segunda-feira, 30 de março de 2015

10 anos de blogs (ou quase)

Este ano fará 10 anos que escrevo em blogs. Este é o meu terceiro. Lembro-me muito bem da sensação de escrever o meu primeiro post e de quando cliquei em "publish" , pensei "agora está lá fora" e a sensação de euforia que durou vários dias. O blog inicialmente era sobre nada e sobre tudo, como tantos outros. Comentava coisas do dia-a-dia, publicava imagens que achava piada, aprofundava pontos de vista sobre algumas situações mais sérias, ou dissertava acerca de filmes e livros. Ainda demorou algum tempo a ter visitas regulares, inicialmente eram apenas os amigos, depois lá ia descobrindo amigos dos amigos, íamos visitando os blogs uns dos outros num espírito de partilha comunitária descontraída e alegre, e começámos a conhecer e comentar em blog de perfeitos desconhecidos. Há dez anos atrás os comentadores anónimos e cheios de fel eram coisa quase inexistente, os layouts dos blogs eram sofríveis e limitados, mas no geral respirava-se uma atmosfera de partilha muito boa. 
Foi através dos blogs que conheci gente fantástica e a quem posso chamar amigos nos dias que correm. Lembro-me de viver do meu lado da rede o choque da morte de uma pessoa que visitava diariamente no espaço virtual, isto antes de existirem blogs onde pessoas falavam abertamente sobre doenças mortais e infelizmente já vivemos suficientes perdas para isto se ter tornado algo quase "normal". 

Na altura éramos bloggers apenas porque escrevíamos um blog. Nos dias que correm, blogger já é uma profissão, uma actividade, com cabeça tronco e membros. Um blog pode ser um negócio. Antes eu escrevia sem pressas e sem pensar para onde ia, hoje em dia os blogs têm objectivos por trás. Não me interpretem mal, acho lindamente que isto assim seja, adoro o quanto tenho aprendido graças a esta "especialização" a que fui assistindo e posso dizer que os blogs têm trazido muito mais alegrias que tristezas à minha vida (se é que alguma vez trouxe alguma), mas por vezes a minha personalidade saudosista tem saudades da forma como as coisas eram feitas, sem uma agenda, sem posts planeados, sem verificar os contadores e google analytics, sem ter uma pontinha de esperança que alguém veja um potencial enorme no blog e ajude a levar esta paixão da escrita e da partilha a outro nível. 

Isto porque penso onde quero chegar com o meu blog. Sim, estou a passar por uma crise existencialista bloguística (quem nunca viveu uma que atire a primeira pedra), talvez pelo peso de quase uma década a escrever na realidade virtual e sem saber muito bem onde quero chegar. 

A verdade é que há quase 4 anos abri este blog com uma intenção (era apenas e somente para divulgar trabalho criativo, uma vez que antes mantinha outro blog pessoal em simultâneo) e ele transformou-se em algo completamente diferente. Como toda a blogosfera, na verdade. E eu gosto desta evolução, mas gostava de perceber melhor para onde vou e como vou. Vejo pessoas a abrir blogs nos dias que correm e terem à partida preocupações com as redes sociais, com readers, com tanta coisa, que quando olho para trás e lembro-me que a nossa única dificuldade era dar um nome ao blog e qual a foto que associar ao avatar... vejo uma diferença abismal.

Se queria fazer deste blog um negócio? Ná, nem por isso, mas gostava é claro que se tornasse um bom meio de divulgar o meu trabalho criativo (quando o faço), sem perder um pouco do toque pessoal que sempre tive nos meus blogs. Se gostava de ter mais visitas e ser mais "conhecida"? Bem, talvez. É claro que vejo as estatísticas e gosto de ver os números a subir, mas não é um objectivo primordial. 

Então qual o caminho a partir daqui? Não sei bem, o que vejo é que mesmo depois de tanta conversa, o principal mantém-se. Eu quero escrever, falar um pouco de tudo e um pouco de nada, quero que este seja um espaço de energia positiva e partilha constantes. E acho que até o estou a conseguir. Espero. Ainda assim faz-me sentido esta coisa de ter um planeamento, de produzir conteúdos mais interessantes, de aprofundar aprendizagens e ir mais longe. Conseguirá o improviso conjugar-se com um planeamento e estrutura? Não faço a mais pálida ideia, vou deixar que as coisas se desenrolem o mais organicamente possível. Afinal, está-se tão bem por aqui. :)

E aí desse lado, andam a lutar pelo reconhecimento do vosso blog? Querem dinheiro e fama? Ou gostam apenas de ter um sítio onde se sentam confortavelmente e gozam de uma chávena de chá virtual na melhor companhia? E já agora, se quiserem partilhar se quando aqui vêm sentem vontade de tirar as pantufas, comuniquem (e se não gostam, comentem também, eu sobrevivo...acho). 

