Não, ainda não pari. Tanto quanto sei, o pequeno continua encantado com o T0 que é o meu útero e não tem grande vontade de conhecer o mundo cá fora. Ando longe e distante porque nos dias que correm as sinapses já não funcionam como antigamente. Não sei se é do calor, se é de ter esta barriga de melancia a desequilibrar o meu centro de gravidade, a verdade é que mal durmo, mal mantenho um raciocínio e a vontade de fazer seja o que for que não implique preparar a casa e a chegada do miúdo parece-me demasiado cansativo (nesta altura já são tarefas automáticas, por isso, é quase como um passeio no parque...).
Não que não me interesse por outras coisas e outros afazeres, mas realmente sinto que neste momento não dá, e mais do que nunca, há que respeitar a vontade do corpo e dar-lhe alguma tranquilidade nesta fase. Nem me tem apetecido postar no instagram...
Mas não significa que não ande razoavelmente activa, apenas cansada demais para ter uma vida social mais intensa (perdão a todos os que tenho deixado pendurados nestes dias), para grandes deslocações ou até conversas mais profundas sem desatar a bocejar ou a deixar a mente vaguear.
Os meus esforços concentram-se essencialmente em escrever, ler e descansar/ver tv nestes dias (vou tentar esquecer que andei o fim-de-semana todo a ver o Botched no canal E!), e tentar retomar a prática do yoga pré-natal que descobri no Youtube e gosto bastante.
Queria com este post apenas dizer uma ou duas coisinhas...
- A Susannah Conway (ainda preciso de a apresentar?) lançou um Mid-year check para complementar o Unravel the year. Sendo fã deste processo e este ano ando super certinha com isto, estou a adorar escrever, especialmente porque a primeira metade do ano foi muito baseada na minha gravidez e em muitas aprendizagens que tenho feito a nível de vida familiar e estar a fazer um balanço parece-me uma boa antecipação para a próxima fase em que serei mãe e sabe-se lá o que me vai passar pela cabeça entretanto... Quem quiser, é so seguir o link e agarrar.
- Comecei a ver o This is us mas ainda não me apeteceu chorar baba e ranho. Deve ser lá mais para a frente, não?
- Tenho feito algumas aguarelas com a minha enteada e devo dizer que é das tarefas mais deliciosas dos dias que correm. Passar por este processo com uma criança é super divertido. Ambas evoluímos e divertimo-nos e estreitamos cada vez mais a nossa relação. Mostrarei algumas coisas em breve.
- Estou a ler o livro desta moça e estou a adorar cada parágrafo. Apetece-me oferecê-lo a toda a gente e ainda só vou a meio.
- Não sei se é do nesting ou o raio que o parta, mas mais do que nunca ando numa loucura de voyeurismo imobiliário e passo a vida a perder-me em revistas e sites de decoração e a ver o Property Brothers e a imaginar como seria viver aqui ou ali, ou que obras faria, ou que casas compraria. Quero muito um jardim, mas infelizmente agora não dá. Alguém sabe como é que se desliga isto?
- Começo a ter uma ansiedade crescente em conhecer o meu filho e começar finalmente a usar as coisas que andam preparadas há séculos. Parece que ando a encenar um espetáculo há semanas e nunca mais chega a data de estreia. Ando mais atenta que nunca aos sinais do meu corpo mas sempre que posso, durmo, descanso, dou-me uma folga. O calor ajuda à letargia.
- Por fim, e numa nota muito maricas e pessoal, ando encantada com a dose de amor, carinho e generosidade dos meus amigos e conhecidos para comigo e com o pequeno. Tenho recebido um apoio maravilhoso, prendas deliciosas, e juro que não sei o que fiz para merecer esta generosidade tão grande de tantas frentes. Sou uma sortuda do caraças.
Tentarei voltar assim que ganhe ânimo ou vontade ou me apeteça dizer disparates ou coisas úteis (o que vier primeiro).
Boa semana meus amigos!
segunda-feira, 17 de julho de 2017
quarta-feira, 12 de julho de 2017
Anne, com E
O Netflix veio para tornar a minha vida melhor, não tenho dúvidas.
Se há dias em que odeio a forma como o sistema tem falhas, bloqueia, não mostra a lista completa de filmes e séries, tem todo um outro lado que me entusiasma, em particular, esta coisa de dar voz e espaço a produções novas e diversificadas. (trouxe o Gilmore girls de volta e só por isso tem o meu amor incondicional).
