terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Big Magic!

(Imagem: do meu Instagram do blog)

Sempre gostei bastante de falar e escrever acerca dos livros que lia nos meus blogs anteriores, mas não sei porquê, neste não o faço com essa frequência. Por isso aqui vai uma pequena review pelo gozo da coisa.

Antes de todas estas recentes mudanças da minha vida, chegou-me à caixa de correio o novo livro da Elizabeth Gilbert (quem não conhece, a autora do famosíssimo Eat, Pray, Love), Big Magic, que conta toda a visão refrescante da autora sobre uma vida criativa e artística.
O livro, em jeito de conversa íntima entre amigos, está repleto de pequenas histórias, de exemplos de vários artistas que foi conhecendo ao longa da vida, do confronto com os medos e com a certeza que tudo o que sempre quis fazer foi escrever, mas acima de tudo o que me fez gostar mesmo deste livro é como a personalidade da autora e a sua forma pacífica de viver a vida são tão transparentes. Lemos este livro e sentimo-nos acarinhados e transportados para um lugar seguro, onde as nossas ideias não são parvas ou ridículas, e onde parece que a Elizabeth nos lê a mente.
Ela fala-nos acerca de aceitar o processo criativo como ele é, de acreditar que as ideias e a criatividade são como energia que passa por todos nós, de que devemos sempre dar o nosso melhor, não interessa quantas vezes fomos rejeitados, de não considerar que o trabalho criativo seja o "nosso bebé", ou sequer "nosso", é algo que libertamos no mundo, e essencialmente, ser feliz com o que se faz.
É uma boa reflexão a partir de uma pessoa que rejeita o epítome do artista torturado e vive numa crença absoluta de que somos criativos pela alegria de podermos ser criativos apenas.
Não posso falar muito do livro sem entrar em detalhes que merecem a pena ser lidos em vez de contados deficientemente num post. Deve absorvido calmamente, como fui fazendo ao longo de quase dois meses de leitura tranquila. Não foram poucas as vezes que este livro me arrancou algumas gargalhadas e sorrisos solitários sob o meu candeeiro da mesa de cabeceira. Apenas posso dizer que o recomendo para todos os que querem seguir uma vida criativa e que lutam contra a sua auto-estima ou legitimidade (ela faz questão de nos dar livre-passe para sermos criativos e fazermos - bem ou mal -  o que queremos fazer) ou até, que queiram ver o mundo artístico de uma maneira diferente. Ainda pode dar uma boa prendinha de Natal! ;)

2 comentários:

Ana Burmester Baptista disse...

Tinha prometido a mim mesma não dar mais conversa a esta senhora depois de me sentir completamente "enganada" com o "Eat, Pray, Love" (nunca o consegui ler, dei-lhe várias chances e não sei se volto a pegar-lhe) mas esse parece-me bom... Há um de que gosto muito que é o da Twyla Tharp - The Creative Habit - learn it and use it for life. Quanto a esse vou mantê-lo debaixo de olho!

Analog Girl disse...

Não conseguiste pegar? Bem, talvez não encarriles mesmo com o estilo dela. Acho que ela tem uma maneira muito própria de abordar os temas, e este livro torna-se um pouco fantasioso, mas é um exagero saudável e na temática que ela aborda até faz todo o sentido.
Gostava de ler esse da Twyla Tharp, parece-me interessante. Dentro desta temática também queria ler o do Neil Gaiman "Make good art", mas tenho receio que seja demasiado colado ao discurso que ele deu...