terça-feira, 2 de outubro de 2018

Coisas que aprendi e não acreditava que eram reais (felizmente não são muitas)

Pessoal, estamos num impasse, porque ando verdadeiramente sem vontade de escrever.  As ideias para posts e pensamentos avulsos continuam a brotar desta cabecinha, mas quando coloco o dedo no teclado, nada sai. É um pouco frustrante, porque sinto que a minha cabeça está a entrar num estado de absoluta incapacidade de funcionar como devia. Sim, eu sei, agora tenho um bebé, que não dorme grande coisa, que não me larga, que eu amamento (e de alguma forma, acho que isso influencia a minha capacidade cerebral), como demasiado açúcar, tenho muita coisa (sopeirices) a acontecer na minha vidayaddayaddayadda.
Eu sei que um bebé nos rouba atenção, espaço, sanidade mental, e recentemente passei (espero que já tenha passado mesmo) uma fase catastrófica porque, depois ter passado 5 meses entre os primeiros dois dentes e o terceiro, e de repente nas duas últimas semanas apareceram três a espreitar sem aviso prévio, o que acredito que provocou a quantidade de noites mal dormidas que, ainda por cima, coincidiram com uma constipação do demo que não me larga há 2 semanas.

Portanto estamos bem.

Ainda assim, e apesar de eu me sentir absolutamente incapaz de juntar as ideias em frases coerentes e relativamente curtas, queria partilhar convosco algumas coisas que me diziam que iriam acontecer quando fosse mãe, e que ou não acreditava muito nelas (ou achava-as um pouco forçadas).

A primeira, eu era uma gabarolas com a minha imunidade. Raramente ficava doente, a única maleita que padecia era de alergias, que, com o passar dos anos têm vindo a abrandar. Não tinha febre há mais de uma década. Apanhava vento e correntes de ar sem um pio. Se estivesse um pouco mais afectada um dia de chá e brufens aliviava a coisa. E já me tinham dito que quando tivesse filhos o corpo ia reagir de maneira diferente e que apanhávamos facilmente as doenças dos putos e afins. A minha tosse de cão e o meu nariz pingão sem fim à vista confirmam esta tese, desde que o puto nasceu que eu sou uma menina. E pior, com a amamentação estou estupidamente limitada na medicação, e obviamente que não há cá aguardente com mel. Uma tristeza portanto. Sinto-me como o super-homem junto à kriptonite.

Segunda, que me esqueço das coisas mais facilmente. Esta vai e vem. Ainda acho que continuo a ter uma boa memória – e a prova disso é que ontem no trabalho, a falar com um colega, e com esta constipação e noites mal dormidas, lhe lembrei que ele se estava a esquecer do café na máquina. Nem tudo está perdido. Mas então no que toca ao blog, acontece-me mais vezes do que quero admitir, tenho ideias para posts e quando vou tentar ordenar ideias… esqueci-me (aliás, compilar as ideias para este post foi um feito, esqueci-me várias vezes do que queria escrever, e é aqui que sinto que os smartphonesforam das melhores invenções da humanidade).

Terceiro, que no fundo no fundo, eles dão bem menos trabalho quando são bebezinhos. E eu confesso que não acreditava muito nesta porque passei horrivelmente mal nos primeiros tempos. Aquelas coisas que ninguém fala: não me sentia particularmente apegada ao bebé, sentia-me exausta, a flutuar num mar de hormonas, nervosa e preocupada com a responsabilidade em ser a principal fonte de sobrevivência daquela criatura. Só queria que o tempo passasse e ele começasse a ser mais ele, e eu estivesse mais habituada ao meu papel de mãe. Pois… ontem passava pelas fotos dele tão pequenino e apesar das sestas de meia-hora que ela fazia, era realmente um sossego e tão mais fácil de lidar do que agora. Como é que eu não vi isso?? Mas ele agora é um espectáculo, divertido e provocador, e isso compensa (um pouco) a trabalheira que dá.
Ainda estou para perceber se entretanto com esta coisa das saudades do pouco trabalho que dava e de ter um bebé sossegadinho e dependente de mim me vão dar vontade de ter outro. Para já não acredito muito nisso, estou muito bem assim, obrigada. Mas nunca se sabe. No meio disto tudo, o que realmente aprendi com esta coisa da maternidade é nunca dar nada por certo nem definitivo. As coisas mudam facilmente e eu tenho de apanhar o ritmo e deixar de querer controlar tudo. E há dias em que isso custa horrores, mas acho que é capaz de ser a melhor e mais dura aprendizagem da minha vida. E há algo de bom em desafiar os limites.

1 comentário:

Ana A. disse...

Deste lado não sofro da primeira. A segunda melhora muito com o tempo e mais ainda quando deixares de amamentar, as hormonas da amamentação são inimigas da memória. A terceira é verdade mas a partir dos quase 3 tudo fica bem mais fácil acredita!