E a Anne with an E, uma nova abordagem ao clássico "Ana dos cabelos ruivos", que foi SÓ o desenho animado que mais me tocou em criança tinha tudo para e encher as medidas, e quando li o primeiro livro da saga há uns anos, foi um dos poucos livros que me fez chorar, mas admito... Não sabia muito bem o que esperar dali.
Haviam algumas coisas garantidas, a paixão pela vida, o entusiasmo, os delírios e sonhos de olhos abertos da pequena Anne que adoraria chamar-se Cordelia e vestir vestidos de mangas tufadas, que se perde na leitura e na fantasia e entusiasma-se com as pequenas coisas e faz as perguntas mais inusitadas.
Mas o que poderia realmente mais uma série acrescentar àquilo que já conhecemos desta adorável miúda?
Aparentemente, bastante, fiquei agradavelmente surpreendida com a perspectiva fresca, muito feminina - e feminista - com que contam a história.
Começa logo no primeiro episódio, quando a Anne, sabendo que os irmãos que a adoptaram queriam um rapaz para ajudar na quinta e a querem devolver ao orfanato, dispara que pode fazer o trabalho ela, que é rija e forte e pode fazer o que qualquer rapaz faz também.
E depois vão surgindo subtilezas aqui e ali. Os preconceitos da pequena sociedade fechada para com a miúda órfã, o desespero juvenil das mudanças do corpo, da adolescência numa época em que esta fase era vivida em segredo, os pensamentos progressistas e a luta pela afirmação, pela igualdade feminina, e inclusive... uma menção muito óbvia à homosexualidade, cuidadosa e desprovida de preconceitos, porque a Anne é mesmo assim - há uma série de detalhes que não existam antes mas que foram insinuados com tanto cuidado e tão bem incorporados na história que não destoam com a história fantasista e alegre daquela miúda cheia de imaginação.
Devorei a série em 3 tempos, foi uma viagem ao passado, a piscar o olho ao futuro. Se também cresceram com as aventuras da Anne, vejam esta série, não se vão arrepender. A pequena actriz principal, Amybeth McNulty, é a personificação perfeita da personagem, e aquele genérico inicial está absolutamente delicioso,o verdadeiro eye candy. Faltará muito para a próxima temporada? Estou rendida.
E a Anne with an E, uma nova abordagem ao clássico "Ana dos cabelos ruivos", que foi SÓ o desenho animado que mais me tocou em criança tinha tudo para e encher as medidas, e quando li o primeiro livro da saga há uns anos, foi um dos poucos livros que me fez chorar, mas admito... Não sabia muito bem o que esperar dali.
Haviam algumas coisas garantidas, a paixão pela vida, o entusiasmo, os delírios e sonhos de olhos abertos da pequena Anne que adoraria chamar-se Cordelia e vestir vestidos de mangas tufadas, que se perde na leitura e na fantasia e entusiasma-se com as pequenas coisas e faz as perguntas mais inusitadas.
Mas o que poderia realmente mais uma série acrescentar àquilo que já conhecemos desta adorável miúda?
Aparentemente, bastante, fiquei agradavelmente surpreendida com a perspectiva fresca, muito feminina - e feminista - com que contam a história.
Começa logo no primeiro episódio, quando a Anne, sabendo que os irmãos que a adoptaram queriam um rapaz para ajudar na quinta e a querem devolver ao orfanato, dispara que pode fazer o trabalho ela, que é rija e forte e pode fazer o que qualquer rapaz faz também.
E depois vão surgindo subtilezas aqui e ali. Os preconceitos da pequena sociedade fechada para com a miúda órfã, o desespero juvenil das mudanças do corpo, da adolescência numa época em que esta fase era vivida em segredo, os pensamentos progressistas e a luta pela afirmação, pela igualdade feminina, e inclusive... uma menção muito óbvia à homosexualidade, cuidadosa e desprovida de preconceitos, porque a Anne é mesmo assim - há uma série de detalhes que não existam antes mas que foram insinuados com tanto cuidado e tão bem incorporados na história que não destoam com a história fantasista e alegre daquela miúda cheia de imaginação.
Devorei a série em 3 tempos, foi uma viagem ao passado, a piscar o olho ao futuro. Se também cresceram com as aventuras da Anne, vejam esta série, não se vão arrepender. A pequena actriz principal, Amybeth McNulty, é a personificação perfeita da personagem, e aquele genérico inicial está absolutamente delicioso,o verdadeiro eye candy. Faltará muito para a próxima temporada? Estou rendida.
