quarta-feira, 23 de abril de 2014

Dia mundial do Livro

 (imagem daqui)

Livro escreve-se sempre com letra grande. Desde antes de saber ler já eu amava livros, respirava livros, perdia-me nas páginas cobertas de letras e imaginava como seria desvendar os caracteres e entrar nesses mundos perdidos. Sei que seria feliz se vivesse numa biblioteca (cheia de alergia, mas feliz). E sinto-me sempre bem numa casa com livros. Tenho uma parede da sala que é mais livros que estante. E não me canso de trazer adições à minha já larga colecção que encaixo nos espaços livres que descubro. Tenho uma pilha de livros para ler e adoro a sensação de vê-la a crescer. Talvez por isso hoje não tenha sentido nenhum pejo em aproveitar a promoção da Wook e comprei já 3 livros, enquanto aguardo que me seja entregue outro livro que já pedi há tempos no book depository. E andamos assim. Tudo o resto pode ruir, complicar-se, mas enquanto tiver um livro eu sei que estou bem.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Porque tenho um blog? (parte II)

Hoje retomo esta temática porque, depois de um fim-de-semana de Páscoa, de demasiado chocolate no sistema, de jogos da bola e a vertigem do Benfica vencer o campeonato, percebo que tenho saudades do blog e quero voltar com este assunto arrumado. Por isso peço-vos mais um pouco de paciência para o texto que se segue, que no fundo responde à tal questão, "porque tenho eu um blog?".
Comecei o Box há quase 3 anos. A ideia era ser um blog complementar do anterior, apenas mais virado para a criatividade. Este blog nasceu de um momento de impasse, da necessidade de me superar, de sair da minha rotina e perseguir novas capacidades. Na altura pensava procurar suporte para poder trabalhar por conta própria porque me sentia um pouco desmotivada. Experimentei costurar, fazer alguns trabalhos manuais, desafios de fotografia e desenho. Algumas destas coisas eram a minha cara, outras acho que precisava apenas de as experimentar para as por de parte, mas todas foram essenciais ao meu crescimento. Algures no processo, dei por mim a apaixonar-me pelo meu trabalho, evoluí, aprendi muito, contruí um óptimo ambiente com os meus colegas e amigos e tenho hoje uma rotina que me faz sentir integrada e satisfeita. Mas claro que eu continuei sempre a querer escrever um blog, mesmo que o objectivo tenha mudado ao longo dos tempos. Não quero que o meu blog seja o depósito de energia negativa, não quero que seja blog (só) de desabafo e parvoíce, não quero que seja o meu negócio (mas se me trouxer projectos novos serão sempre bem-vindos), quero apenas que seja o meu lugar para me expressar criativamente, seja através de palavras, de fotografia, de desenho/ilustração, de DIYs, de vos mostrar coisas que gosto, de costura (atrevo-me a experimentar novamente?), etc.. Tenho o blog porque sim. Porque não? Já é um amor com quase 9 anos e não me canso dele.
Sim, é imperfeito, o Box não é o blog da Alisa Burke, ou o da Constança, não é o Cup of Jo, ou o Beautiful Mess (I wish!), é o meu. Com todas as imperfeições que eu possa ter, com todas as falhas que vejo ainda nas imagens que publico e nas coisas que faço. E continuo a querer expressar-me criativamente, continuo a querer ter algo fora da rotina, mas percebo que o quero com mais calma. Acho que desde o início do ano até agora sentia uma ânsia em cumprir a agenda do blog, sentia-me culpada se não publicasse aquele desenho, se não escrevesse aquele texto, se não tivesse uma imagem criada por mim para todas as ocasiões festivas. E não pode ser assim, o meu blog não se pode transformar no meu emprego. Claro que quero que tenha conteúdos de jeito, quero escrever bem, ter boas fotos, mas não é um blog profissional e não posso viver em função do que não faço para ele. Apenas quero poder arranjar espaço para o Box, continuar a celebrar a criatividade, continuar a partilhar, sem pressão, sem pressa, sem medo.
Hoje, ao ler o post da Fedra no Doce para o meu doce esta frase ficou-me: "Mesmo que o resultado final não seja o pretendido, é sempre muito gratificante entregarmo-nos a uma actividade em que exploramos a nossa criatividade, na qual nos concentramos a 100% e esquecemos um pouco o mundo." E isto fez-me pensar no último DIY que fiz em casa e tentei fotografar para o blog e foi tão esforçado e dramático, e com tantos obstáculos que ainda nem o consegui publicar com tanta frustração. E o resultado até ficou bom (flaws and all)! E percebi que o blog está a exercer em mim uma pressão completamente desnecessária e esse nunca foi um objectivo meu. Foi um verdadeiro wake up call, e assim que percebi isto dei por mim a pensar em tanta coisa que gostava de partilhar, que gostava de fazer. E voltei a sentir aquele nervoso bom de mostrar as minhas coisas por aqui.
Sinto que vêm melhores dias agora que fiz as pazes comigo mesma. E não poderia ter resposta mais óbvia que esta...