quarta-feira, 25 de março de 2015

Ano novo, casa nova - Inspiração parte IV (ou, o flagelo das cortinas)

Quando decoramos uma casa, sabemos sempre que é um projecto a longo prazo e que há sempre coisas que vão demorar a decidir, assentamos algumas ideias antes de chegar a uma conclusão, enfim, nunca é algo que se faça da noite para o dia, a não ser que sejamos ricos e possamos contratar alguém que o faça por nós e se em último caso não gostarmos, podemos sempre recomeçar. Como esse não é o caso, vou dando por mim a aprender enquanto faço o percurso,com as asneiras e más escolhas, com as soluções para colmatar essas falhas, a respirar inspiração em toda a parte (I heart Pinterest) e a mudar de ideias a cada duas semanas. 

É exigente e cansativo, mas é um processo espetacular que me dá um gozo constante.
E agora com a aproximação da Primavera quero voltar aos projectos que estavam em stand-by e retomar o entusiasmo. Já vou colocando alguns objectos de parte e ando a fazer listas mentais de compras de materiais para começar alguns DIYs, e a pensar como posso optimizar a arrumação, já olho para o roupeiro com olho crítico para escolher o que realmente preciso e planeio limpezas a fundo para receber as estações quentes com outra cara. Uma fase de renovações e de ideias a correrem frescas pela minha cabeça, com todas as possibilidades que daí podem surgir.

Mas devo confessar, por muito divertido que seja ir encontrando as soluções ideais para a minha casa, há algo que eu tenho de tratar com alguma rapidez mas estou a zeros. E não é algo que eu domine ou sequer goste por aí além, mas faz parte e devo pensar nelas com tanto e amor e carinho como em qualquer outra parte da decoração: as cortinas.

Aqui está um objecto útil/decorativo que eu não tenho jeitinho nenhum para tratar. Não percebo metade da "ciência" por detrás deles, não gosto da maior parte das coisas que vejo por aí, e não fosse para eu poder andar despreocupada sem medo que a vizinhança me espreite o rabo, nem pensava muito nisso e adiaria esta questão ad aeternum. Mas preciso, e quando são realmente bonitas e bem feitas são uma peça que dá alguma graça à casa.

No meu quarto e no meu escritório tenho a coisa resolvida e é relativamente simples.Até resolvi encurtar eu umas mal tenha vontade de desempoeirar a máquina de costura.

Agora a sala é que é a verdadeira dor de cabeça. Tudo isto porque consegui finalmente por em prática esta ideia que me fazia suspirar. E a minha janela fica linda, cheia de sol e com uma prateleira coberta de livros por baixo (a Merenwen gostou tanto da minha janela que até falou dela no blog!). Mas como é que se coloca uma cortina neste tipo de janela sem interferir com a decoração, ficar demasiado pesado ou varrer os objectos da prateleira sempre que a quiser fechar? Naturalmente preferia não ter nada, mas essa hipótese não se põe, por isso andei a procurar soluções alternativas ao típico cortinado (que é o que existe agora mas vai ter de ser reciclado muito brevemente).

E não é que descobri algumas ideias inesperadamente inspiradoras?


 
(Imagem via

Esta não tem cortinas, mas adoro os objectos decorativos ali pendurados no varão vazio. Também tem boas ideias para colocar algo na prateleira, portanto esta imagem para mim é um dois em um. É mesmo uma das minhas soluções favoritas. 

(Imagem via)

Adoro a ideia de só se tapar parte da janela. Claro que com a posição das janelas dos vizinhos isto não é possível, mas as borlas coloridas são mais uma hipótese de decoração que estou a equacionar...


(imagem via

Esta para mim é perfeita. Uma ideia simples e descomprometida, com o pequeno estore em tecido (isto tem um nome mas não sei qual, eu disse que era má com estas coisas). E aquela estrelinha ali é deliciosa, um pouco grande demais para aqui, mas na minha casa ficava mesmo bem.
 
(imagem via

Simples, sem varões nem grandes complicações, acho que o que quero mesmo ter é um cortinado/whatever que parta da própria estrutura e não uma coisa tridimensional, a cair de um varão por cima da janela, demasiado grande e que só acrescenta volume e ruído visual. Gosto particularmente deste tecido translúcido, deixa entrar luz e não deixa as pessoas ver o que se passa lá dentro.


 (imagens via)

Dificilmente vou enveredar pelo estilo boémio, mas isto é lindo. Fica só como eye candy porque merece a pena ser visto. 