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terça-feira, 11 de julho de 2017
Body building, body being
(Sem criticar, sem me lamentar, hoje saiu-me este texto, ao ver uma newsletter de uma conhecida marca de sapatos e ao rever algumas fotos antigas no Instagram... E de repente caiu a ficha e como tudo mudou recentemente, com a gravidez mas não só. E hoje senti saudades, apenas, de como as coisas costumavam ser.)
Tenho saudades do meu corpo.
O meu corpo normal, o meu, desinchado, com cintura, menos celulite, menos rabo, menos carne no geral.
Tenho saudades de calçar sapatos de salto alto. De caber nesses sapatos. Tenho saudades de comprar sapatos pela beleza, mais do que pela funcionalidade, e tenho saudades de me equilibrar a 10 cm ou mais da minha altura sem dores ou desconfortos (houve mesmo uma altura assim).
Tenho saudades de sushi, de comer com pauzinhos, beber saké ou vinho branco.
Tenho saudades de me vestir cuidadosamente, de ir a um qualquer evento inesperado, de me maquilhar (mesmo a sério).
Tenho saudades de pular, de fazer boxe, de correr, de suar de cansaço físico. Tenho saudades de sentir os meus abdominais.
Tenho saudades de me levantar sem esforço ou apoio. Tenho saudades de assentar os pés no chão e não sentir dores.
Tenho saudades de não ressonar.
Tenho saudades do meu corpo ser meu. E sei que vou continuar a ter saudades por algum tempo, porque vou demorar a reconquistar o meu corpo.
Mas sei que também vou sentir orgulho em tudo o que o meu corpo faz agora, mesmo com as dores de pés, de costas, na barriga, mesmo com os inchaços inesperados e dificuldade em mexer-me.
E virá o dia em que terei saudades deste dia, deste estado, e de todos os movimentos e encontrões dentro de mim, desta intimidade, desta ligação que construo diariamente com o meu filho. Sei que vou ter saudades de tanto do meu corpo ao longa da vida, porque tudo vai mudando.
It's all good. Faz parte.
Tenho saudades do meu corpo.
O meu corpo normal, o meu, desinchado, com cintura, menos celulite, menos rabo, menos carne no geral.
Tenho saudades de calçar sapatos de salto alto. De caber nesses sapatos. Tenho saudades de comprar sapatos pela beleza, mais do que pela funcionalidade, e tenho saudades de me equilibrar a 10 cm ou mais da minha altura sem dores ou desconfortos (houve mesmo uma altura assim).
Tenho saudades de sushi, de comer com pauzinhos, beber saké ou vinho branco.
Tenho saudades de me vestir cuidadosamente, de ir a um qualquer evento inesperado, de me maquilhar (mesmo a sério).
Tenho saudades de pular, de fazer boxe, de correr, de suar de cansaço físico. Tenho saudades de sentir os meus abdominais.
Tenho saudades de me levantar sem esforço ou apoio. Tenho saudades de assentar os pés no chão e não sentir dores.
Tenho saudades de não ressonar.
Tenho saudades do meu corpo ser meu. E sei que vou continuar a ter saudades por algum tempo, porque vou demorar a reconquistar o meu corpo.
Mas sei que também vou sentir orgulho em tudo o que o meu corpo faz agora, mesmo com as dores de pés, de costas, na barriga, mesmo com os inchaços inesperados e dificuldade em mexer-me.
E virá o dia em que terei saudades deste dia, deste estado, e de todos os movimentos e encontrões dentro de mim, desta intimidade, desta ligação que construo diariamente com o meu filho. Sei que vou ter saudades de tanto do meu corpo ao longa da vida, porque tudo vai mudando.
It's all good. Faz parte.
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quarta-feira, 5 de julho de 2017
35 anos, 35 razões para sorrir
Eu confesso, ando para escrever um post de aniversário mas deu-se-me a preguiça. Chegar aos 35 anos, a este aniversário em particular enquanto espero o bebé que aí vem teve um impacto grande em mim.
