(imagem daqui)
1. Organiza-te, ninguém vai fazê-lo por ti.
A roupa está suja? Há bolas de cotão a acumular-se nos cantos da casa? Cozinhaste qualquer coisa complicada e agora a cozinha está do avesso com loiça a pingar gordura? Pois, tens bom remédio, se queres ver as coisas limpas e arrumadas, fá-las tu, ou vive numa pocilga (não é opção). Eu sempre fui moça de gostar de fazer eu as coisas ("se queres algo bem feito, fá-la tu mesma"), mas rapidamente trocava esta minha convicção por uma alma caridosa que me fizesse alguma destas tarefas. No entanto, com o tempo ando a aprender a fazê-las de forma parcelada, sem me aborrecer muito, sem ocupar muito tempo. Num dia passo a ferro, noutro cozinho aos montes para a semana toda, noutro aspiro, noutro limpo a casa-de-banho... enfim. Uma calmaria.
Há que conhecer os limites e por vezes fazer concessões. Isto implica também abdicar do perfeccionismo. Há dias em que pura e simplesmente não faço algumas coisas e deixo para depois, não morro por isso e não destabiliza assim tanto o equilíbrio da coisa (não dobrar a manta ou ajeitar as almofadas do sofá, não arrumar alguma roupa, desde que não seja muita... não me mata deixar isso para o dia seguinte).
2. Nada de panicar. Tu consegues.
O primeiro mês foi assustador. Apesar de ter feito as contas mil vezes, duvidei muito que conseguisse manter a estabilidade financeira. O peso da responsabilidade esmagava-me, e pela primeira vez na vida tive de reconhecer que teria que fazer alguns cortes radicais no meu estilo de vida. Cortar no que não é essencial, sem deixar de o fazer completamente para não endoidecer (refeições fora, copos com amigos, roupa, etc., tudo isso foi reduzido ao mínimo possível, sem sacrificar a minha vida social), saber rentabilizar a comida que compro, aproveitar promoções, não desperdiçar recursos... enfim, ando a fazer de tudo para que os gastos sejam equilibrados e feitos com critério. Este mês já tive uma agradável surpresa, e acredito que saberei poupar ainda mais. Veremos o que me reservam os próximos tempos.
3. Aproveita cada bocadinho.
A verdade é que passo mais tempo fora de casa do que dentro, pelo que, já que fiz uma mudança grande de estilo de vida, já que fiz o investimento, tenho de a aproveitar ao máximo. Isto tem muito a ver com a primeira lição. Não me desgastar demasiado em tarefas domésticas e simplesmente aproveitar a casa. Ver tv embrulhada em mantas e a comer chocolates (de vez em quando acontece), ler no sofá numa tarde de domingo, cozinhar coisas boas com toda a calma e dedicação, receber amigos... Enfim, fazer da minha casa um sítio para se estar bem.
E enquanto vou intercalando os momentos de descanso e ronha com as tarefas, também todo o trabalho que vou tendo em casa se transforma num prazer. Vou arranjando tempo para tudo, simplesmente, uma coisa de cada vez. E sabem que mais? Há mesmo tempo para tudo.
Acredito que tenho ainda mais lições se andasse a pesquisar a minha mente inquieta, mas estas três destacam-se. Há alguém com experiência nestas andanças que queira partilhar uma lição semelhante ou conselhos? São sempre bem-vindos.