Sexta, pelas 7h30 já estávamos no aeroporto prontos a embarcar. Cinco passageiros, eu, o Pedro, a Cate, o meu pai e a minha avó (de 82 anos, que decidiu que ia connosco e mostrou uma resistência invejável durante a viagem toda). Depois do vôo, e de cruzar a cidade de paris (onde parece que só vou de passagem) até à estação de Montparnasse e correr para apanhar o TGV, vimo-nos finalmente a caminho da Bretanha, para a pequena cidade de Rennes, o último passo antes de finalmente podermos abraçar a minha irmã. Foi no comboio que finalmente pudemos respirar fundo e aproveitar cada minuto e cada quilómetro da paisagem rural. Na estação de Rennes fizemos questão de ser bem portugueses e barulhentos assim que a vimos à nossa espera no topo da escada rolante. Os abraços, os beijos os gritos de satisfação, as lágrimas, naquele momento o cansaço da viagem desapareceu. Estávamos todos juntos finalmente. E estes dias iriam merecer a pena.
Rennes é uma cidade pequena e bonita, cujo maior foco é um centro histórico, o bairro de Sainte-Anne, com um aspecto medieval que durante o dia faz lembrar o bairro gótico de Barcelona (numa escala muito menor) e à noite o bairro Alto com os estudantes a encherem as dezenas de bares que povoam a zona. Aos sábados de manhã o bairro também alberga o 2º maior mercado de França que é absolutamente delicioso. É uma experiência gira sair para os copos numa sexta feira e ver as ruas cheias de estudantes barulhentos e na manhã seguinte ver tudo calmo e ordenado e centenas de famílias às compras pelo mercado fora. Foi o paraíso para tirar fotos, como podem verificar.
(um cheirinho de casa em plena Rennes)
Sexta e sábado ficámos a conhecer Rennes, que é tão pequena que se vê num instante. Ainda tivemos a extraordinária pontaria para acontecimentos insólitos que a minha irmã e o namorado nunca testemunharam desde que lá estão, como a polícia a revistar-nos as malas à saída do metro, ou uma cena de pancada na rua, precisamente com o dono do café onde resolvemos parar um pouco. Adorei o facto de a cidade parecer tão bem cuidada, calma e ordenada, com o metro mais eficaz que já vi (mas também tem só uma linha, se calhar não é muito difícil).
(eu, sempre de óculos de sol, a apreciar a paisagem // me, always in sunglasses, enjoying the city)
No domingo decidimos apanhar o autocarro e visitar Mont Saint Michel, uma pequena vila medieval numa pequena península, junto ao mar. É de cortar a respiração, aproximarmo-nos do local e ver a imponente construção da abadia e do mosteiro destacar-se na paisagem plana e quase pantanosa. A minha avó surpreendeu-nos a todos e a ela própria ao subir até ao cimo e passear connosco pelos claustros e pela abadia onde ainda ouvimos parte da missa com um coro. Tivemos ainda o golpe de sorte de ir no dia em que não se pagava para entrar e mereceu muitíssimo a pena a visita. De regresso a Rennes, durante a tarde, pouco ou nada restava a fazer, a cidade praticamente fecha ao domingo e passámos a tarde inteira num dos poucos restaurantes abertos a conversar, beber vinho e a fazer absolutamente nada. O que também sabe bem numas férias, simplesmente deixar as horas passarem.
(a paisagem é espantosa, não nos cansávamos de a fotografar)
(eu tenho uma cena com claustros, adoro-os de paixão, e não larguei a máquina o tempo todo, foi difícil seleccionar apenas 2 fotos)
Segunda feira foi o último dia e aproveitámos para deambular pela cidade e fazer umas compras. Já não fotografámos muito mais, tínhamos já tudo arrumado e pronto a ir. Tentámos não ficar demasiado tristes com a despedida, afinal a espera será breve até ao regresso dela a Lisboa. Mas ainda assim fica sempre aquele vazio de a ter de deixar lá. Acalma-nos saber que ela está com o namorado e que fez bons amigos por lá. E está tudo bem.