terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Então e o Natal?

Antes de mais peço desculpa por não ter conseguido vir aqui ou à página de Facebook do blog desejar um bom Natal a todos. A última semana foi de loucos mas ainda assim, imperdoável eu sei. 
Em seguida, tenho de dizer que, depois de sobreviver à loucura da época Natalícia deste ano tomei a decisão que para o ano que vem tenho MESMO de tirar férias. Cansei-me de não conseguir responder atempadamente a e-mails, não desejar feliz Natal na altura que queria às pessoas que queria, não comentar nos blogs que gosto, não desenhar, não nada. Já bem me basta a rotina do dia-a-dia que também me limita o tempo. O Natal do ano que vem vai ser mais calmo, nem que seja à força. 
Por isso para o ano tiro logo o antes e o depois. Cheguei à conclusão que desde que trabalho nunca tiro férias nesta altura e nunca consigo descansar verdadeiramente, nem escrever posts, nem curtir a época com o gozo que merece. 


Era só isto, para começar. Agora bora lá falar das coisas.

O meu Natal foi exponencialmente melhor do que o esperado. Não sou uma descrente da época mas já aprendi a não ter grandes expectativas, as crianças andam a crescer, já não acreditam no pai Natal, e já assisti a muita desavença familiar e muitas confusões nesta época para acreditar que poderia ser mais do que a típica noite em família (com a malta a discutir e afins). 
Por isso estava longe de imaginar que este Natal seria tão bom como foi. Porque estávamos todos bem dispostos. Porque não nos víamos há um bom bocado e mesmo assim parecia que nos tínhamos apenas encontrado no dia anterior. Um espírito descomplicado de convívio familiar estava no ar e todos estávamos simplesmente bem e sorridentes. Mas a maior surpresa e alegria da noite foi a visita mais ou menos inesperada da minha tia-avó e os meus primos, com quem não estamos tantas vezes como gostaríamos. E uma noite que era banal, animou mil vezes com aquela que foi a melhor prenda de todas. 
O dia de Natal foi diferente, com aquela família que se está a tornar aos poucos mais minha. Muita comida, muito riso, muito boa disposição e a alegria das crianças pequenas que lutavam por ficar ao meu lado à mesa. Um Natal diferente mas igualmente alegre e caloroso. E um novo começo cheio de promessas.

Portanto não me posso mesmo queixar. Sou uma sortuda por ter ainda tanto amor e tanta coisa boa por ansiar nesta época (incluindo umas prendas bastante jeitosas). E ainda pude ter um fim-de-semana mais descansado para compensar as loucuras da época. Agora, e apesar do ritmo hoje apertar um pouco mais comigo porque 2016 está à perna e com ele, o tal projecto que vai ser lançado ao mundo, quero levar estes últimos dias do ano com a calma e a tranquilidade que merecem. Ocupados sim, mas não frenéticos. 

E há tanta reflexão para fazer acerca do ano que passou, e o melhor workbook de sempre para preencher com desejos e esperanças para 2016, mas isso fica para outro post.

Para já desejo-vos uma boa semaninha (que espero que seja de muito descanso e mimo) para todos e até já! 

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Fall recap

Andava eu aqui a rever o meu post cheio de coisinhas que queria fazer para o Outono e dei-me conta que devo ter cumprido... menos de metade?
Uma casa por reorganizar, um novo projecto, e dificuldades inesperadas na adaptação a uma nova vida profissional deixaram menos tempo disponível para alguns dos prazeres que tinha planeado para esta fase. 

 Ainda assim não foi menos gozado e aproveitado.


E decidi recapitular o meu Outono, porque é a minha estação favorita que se está a despedir, e este ano foi maravilhosamente luminosa e quente, e sinto que não me posso esquecer das coisas boas que este me trouxe.