(translations will return soon)

domingo, 20 de abril de 2014

Benfica

Não é costume eu vir para aqui com conversas clubísticas, mas tinha de destacar este dia no calendário. Sou do Benfica desde que nasci, algo herdado da família, mas a paixão é algo que não se explica e desde que me lembro que tenho amor ao meu clube, cresci a ir a jogos, a fazer natação, ginástica e patinagem no antigo estádio, e o Benfica faz parte da minha vida. 
E hoje, pela primeira vez nos meus 31 anos, vi o meu clube a ser campeão no estádio, ao vivo e a cores. Tive a sorte de conseguir bilhetes para o jogo e levei o meu pai comigo. Vê-lo gritar golo com os olhos a brilhar e saltar de alegria na bancada ainda é o que me deixa mais feliz, mas ganhar o jogo, o campeonato, e ainda assistir ao espetáculo da entrega da taça com a alegria de milhares de pessoas e dos jogadores é fantástico, uma euforia inexplicável. O futebol faz isto às pessoas. :)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Repost: Porque tenho eu um blog?

Este blog anda com uma crise existencial de todo o tamanho. Ando há muitos dias quase a escrever, quase com ideias para posts, quase com vontade. E tenho reflectido muito sobre o que quero fazer com o blog e porquê. Numa fase em que a blogosfera evolui para marcas e negócios, em que há um foco no lifestyle e na qualidade dos conteúdos que se produzem, em que cada vez mais damos a nossa cara, abrimos as portas das nossas casas, e para as nossas vidas, confesso que me senti perdida nos meus objectivos. Nos primórdios da minha blogo-experiência, o blog era uma brincadeira, uma maneira de me manter em contacto, de dizer o que penso. E hoje fui pescar ao meu defunto blog, "A sequela", um texto que fiz sobre esta temática há cerca de dois anos. Espreitem lá o que me passava pela cabeça na altura...

"Comecei o meu primeiro blog em Setembro de 2005. A minha amiga S. tinha acabado de partir para os Estados Unidos para estudar e como ela criou um blog com comentários fechados apenas a users para fugir ao spam, e eu criei este perfil para poder comentar e comunicar mais com ela, e já que ali estava, vá de criar um blog também. Teve tantos nomes esse primeiro blog, mas acabou por ficar o "Pensamentos analógicos" que partilhei inicialmente com uma pequena mão cheia de amigos, serviu de troca de ideias entre mim e amigos que entretanto também aderiram à blogo, trouxe algumas pessoas novas com quem ainda vou mantendo o contacto, foi bom. Nessa altura a blogoesfera era um sítio de muito boa educação. Lembro com saudade um antigo blogger que entretanto soube que faleceu, cujo primeiro comentário no "Pensamentos" foi a pedir licença para comentar... Achei um mimo mesmo. De vez em quando lembro-me dele e das palavras da mulher dele quando nos deixou a triste notícia do seu falecimento. Enfim, é a vida, não há nada a fazer...
Depois cansei-me, sentia que o que eu escrevia não me ia levar a lado nenhum, estava numa fase de desmotivação geral em relação a tudo e decidi fechá-lo para abrir "A sequela". E aqui estou muito bem. 
Se o meu blog fosse um sítio seria um alpendre (tenho uma queda por alpendres), com paredes de madeira branca, trepadeiras, sofás confortáveis, onde eu posso dormir uma sesta e não preciso de trancar a porta porque todos são bem-vindos. Há sempre comida e bebida no frigorífico para quem me visita.
O meu blog é também ele parte de mim, da minha personalidade, do meu coração. Nunca tive a intenção de crescer muito (nunca publicitei o meu blog, o máximo que faço é comentar em blogs alheios e tive sorte de algumas dessas pessoas espreitarem e gostarem do meu alpendre), nem de fazer do blog um instrumento de trabalho, se bem que agora vejo que ainda é um meio bastante válido para o fazer e já penso nisso noutros termos daí a criação do Box, onde divulgo toda a minha actividade criativa, boa ou má, a todos os níveis, na esperança de evoluir, talvez ganhar alguma visibilidade para dar outros passos antes impensados.
O meu blog nunca serviu para dizer mal ou entrar em despiques (como já aconteceu noutros blogs), e, mesmo concordando com alguns comentários/críticas que já foram feitos a outros bloggers, nunca me deu para aí simplesmente. E os poucos comentários maldosos que já recebi fizeram-me mais rir do que chorar.
O meu blog não é um blog de actualidades, não é blog de crítica, muito menos um fashion blog. É um blog de conversa, por vezes amena, por vezes de disparates, por vezes de reflexões e episódios diários, e por vezes também de desabafos. Desabafos esses que são meus, acerca de mim essencialmente, e se nem sempre digo exactamente do que se trata, é porque também há coisas que não quero expor declaradamente. 
Eu subscrevo inteiramente o que digo no meu blog. Tudo o que escrevo vem directo do coração, e a censura é muito pouca (por vezes já apaguei posts por serem demasiado agressivos, lá está o cérebro a aplicar a sensatez).
Por isso gostava só de frisar, e esta mensagem tem um destino muito específico, que tentar usar o meu blog como arma de arremesso contra mim não funciona. O meu blog não é o meu esconderijo. É a minha casa, aquela casa grande que infelizmente não tenho na vida real mas que na virtual é suficientemente grande para todos os que me queiram visitar. Mesmo para quem vem dizer mal. E há sempre comida e bebida no frigorífico. 
Obrigada a quem me lê, a todos. Não sabem o que significa para mim ter visto aquele número de seguidores aumentar com o tempo, coisa que jamais pensei ser possível. Este blog trouxe-me tantas alegrias, são incontáveis e só sei estar grata por isso."
 