Uma coisa é certa, quero algo simples e descomplicado, quero ter elementos decorativos, e quero alguma cor. Não deverá ser muito difícil pois não? Se todos os problemas fossem estes... Agora é baralhar e voltar a dar. E depois de ter escrito este post acho que começo a chegar a algumas conclusões. Depois hei-de partilhar o resultado final.

sexta-feira, 20 de março de 2015

Because I'm Happy! E 5 coisas que me fazem (ainda) mais feliz

Para quem não sabe, hoje é o dia mundial da Felicidade. Lembro-me de em pequena, nas aulas de moral, discutirmos o tema e da felicidade ser algo tão indefinível. Foi a primeira vez que pensei sobre o conceito e desde aí tento defini-lo mas não sei ainda se consegui chegar a uma conclusão definitiva.

(imagem daqui, via Pinterest)

Para mim, encontro a felicidade em vários conceitos, que juntos me fazem todo o sentido, na gratidão pelo que tenho, algo que se fala muito, e a verdade é que quando enumero o que tenho, as pessoas que amo, que me amam, as minhas conquistas e lutas e me sinto grata por tudo isto, mesmo pelas coisas mais negativas, sei que sou feliz; na aceitação das coisas, sei que sou feliz e tranquila quando não luto por algo que não posso ou não me cabe a mim mudar (e não é fácil, bolas), quando aceito as minhas limitações e que os momentos maus existem e fazem parte da vida; e quando não tento resumir a felicidade a um momento só a um evento, ou a um objectivo ou pessoa, a felicidade para mim também não é um estado de êxtase contínuo (ninguém aguentava isso), encontro-a nas pequenas coisas e no decorrer dos dias, mesmo naqueles que me parecem todos iguais (a rotina pode esconder tantos momentos felizes).

Deixo-vos aqui 5 pequenas coisas que faço para me alegrar e sentir feliz, vamos chamar-lhes happy moments, aqueles que são certeiros para me deixar animada.

1- Ler um livro num dia frio, no sofá com a minha manta felpuda e chocolates

2- Tomar o pequeno-almoço com calma, sentada, a ler, sem hora para terminar

3- Ouvir um álbum que não ouvia há anos e perceber que ainda me lembro das letras das músicas

4- Dançar quando ninguém me vê ao som de músicas pop contagiantes e estupidamente alegres (como esta por exemplo)

5- Pegar em mim e fazer qualquer coisa inesperada e do improviso como uma caminhada a pé com a minha máquina fotográfica, um jantar improvisado, uma ida às compras...

E vocês? Têm algum ritual ou pequenos momentos que vos fazem sentir plenos e felizes? Adorava saber quais os vossos happy moments. Comentem aí! E um dia feliz!

terça-feira, 17 de março de 2015

Liebster award e algumas coisas mais...

Ontem consegui dar por mim a fazer a minha ronda habitual pelo meu feed do Bloglovin' (coisa rara nos dias que correm) e andava entretida a ler este post no Ver(de)água e a descobrir mais sobre a Guilhim quando vi o meu blog metido ao barulho. E fiquei toda contente, é sempre bom ser lembrada nestas coisas. E como isto não é só ser nomeada, há que merecê-lo, aqui vou eu responder ao desafio.

Começo por enumerar 11 factos aleatórios sobre mim:

1- Os meus super-heróis preferidos são o Homem-Aranha e o Batman
2- Não consigo gostar de tomate fresco por muito que me esforce (mas cozinhado vai)
3- Sou a pessoa com o sentido de humor mais twisted que conheço e tenho sempre uma resposta ou uma piada menos lícita para todas as situações (e normalmente dá asneira)
4- Digo demasiados palavrões, mas dá-me gozo e não tenciono parar nos próximos tempos
5- Adoro morar sozinha e achei que ia ser uma rebaldaria quando me visse a sós com a minha casa, mas eu sou uma patroa do pior e não me dou descanso enquanto não está tudo orientado e arrumado e limpinho. Resultado, passo dias sem ligar a televisão e já dei por mim a responder a e-mails de trabalho na cama antes de dormir. O dever acima de tudo.
6- A minha maior fantasia, se ganhasse o euromilhões, era pegar nas minhas ladies e levá-las às compras a Nova Iorque.
7- Descobri que era claustrofóbica ao experimentar a cabeça de uma mascote que criámos numa agência onde trabalhei. Ofereci-me para vestir o fato para tirarmos umas fotos mas mal enfiei a cabeça tive de a tirar, não conseguia respirar. Lá se vai o sonho de ir para a DisneyLand fazer de Mickey ou de Pato Donald... Agora só posso ser uma princesa mesmo.
8- Falando em princesas da Disney, a minha preferida vai ser sempre a Pocahontas, mas todos os quizzes do facebook dizem-me que eu sou a Bela, infelizmente sem a biblioteca que o monstro lhe deu. Sim, eu sei que é só um desenho animado. Ainda assim fico a roer-me de inveja.
9- Eu acreditava em magia quando era pequenita, e um dos exemplos mais descarados era quando ouvia a gaita do amolador e eu pensava que era uma espécie de despertador para fadas. Sim, eu acreditava que elas andavam aí. Também procurei os glutões do Presto durante a lavagem da roupa mas nunca vi nenhum.
10- Não me preocupa muito envelhecer, preocupa-me mais ficar com aqueles pêlos duros no queixo como a minha prima Nini tinha. Era um amor de pessoa, mas dar-lhe dois beijinhos era um tormento.
11- Estava a preparar um post sobre alguns factos acerca de mim quando fui confrontada com este desafio e pensei "Guilhim, já me tramaste melher" (o que vale é que lá encontrei coisas diferentes e daqui a uns tempos publico o outro post)