1-  Não fiz bolachas, vinho quente, ou tarde de abóbora, mas fiz maçãs assadas e crumble de pêra e morangos que valeu por elas todas, e pizza caseira com um pequeno par de mãos a ajudar;

2- Não vi Os Monty Python, mas vi as edições alargadas do Senhor dos Anéis em vários serões;

3- Aproveitei o Halloween em grande tal como tinha planeado;

4- Fiz castanhas no S. Martinho, e comi-as também em casa de amigos com bolos e tremoços (combinação imbatível);

5- Não pendurei cortinados ou arrumei fotos ou a arrecadação, mas reorganizei a sala, mudei as coisas de lugar, e está ainda mais bonita;

6- Não fiz decorações mas enchi a árvore de Natal de cores e combinações improváveis, numa noite deliciosa, em pijama e a ouvir o álbum A very She & Him Christmas (mas no próximo ano quero mesmo mudar tudo, e fazer algumas também);

7- Voltei a mergulhar doentiamente num livro (este) e fico sempre maravilhada com a capacidade que os livros têm de nos fazer mergulhar noutros mundos e despertar tanta coisa em nós;

8- Coloquei o edredão na cama. E há lá melhor coisa! Sou tão mais tranquila e durmo exponencialmente melhor com agasalhos quentinhos durante o sono;

Este outono encheu-me de alegria e bons momentos. Há tanto mais que está nas entrelinhas mas não vos vou aborrecer com detalhes (entre outros que quero guardar para mim).
Depois deste Outono tão sereno estou cá com um feeling que o Inverno será duro, mas estou pronta para ele. Até porque o Inverno traz o Natal, e eu vou ignorar que tenho ainda uma quantidade razoável de prendas por comprar, e pensar apenas nas festividades, no calor de estar com a família, e na comida,como é óbvio.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Big Magic!

(Imagem: do meu Instagram do blog)

Sempre gostei bastante de falar e escrever acerca dos livros que lia nos meus blogs anteriores, mas não sei porquê, neste não o faço com essa frequência. Por isso aqui vai uma pequena review pelo gozo da coisa.

Antes de todas estas recentes mudanças da minha vida, chegou-me à caixa de correio o novo livro da Elizabeth Gilbert (quem não conhece, a autora do famosíssimo Eat, Pray, Love), Big Magic, que conta toda a visão refrescante da autora sobre uma vida criativa e artística.
O livro, em jeito de conversa íntima entre amigos, está repleto de pequenas histórias, de exemplos de vários artistas que foi conhecendo ao longa da vida, do confronto com os medos e com a certeza que tudo o que sempre quis fazer foi escrever, mas acima de tudo o que me fez gostar mesmo deste livro é como a personalidade da autora e a sua forma pacífica de viver a vida são tão transparentes. Lemos este livro e sentimo-nos acarinhados e transportados para um lugar seguro, onde as nossas ideias não são parvas ou ridículas, e onde parece que a Elizabeth nos lê a mente.
Ela fala-nos acerca de aceitar o processo criativo como ele é, de acreditar que as ideias e a criatividade são como energia que passa por todos nós, de que devemos sempre dar o nosso melhor, não interessa quantas vezes fomos rejeitados, de não considerar que o trabalho criativo seja o "nosso bebé", ou sequer "nosso", é algo que libertamos no mundo, e essencialmente, ser feliz com o que se faz.
É uma boa reflexão a partir de uma pessoa que rejeita o epítome do artista torturado e vive numa crença absoluta de que somos criativos pela alegria de podermos ser criativos apenas.
Não posso falar muito do livro sem entrar em detalhes que merecem a pena ser lidos em vez de contados deficientemente num post. Deve absorvido calmamente, como fui fazendo ao longo de quase dois meses de leitura tranquila. Não foram poucas as vezes que este livro me arrancou algumas gargalhadas e sorrisos solitários sob o meu candeeiro da mesa de cabeceira. Apenas posso dizer que o recomendo para todos os que querem seguir uma vida criativa e que lutam contra a sua auto-estima ou legitimidade (ela faz questão de nos dar livre-passe para sermos criativos e fazermos - bem ou mal -  o que queremos fazer) ou até, que queiram ver o mundo artístico de uma maneira diferente. Ainda pode dar uma boa prendinha de Natal! ;)

domingo, 6 de dezembro de 2015

Saltos de fé e a vida como ela é

Votei este blog ao abandono. Não houve um único dia em que não pensasse neste meu canto e no quanto queria voltar a escrever e a partilhar por aqui. Mas foram uns dias difíceis, devo confessar. 

