... A vida nem sempre é como se planeia, e quando detalhamos este e aquele passo, quando os encaixamos em sequência na nossa lista de tarefas, damos conta que nem sempre as coisas seguem os pressupostos iniciais e nem sempre temos energia para as coisas. Subestimei esta fase e na verdade, estou de rastos, ando mais ansiosa do que previa, com muitas insónias, sempre com mil coisas a fazer, a sensação que tudo depende de mim, e muito pouca energia (e mesmo assim já risquei muitos items da minha to-do list), cansada da sensação que não faço o suficiente, de ainda não ter decidido isto ou aquilo, de não ter visitado o hospital, de não ter feito um curso pré-parto (e não quero mesmo fazer um, será que vem mal ao mundo por isto? Mas antes as mulheres não pariam sem cursos e esse tipo de preparações?)... Eu sei que estou rodeada de apoio e óptimas intenções, mas começo a não ter espaço para tudo, e começo a ver a meta e confesso... este desconhecimento do que aí vem assusta-me um pouco.
Não por ter de tratar de um bebé, de ter um ser dependente de mim, o parto não me faz espécie, nem as provações da amamentação (excepto não poder beber álcool). Talvez seja ingénua, talvez seja egoísta, mas a verdade é que o que me assusta e não saber até que ponto a minha vida vai mudar, até que ponto vou deixar de ter tempo e cabeça para aquelas coisas que adoro fazer e será que vou sobreviver sem elas, por muito que o meu filho venha a ser um ser adorável e por muito que me imagine a passar horas intermináveis a cheirá-lo e a admirá-lo (porque claro que isso vai acontecer). Conto com as hormonas para me fazerem cair de amores pelo pequeno ser que me pontapeia sem dó nem piedade (as we speak) e me façam afastar os receios de me tornar menos eu, de me afundar num mundo de maternidade e domesticidade que não sei se me adequo.
E tudo isto para dizer...
Tenho uma imagem nova no blog.
Comecei esta manhã devagarinho, com vontade de olhar para isto com olhos de ver, de me organizar e orientar, de talvez por ordem no tasco e isto começou a desenvolver-se para lá do meu controlo e agora já está, sem planos, sem um lançamento adequado, sem pompa e circunstância, apenas a imagem que eu já desenvolvi há uns tempos, um código de cores definido num tirinho, enfim, tudo aquilo que desaconselho e me tento afastar no meu dia a dia.
Claro que não foi tudo à balda e esta preparação já tem alguns meses, mas ainda assim, é interessante ver as coisas a surgir assim do nada. O meu lado control freak está um pouco confuso, mas como vejo em tantos sítios e tanta frase feita... done is better than perfect. Não creio que isto esteja para já terminado, ainda faltam acertar bastantes detalhes e talvez isto ainda vá mudar novamente mas... apeteceu-me tanto começar a usar o meu novo logo, apetece-me tanto que o meu blog tenha uma cara nova ao fim de tanto tempo, e queria que fosse antes do bebé nascer e de eu ser engolida pela maternidade... Não resisti.
Depois de meses de planeamento, listas detalhadas no Evernote, artigos e posts lidos sobre branding, e tanta pesquisa... é isto. Surgiu um pouco do nada, a surpreender-me.
Como a vida aliás.
Como a vida aliás.
Porquê simplificar o nome do blog e passar a ser "A box" (se bem que mais nada mudou)? Porque esta caixa, ainda que minha, é feita de tanta coisa que não sou só eu. Contém os meus pensamentos, desejos, a minha criatividade e alguns sonhos, mas também as influencias dos outros em mim, a vossa energia que me acompanha, e, se pensarmos bem, não será muito diferente das vossas e é mais uma no meio de tantas. Todos guardamos o que nos é mais queridos nas nossas caixas... colecções, fotografias, desenhos, cartas, lápis, sapatos, bolos...
Bem, na verdade talvez não existam caixas, e estamos sempre a tentar pensar fora da dita, mas seja como for... precisamos de um sítio para guardar as ideias no fim do dia. Este é o meu.
Espero que apreciem e me digam o que pensam, está sempre tudo em aberto e eu prometo que não serei (demasiado) sensível às críticas negativas.