Estou algo dividida entre uma felicidade parva de estar numa fase da vida tão aguardada e cheia de expectativas boas, e ao mesmo tempo, 35 anos é uma idade respeitável, e eu não sei se sei ser adulta e respeitável(!) e vou ser mãe. É que se fizermos as contas, deixei os 25 para trás há exactamente 10 anos, com esta idade não só já assumo total responsabilidade da minha vida, como já tenho muita coisa resolvida e orientada (ainda não descobri o que quero ser quando for grande, mas cheira-me que esse vai ser um work in progress constante). E só faltam 5 anos para os 40! Estou para ver se já me tornei numa adulta respeitável por essa altura...
No entanto, perante estas dúvidas existenciais parvas a minha escolha recai (sempre) em ser feliz. Sim, é um impacto grande que já tenho 35 anos e não me sinto muito diferente da adolescente de 19, mas caramba, estou viva!
O que me leva a este post só porque sim, para não me esquecer que há mil e um motivos para ser feliz mesmo vendo os anos a passar a uma velocidade incrível, e merece sempre a pena enumerá-los.
Sem mais demoras, aqui seguem eles.
1- Tenho saúde
2- Tenho uma família incrível que com mil e um defeitos, acarinha-me sempre e me faz sentir segura
3- Tenho a irmã mais espetacular da História
4- Continuo apaixonada pelo meu moço como se fosse uma adolescente
5- Criei um pequeno núcleo familiar que me deixa plena (e com quem aprendo tanto tanto)
6- Tenho um bebé na barriga quase a vir cá para fora
7- Tenho uma enteada linda e maravilhosa que tem um sentido de humor bestial e é uma criança fácil de lidar (na grande maioria das vezes)
8- Tenho trabalho
9- Sem estar a rebolar em euros e em excessos, vou tendo o dinheiro para pagar as contas e consigo ter os meus extras e poupanças (adoro as minhas sovinices)
10- Tenho uma casa pequena onde a minha família se vai apertando, mas somos tão felizes debaixo deste tecto!
11- Estou sempre rodeada de criatividade e novas ideias
12- Tenho sempre livros para ler (o que me leva ao próximo ponto)
13- Já tenho cartão da biblioteca
14- Ainda sou uma sonhadora
15- Acredito em amor-para-sempre (não sem trabalho e compromisso, mas sei que é possível)
16- Tenho amigos fantásticos que me são tão fiéis e carinhosos e juro que não sei o que fiz para ter pessoas tão maravilhosas por perto
17- Tenho uma elevada resistência ao álcool, acho que com a gravidez foi à vida, mas como...
18-... Gosto de ver tudo pelo lado positivo - quando voltar a beber serei muito mais poupada
19- Tenho sempre cadernos onde escrever e desenhar
20- Nesta fase posso dormir sestas (muito importante)
21- Tenho cada vez mais cabelos brancos, e sim, quando descobri o primeiro fiquei em pânico porque o meu cabelo é a minha maior vaidade, mas nos dias que correm... adoro vê-los a aparecer quais ervas daninhas, não me perguntem porquê, dá-me gozo
22- Tenho uma cama super confortável onde dormir
23- Estou viva nesta fase de redes sociais e partilhas ilimitadas e onde posso ter contacto com tudo e com todos
24- (ainda) tenho uma boa memória
25- Tenho uma biblioteca com livros absolutamente incríveis como este e este
26- A minha avó desafia os problemas de saúde e cá continua rija e com mau-feitio
27- A Fox Comedy está sem sinal aberto o verão todo (não sei se vou usufruir muito daqui a uns dias mas até lá vá de aproveitar)
28- Às vezes de noite eu e ele semi-acordamos e damos as mãos no escuro e é provavelmente o gesto mais doce de sempre
29- Safo-me bem a fazer doces e bolos (não é bom para a linha e saúde mas todos precisamos de mimos desses de vez em quando - falando nisso vou ali buscar uma fatia do meu bolo de anos)
30- O sentido de humor impera em minha casa, fazemo-nos rir e isso é impagável
31- Tive uma Mãe que não tenho como a descrever (as palavras não são suficientes), e entre o bom e o mau, mesmo com a perda dela, tudo o que precisei aprender na vida ainda reside na figura dela (e ainda há muito a desvendar)
32- Moro num sítio que adoro, posso ir à praia a pé
33- Tenho quem me ature as neuras (e que paciência precisam de ter para mim nessas alturas...)