Andei cerca de duas semanas meio perdida no meu mundo, onde me recolhi por uns tempos a lamber feridas. Feridas essas que nem sei bem o que eram, apenas a necessidade enorme de me sentar e perceber as voltas que a minha vida deu nos últimos tempos e foram tantas. 
Acho que não (re)conhecia a minha capacidade de adaptação às situações. A verdade é que por muito que o novo emprego tenha sido desejado e a mudança tenha sido feita com consciência e vontade, não foi uma fase fácil, eu já me tinha esquecido o quanto custa e o quanto eu detesto mudar. 
As saudades do meu velho canto, o medo do desconhecido, o estar num ambiente mais formal, quieto, lembrar-me de mil procedimentos, tentar não dar barraca (ups, claro que aconteceu, mas nada de grave), a falta dos meus amigos de trabalho, de estar mais perto de casa, a estranheza de estar num local tão cheio de gente em Lisboa, a poluição, o trânsito, e ainda todo um cansaço acumulado do meu anterior emprego (que eu adorava, mas ainda assim, me sugava as energias), começaram a deixar-me absolutamente sem energia para nada, andei deprimida e saturada e não sabia muito bem o que e como sentir. 
Agora sinto que tudo acalmou um pouco, que posso respirar, que há coisas que se começam a automatizar e finalmente começo a descomplicar e a aligeirar as coisas. 

Mas claro, descansar não é bem para mim. No meio desta fase de adaptação vou preparando o Natal, vou mudando a casa para que haja espaço para tudo de todos, já passei serões a montar móveis, a cozinhar, a limpar a casa, porque nada pode parar, e, por fim... decidi juntar-me a um projecto que me faz sair completamente da minha zona de conforto. O meu cérebro anda a mil mas estou satisfeita de andar dedicada a tudo isto. Agora, porque há uns dias atrás andava meio louca a pensar porque me meto em tanta coisa ao mesmo tempo e afinal o que quero eu da vida? 

Bem, aparentemente quero tudo, ou pelo menos quero arriscar um pouco antes de desistir. E percebi que por muito que o meu corpo e mente ainda estejam exaustos, eu preciso de aproveitar as oportunidades que surgem. Quanto ao novo projecto, estou com medo, porque pela primeira vez sinto que não posso desistir, não depende apenas de mim nem é um dos meus projectos-passatempo, é um compromisso sério com outras pessoas. E é tão assustador como entusiasmante. A seu devido tempo vou dar novidades e explicar tudo, mas por enquanto, ainda há muito trabalho de bastidores a ser feito e eu ainda ando a tentar atinar com a minha rotina para que consiga encaixar tudo o que preciso de fazer.

Não prometo regressos em grande porque o meu blog segue um pouco os meus caprichos e disposição do momento. Para já posso dizer-vos que me sinto a conquistar uma dura batalha contra mim mesma e contra as minhas inseguranças e receios. Estou a encarar a vida de frente a assumir que consigo. Um passo de cada vez.

Hoje escrevo-vos com este céu de Outono maravilhoso a entrar-me pela casa enquanto estou encolhida na minha manta para afugentar o frio. Preparo-me para um fim-de-tarde a trabalhar e a criar e tento fazê-lo com a maior paz possível. Vou aparecendo sempre que puder mas fica já aqui um desejo sincero que este mês de Dezembro seja quente e luminoso. Até já!