Nesta altura estava obviamente incomodada com algum assédio de que fui alvo naquela altura, mas pondo isso de parte, noto que algumas coisas mudaram e algumas ainda são as mesmas. Por exemplo, continuo a sentir que o meu blog é um alpendre, onde podemos lanchar, ler um livro, escrever cartas, sonhar em voz alta, rir, desenhar, sentar-nos em silêncio a ouvir os passarinhos, enfim, o que apetecer, o que inspira, o que se sente. Mas já não ando a desabafar toda e qualquer parvoíce que me apetece (ainda vão algumas, mas são menos), acho que já não faz sentido. Mas confesso que neste momento já não sei bem porque tenho um blog. Inicialmente tinha um objectivo muito específico, agora não quero guiar-me cegamente por um objectivo apenas porque isso me parece limitar. E quero que a Box seja algo mais fluido e que vá desenvolvendo comigo, mas ainda não sei bem para onde. Creio que é um daqueles casos em que o caminho faz-se caminhando.
Haverá certamente novo post sobre isto. Afinal, preciso de uma versão actualizada a esta questão. Porque é que tenho um blog?

(Ah! E por agora, suspendo um pouco as traduções, preciso de perceber melhor a minha voz e só depois traduzi-la.)
 
 

terça-feira, 1 de abril de 2014

Happiness

Estou há alguns dias a querer partilhar isto convosco, mas tem sido difícil apanhar um momento para escrever  com a calma que o assunto merece (curiosamente, a partir do momento em que digo que estou sem grande ânimo para escrever, desato a fazê-lo quase diariamente - isto deve ser alguma espécie de psicologia invertida).
Adiante, há uns dias a Nicole (a minha amiga super talentosa, já gostam da página dela no facebook?) publicou este artigo e achei-o tão verdadeiro que fiquei absorvida. E através dele, cheguei ao blog da Fernanda, o FÊliz com a vida, que entrou directamente para o meu top de preferências. Tive de o ler do início e não parei até ler os posts todos, a Fernanda consegue por por escrito muitos pensamentos que tenho e não consigo ordenar no meu cérebro agitado. 
Gostei particularmente da forma como ela encara a vida, e da reflexão que a levou a despedir-se, colocar a vida toda numa mala e partir mundo fora a viajar e a pesquisar sobre a felicidade. Porque a Fernanda não era infeliz, mas viveu a vida toda com objectivos tão específicos, que quando os atingiu pensou "e agora? O que vem a seguir?". E é uma questão que a minha geração enfrenta diariamente. As hipóteses de crescimento profissional e tradicional parecem escassas com a crise, o mundo está cada vez mais pequeno, as hipóteses de explorar o mundo aumentam e se ainda por cima é possível trabalhar e produzir em qualquer canto, como resistir ao apelo? By the way, se não conhecem, espreitem o blog da Rafaela, que está a fazer um projecto semelhante, a aproveitar o facto de ser freelancer para viver noutros países durante 1 ano. 

Voltando ao FÊliz com a vida, aconselho que o leiam, espreitem a pesquisa e leiam este post e este também. Referi no post anterior que tenho andado a pensar muito sobre a minha vida, e essas reflexões pareciam ter réplica nos textos dela. Há coisas que não podem acontecer por acaso. E acho que este blog apareceu na minha vida na altura certa. E uma pessoa de repente sente que o mundo pode ser conquistado de mochila às costas. É apenas uma questão de querermos, e de sabermos o que nos faz feliz.

(com isto não quero dizer obviamente que vou largar tudo e fazer-me à estrada, mas num mundo em que parecemos tão limitados, é refrescante ver que existem outros caminhos, menos ortodoxos, mas que fazem tanto sentido. E as possibilidades abrem-se perante nós.)

(via)