quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Quebrar o silêncio com um até já

As minhas desculpas pela ausência aqui do blog, tenho tido dias tão cheios que tirar tempo para escrever por aqui tem sido impossível. E ainda não é hoje que vou voltar à séria, porque amanhã a esta hora estarei quase quase a aterrar em Paris e ir visitar a minha irmã. Já tenho a máquina fotográfica, as aguarelas e o diário gráfico na mala, prontos a registar mais uma pequena aventura. Estarei de regresso com energias renovadas e muitos posts na manga. Até breve!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Uma morte, um livro, e a felicidade

Esta semana perdi uma prima. Era prima afastada, vivia na costa Vicentina entre o Alentejo e o Algarve e tinha apenas 45 anos. Lembro-me de a ver em miúda e de achá-la linda. E ela era-o, de facto. Magra, seca, com olhos verdes e pele morena, e o cabelo revolto. A minha prima C. era a rebelde da família, fazia o que queria, tinha a sua visão da vida e era determinada. Foi mãe solteira, ainda em adolescente e o rótulo que isto acarretava, numa aldeia pequena, foi duro, mas ela nunca deixou que isso a definisse. Não a via muitas vezes, mas sempre gostei dela. Quando soube no domingo que ela morreu soltei um palavrão e chorei muito, e ainda hoje choro. O facebook tinha-nos juntado, e comunicávamos mais através da internet do que alguma vez o fizemos antes. Ela era tão doce e presente, e um dia deixou-me mesmo embaraçada ao partilhar uma foto minha, com um orgulho indisfarçável. Há muito que queria falar com ela, queria dizer-lhe que gostava dela, que queria ajudá-la a superar a doença, que queria matar saudades e rever também o filho, o meu primo com quem passei longos verões na brincadeira e a jogar super Mario e que não vejo há muito (demasiado) tempo. E deixei passar a oportunidade, fui negligente e achava que tinha tempo, que ainda a ia ver e abraçar. Agora não posso dizer nada, e acho que é isso o que custa mais. Há pessoas que nos estão ligadas de uma maneira quase impossível, quando eu era pequena quase não a via ou tinha uma relação com ela, e com o passar dos anos percebi que apesar da distância estava próxima. Acho que é uma forma de amor. Quando falei com o meu pai acerca da negligência que a C. teve para consigo mesma ao ter uma doença grave de fígado e não se ter preocupado, ele disse "foi uma decisão dela, ela sempre fez o que achava bem e levou a vida que quis, e acho que nisso ela foi feliz". E de facto foi, acho que devo celebrá-la por isso em vez de lamentar.
Mas isto tudo faz-me pensar muito nisto das escolhas da vida. A C. pode ter sido negligente com toda a consciência, mas é tão fácil desligarmo-nos de nós e da nossa saúde sem querer. 
E traz-me ao dia de hoje, quando fui ao lançamento do novo livro da Catarina Beato, a pensar que tenho de reequilibrar a minha alimentação e voltar ao bom caminho para perder peso (sim, tive um percalço no caminho e já ando a estragar a dieta toda). Leio a Catarina há muitos anos e sempre me identifiquei com a escrita dela. Gosto muito da premissa deste livro ser uma busca pela felicidade, de reforçar a importância de merecermos comer boa comida, de nos tratarmos bem e nos mimarmos. E não tem de ser um tormento procurarmos o equilíbrio e a saúde. Só queria que a C. tivesse pensado nisto desta forma. 
Saí do Chiado inspirada e tranquila, feliz por ter finalmente conhecido a Catarina e ter-lhe dito o quanto as palavras dela significam para mim, apesar de ter parecido uma groupie. 
A vida por vezes é assim, perfeita nas imperfeições, recheada das lições que tiramos dos exemplos dos outros, sejam bons ou maus, e com as eternas saudades de quem nos deixa. E tenho neste texto dois exemplos de mulheres que perseguiram a sua felicidade, à sua maneira. A Catarina encontra-a no seu percurso que hoje partilha connosco e eu prefiro a opção dela. Mas quero acreditar que a C. também o conseguiu. E não quero esquecer-me disto, de saber escolher o meu caminho para ser feliz, onde quer que me levar.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

Good stuff on a sunday night

Hoje estou por aqui, a explicar o processo criativo da minha ilustração para o GiggleSutra. Espreitem! :)

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Painting on fabric... the results!