34- Tenho tido uma gravidez saudável e com surpresas muito agradáveis contra as minhas expectativas pessimistas (agradeço todos os dias por isso)
35- Recebi montes de cremes cheirosos nos anos
E a lista poderia continuar para coisas ainda mais simples ou parvas, mas que me deixam um sorriso na cara. Espero que nunca percamos a capacidade de ver a felicidade e alegria nas pequenas coisas, passem 35, 45 ou 75 anos (a idade que sinto realmente ter, porque esta mobilidade, meus amigos, está tramada). Um óptimo dia para todos.
Estou algo dividida entre uma felicidade parva de estar numa fase da vida tão aguardada e cheia de expectativas boas, e ao mesmo tempo, 35 anos é uma idade respeitável, e eu não sei se sei ser adulta e respeitável(!) e vou ser mãe. É que se fizermos as contas, deixei os 25 para trás há exactamente 10 anos, com esta idade não só já assumo total responsabilidade da minha vida, como já tenho muita coisa resolvida e orientada (ainda não descobri o que quero ser quando for grande, mas cheira-me que esse vai ser um work in progress constante). E só faltam 5 anos para os 40! Estou para ver se já me tornei numa adulta respeitável por essa altura...
No entanto, perante estas dúvidas existenciais parvas a minha escolha recai (sempre) em ser feliz. Sim, é um impacto grande que já tenho 35 anos e não me sinto muito diferente da adolescente de 19, mas caramba, estou viva!
O que me leva a este post só porque sim, para não me esquecer que há mil e um motivos para ser feliz mesmo vendo os anos a passar a uma velocidade incrível, e merece sempre a pena enumerá-los.
Sem mais demoras, aqui seguem eles.
1- Tenho saúde
2- Tenho uma família incrível que com mil e um defeitos, acarinha-me sempre e me faz sentir segura
3- Tenho a irmã mais espetacular da História
4- Continuo apaixonada pelo meu moço como se fosse uma adolescente
5- Criei um pequeno núcleo familiar que me deixa plena (e com quem aprendo tanto tanto)
6- Tenho um bebé na barriga quase a vir cá para fora
7- Tenho uma enteada linda e maravilhosa que tem um sentido de humor bestial e é uma criança fácil de lidar (na grande maioria das vezes)
8- Tenho trabalho
9- Sem estar a rebolar em euros e em excessos, vou tendo o dinheiro para pagar as contas e consigo ter os meus extras e poupanças (adoro as minhas sovinices)
10- Tenho uma casa pequena onde a minha família se vai apertando, mas somos tão felizes debaixo deste tecto!
11- Estou sempre rodeada de criatividade e novas ideias
12- Tenho sempre livros para ler (o que me leva ao próximo ponto)
13- Já tenho cartão da biblioteca
14- Ainda sou uma sonhadora
15- Acredito em amor-para-sempre (não sem trabalho e compromisso, mas sei que é possível)
16- Tenho amigos fantásticos que me são tão fiéis e carinhosos e juro que não sei o que fiz para ter pessoas tão maravilhosas por perto
17- Tenho uma elevada resistência ao álcool, acho que com a gravidez foi à vida, mas como...
18-... Gosto de ver tudo pelo lado positivo - quando voltar a beber serei muito mais poupada
19- Tenho sempre cadernos onde escrever e desenhar
20- Nesta fase posso dormir sestas (muito importante)
21- Tenho cada vez mais cabelos brancos, e sim, quando descobri o primeiro fiquei em pânico porque o meu cabelo é a minha maior vaidade, mas nos dias que correm... adoro vê-los a aparecer quais ervas daninhas, não me perguntem porquê, dá-me gozo
22- Tenho uma cama super confortável onde dormir
23- Estou viva nesta fase de redes sociais e partilhas ilimitadas e onde posso ter contacto com tudo e com todos
24- (ainda) tenho uma boa memória
25- Tenho uma biblioteca com livros absolutamente incríveis como este e este
26- A minha avó desafia os problemas de saúde e cá continua rija e com mau-feitio
27- A Fox Comedy está sem sinal aberto o verão todo (não sei se vou usufruir muito daqui a uns dias mas até lá vá de aproveitar)
28- Às vezes de noite eu e ele semi-acordamos e damos as mãos no escuro e é provavelmente o gesto mais doce de sempre
29- Safo-me bem a fazer doces e bolos (não é bom para a linha e saúde mas todos precisamos de mimos desses de vez em quando - falando nisso vou ali buscar uma fatia do meu bolo de anos)
30- O sentido de humor impera em minha casa, fazemo-nos rir e isso é impagável
31- Tive uma Mãe que não tenho como a descrever (as palavras não são suficientes), e entre o bom e o mau, mesmo com a perda dela, tudo o que precisei aprender na vida ainda reside na figura dela (e ainda há muito a desvendar)
32- Moro num sítio que adoro, posso ir à praia a pé
33- Tenho quem me ature as neuras (e que paciência precisam de ter para mim nessas alturas...)
