viver em função do que não faço para ele. Apenas quero poder arranjar espaço para o Box, continuar a celebrar a criatividade, continuar a partilhar, sem pressão, sem pressa, sem medo.
Hoje, ao ler o post da Fedra no Doce para o meu doce esta frase ficou-me: "Mesmo que o resultado final não seja o pretendido, é sempre muito gratificante entregarmo-nos a uma actividade em que exploramos a nossa criatividade, na qual nos concentramos a 100% e esquecemos um pouco o mundo." E isto fez-me pensar no último DIY que fiz em casa e tentei fotografar para o blog e foi tão esforçado e dramático, e com tantos obstáculos que ainda nem o consegui publicar com tanta frustração. E o resultado até ficou bom (flaws and all)! E percebi que o blog está a exercer em mim uma pressão completamente desnecessária e esse nunca foi um objectivo meu. Foi um verdadeiro wake up call, e assim que percebi isto dei por mim a pensar em tanta coisa que gostava de partilhar, que gostava de fazer. E voltei a sentir aquele nervoso bom de mostrar as minhas coisas por aqui.
Sinto que vêm melhores dias agora que fiz as pazes comigo mesma. E não poderia ter resposta mais óbvia que esta...



(translations will return soon)

7 comentários:

Ana Burmester Baptista disse...

Gostei muito desta tua sinceridade toda, mas, para mim, a primeira função de um blog é distrair-me, é o "meu trabalho" para além do meu trabalho - no sentido de me pôr a trabalhar em algo que gosto e construo como quero. Não há pressão. Não pode haver. No dia em que houver acabou-se. Se os meus seguidores gostam de me ler também têm de entender que há dias que não são dias e que não damos para mais. Viver a pensar que "vou tirar a fotografia deste prato de sopa porque dava um post fantástico" não é maneira de viver. Take your time. Vais voltar melhor que nunca! ;)

Analog Girl disse...

Não podia concordar mais contigo Ana, e a sensação que começava a ficar era que tinha porque tinha de dar mais atenção ao blog, e estava a falhar nos timings que tinha pensado, e que começava a ficar demasiado cansada e era uma bola de neve incontrolável.
E sim, um blog dá trabalho, especialmente se se quer ter bons textos, boas imagens, bons conteúdos, e não é disso que me quero desmarcar, apenas quero aligeirar a pressão.
Ontem senti que era mesmo isso que me estava a paralizar. Agora estou muito mais tranquila e aposto que a programação normal vai voltar em breve como deve ser. :)
Obrigada! :)

alva quase transparente disse...

:) no words...just a smile (hope it says it all)

Analog Girl disse...

Alva! It does! Obrigada :)

Lazy Cat disse...

Eu acho que um blog serve é para partilhar. E não deve nunca ser uma obrigação. Por isso, partilha o que te apetecer, que nós cá estamos para te receber!

Analog Girl disse...

Lazy, é verdade. E sei que posso contar contigo para agitares o barraco e corrigires o meu inglês! ;)
Obrigada miúda!

ballon blanc disse...

Forca! O blog nao e' suposto ser uma pressao, mas entendo tudo nas tuas palavras. 'E uma optima forma para nos descobrirmos e evoluirmos. 'E para isso que serve... experimentar, explorar e acima de tudo, uma diversao. Happy blogging! :)