As respostas às perguntas da Guilhim:
1. Livros ou Kindle?
Livros, sempre. Tenho e-books no ipad mas nunca me apetece ler ali, gosto de virar as páginas, senti-las a passar pelos dedos e o cheirinho do papel e tinta tóxica

2. Praia ou Piscina?
Praia. Não há discussão possível.
3. Água ou Vinho tinto?
errrr.... Empate?
4. Carro ou Mota?
Preferencialmente ir a pé.
5. Sapatos rasos ou Saltos altos?
O salto alto faz maravilhas pelo meu rabo e eu adoro ver-me nuns, mas uns rasos são sempre mais confortáveis. Há dias em que só me apetece saltos altos, mas na grande maioria vence o conforto.


E agora vou nomear...
Latitudes
Patrícia e a Lima (esta menina acabou de chegar à blogosfera e tem muito para dizer, vão lá visitá-la)

E por fim, as minhas perguntas
1. Quando eras pequena o que querias ser quando fosses grande?
2. Qual dirias ser o teu maior talento?
3. Qual a tua citação preferida?
4. O que mais gostas de cozinhar?
5. Quais os cinco livros que levarias contigo para uma ilha deserta e porquê?

Enjoy!

segunda-feira, 9 de março de 2015

Este fim-de-semana...

Começou mais cedo, na sexta. Comi muito, muito. Feijoada, sushi, cozido à Portuguesa. Fiz um pic-nic de hamburguers do McDonald's no chão da minha sala. Fui ao ginásio para que o estrago não fosse tão grande. Emagreci, por incrível que pareça. Fui às compras à Zara mas não comprei nada para mim (mas babei com tanta coisa...). Apanhei sol. Ri muito. Abracei muito e beijei as minhas pessoas. Estive com a família. Estive com os meus irmãos. Vi o Benfica a ganhar. Partilhei uma garrafa de Martini numa noite de raparigas. Limpei a casa. Bebi (demasiado) vinho. Dormi muito pouco. Tive duas enxaquecas. Curei-as no sofá e na cama e muito sossego. Arrumei papéis. Marquei os cortinados para os encurtar (e estou cheia de medo de fazer eu isto, confesso, mas vou fazer). Comi mousse de after-eight. Comi bolo de laranja. Cantei os parabéns. Calcei as mesmas botas o fim-de-semana todo. Li e vi TV. Planeei alguns passos futuros. Enjoei da comida e bebida toda e ainda hoje o estômago se queixa. Mas repetia tudo, se pudesse. 
Boa semana

segunda-feira, 2 de março de 2015

Olá Março

O ano começa a aquecer, e Março promete desde já uns dias de quase-calor para nos dar um cheirinho a primavera.

Tenho de deixar uma nota sobre Fevereiro. Foi um mês e pêras.

Foi o mês em que comecei a aventura de viver sozinha, de enfrentar medos, de fazer orçamentos e organizar-me. Tem sido uma profunda aprendizagem e sinto mesmo que cresci uns centímetros nos últimos tempos. Tenho trabalhado muito e dormido pouco, e os fins-de-semana têm sido passados num recolhimento maior que o habitual, mas foi um mês onde comecei a sentir visivelmente que o meu esforço tem compensado. Nestes dias aconteceram várias coisas, fui ao teatro, almocei com uma querida amiga, fiz um workshop de maquilhagem e descobri que tenho jeito para a coisa, treinei no ginásio feita doida e o meu corpo começa a demonstrar resultados, fiz muita comida vegetariana só para mim e comi demasiados chocolates e algum sushi. Mas foi um mês muito feliz e cheio de conquistas. Não me quero esquecer nunca.

(também não resisti e comprei estas duas ilustrações da Sandra Juto)

Para Março só desejo a continuidade.
Aguarda-me uma visita muito especial já na próxima semana, esta menina vai ficar lá em casa por alguns dias e vai ser tão bom matar saudades. Espera-me um desafio no trabalho e outros de mim para mim.
Estou calma, estou feliz. Março começou.
Vamos embora!