34- Tenho tido uma gravidez saudável e com surpresas muito agradáveis contra as minhas expectativas pessimistas (agradeço todos os dias por isso)
35- Recebi montes de cremes cheirosos nos anos
E a lista poderia continuar para coisas ainda mais simples ou parvas, mas que me deixam um sorriso na cara. Espero que nunca percamos a capacidade de ver a felicidade e alegria nas pequenas coisas, passem 35, 45 ou 75 anos (a idade que sinto realmente ter, porque esta mobilidade, meus amigos, está tramada). Um óptimo dia para todos.
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domingo, 2 de julho de 2017
Em jeito de fecho da primeira metade do ano...
Um dos meus grandes objectivos pré-mãe era terminar de escrever o meu diário, que escrevi até à última linha da última página. Calhou mesmo bem fechá-lo nesta fase, em que o ano chega a meio e gosto de reflectir no que fiz e no que vem aí. E que a minha vida esta prestes a mudar... sabe bem começar algo novo para fazer parte da nova fase também.
Como sabem, este ano decidi dedicar-me mais a esta tarefa da escrita. Ando mesmo a coleccionar material de apoio no Pinterest, tudo o que me guie neste processo de auto conhecimento que iniciei mais à séria no ano passado.
Ainda estou a arranhar a superfície, mas sabe-me bem verificar que escrevo mais páginas de cada vez, que faço reflexões tanto em fases negativas como positivas, que procuro mais e mais formas de me manter em contacto com o meu bem-estar.
Terminar este diário foi uma sensação única, nunca o tinha feito antes. Em miúda tive vários cadernos e diários onde desabafava os meus males e desamores, as dúvidas e dores de crescimento, mas nunca foi uma tarefa consistente e invariavelmente encostava-os a um canto até que me apetecesse iniciar novamente a tarefa... num caderno limpo que invariavelmente abandonava da mesma forma.
O diário que agora terminei foi-me dado nos meus anos pela minha irmã há (quase) 3 anos. Iniciei-o com pequenas histórias e evasões da realidade, que na altura me estava a ser bastante dolorosa. O diário acompanhou-me na minha separação, no despertar da nova relação, em viagens, ajudou-me a encontrar a palavra do ano e guardou memórias que não me quero esquecer. Ajudou-me também a descobrir a origem de tantas coisas em mim, a colocar as peças do puzzle em ordem, a perceber onde estou e para onde quero ir. Acompanhou-me em bons e maus momentos, tanto terminava uma entrada com um sentimento de gratidão, como dois dias depois desabava-me o mundo e lá ia eu, desabafar mágoas. A vida é cheia de altos e baixos, mas no meio da loucura que por vezes um diário possa ser, consigo encontrar um fio condutor e perceber que tudo faz parte da minha história e evolução.
Hoje, em que estamos exactamente a inaugurar a segunda metade do ano, fez-me sentido este post.
E só porque me apetece, vou partilhar algumas coisas que escrevi por lá, e que olhando para trás fazem-me sorrir, e sentir-me mais segura do meu percurso, com todos os altos e baixos que implica.
"(...) Um dia de cada vez, uma página, um parágrafo de cada vez. Não precisa de saber para onde vai, nem precisa de saber como acaba a história, porque o importante é começar.
Hoje. Agora. Aqui. (...)"
(primeira entrada - 07-07-2014)
" Se eu pudesse cristalizar estes momentos de gratidão e felicidade pura, fazia-o, e olhava diariamente para eles, para nunca me esquecer. Resta-me a escrita para deixar a memória presente em qualquer lugar. (...)"
(28-12-2015)
"Eu sei de uma coisa. Eu não vou parar, se não me sinto bem, ou confortável, ou feliz, eu sei que vou fazer algo para mudar o que estiver mal."
(26-02-2017)
Agora que venha a segunda parte. Que vou inaugurar com o meu aniversário. Parece-me uma boa.
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