A N. é a minha amiga mais próxima desde que nos conhecemos. Desde que vive no Norte, há uns 6 ou 7 anos(?) que não nos vemos com tanta frequência, mas podemos passar meses sem trocar uma palavra que nunca perdemos a cumplicidade e o carinho uma pela outra. Ela conhece-me melhor do que ninguém e eu conheço-a melhor do que ninguém. Sabemos sempre o que dizer para fazer a outra sentir-se bem num momento mau e continuamos a rir-nos das mesmas parvoíces e a confiar a vida nas mãos da outra. Há pouco tempo quando a fui visitar a Trás-os-Montes fizemos as contas e percebemos que nos conhecemos há mais de 25 anos. É uma amizade que já faz parte de mim, de quem eu sou. 
Isto tudo para dizer que a N., com uma fé nas minhas capacidades que nem eu tenho, fez-me um pedido especial. Ela foi mãe há pouco mais de um mês, o meu lindo sobrinho A., e pediu-me para reproduzir aqueles passarinhos de aguarela nuns cortinados para o quarto dele. E é uma honra gigantesca. Estou rodeada de amigas a serem mães e posso imaginar (porque serei assim quando for a minha vez) no gozo de poder escolher e tratar das coisas para o quarto de um filho. E ela tem esta confiança em mim, para pintar o cortinado, que vai ter um enorme destaque no quarto. Não imaginam a minha alegria. 
O trabalho demorou um pouco mais do que o esperado até termos reunido todo o material necessário. E aos poucos comecei a trabalhar. Isto foi um desafio daqueles, nunca pintei em tecido antes e tinta de tecido não é exactamente aguarela, e o tecido absorvia loucamente a tinta e esborratava, mas acho que o aspecto tosco resultou bem. Fico tão feliz com todo este processo, por saber que gostaram, estou mesmo um pouco comovida enquanto escrevo este post, e espero que o A. goste de crescer com estes novos amigos. E aqui estão, antes de os preparar para a viagem para casa. 



domingo, 9 de fevereiro de 2014

Hook, Peter Pan and me


Este fim-de-semana revi o Hook, na tv, e este é sempre aquele filme que nunca me cansarei de ver. Creio que foi o Nuno Markl que disse uma vez que o Spielberg sabia fazer filmes para miúdos como ninguém, sabia criar o ambiente e a história de maneira a envolver-nos numa aventura ímpar. Foi assim com o ET, com os Goonies, com o Indiana Jones, ele sabia de facto captar a atenção dos miúdos com histórias que nos faziam sonhar. Um dos meus filmes preferidos de todos os tempos ainda é o Hook, que também é dos filmes de aventura mais emblemáticos do Spielberg, e não sei bem explicar, toca-me sempre. Se há personagem literária que me fascina, é o Peter Pan, já li o livro várias vezes e parece que descubro sempre algo novo. 
Aliás, foi este filme que me deu vontade de ler o livro e explorar mais o mundo criado por James Barrie. Gosto da premissa, um Peter Pan que afinal decidiu crescer e acabou por esquecer a Terra do Nunca e todo o seu passado. Gosto da ideia de um Peter Pan mais maduro e que quisesse afinal saber o que é essa coisa de ser adulto, e que também quisesse ter crianças suas para perpetuar a sua visão do mundo e da vida. Afinal, acho que todos percebemos mais tarde ou mais cedo que não podemos mesmo regressar à nossa infância, e a magia que antes fazia parte do nosso mundo se transformou em sensatez e lógica. Ver este filme faz-me relembrar o que é acreditar verdadeiramente em magia. Durante algum tempo na minha infância, eu olhava pela janela à noite e imaginava se tudo fosse verdade. E se conseguíssemos voar até à 2ª estrela à direita? E se existissem sereias e piratas e índios e meninos perdidos? E se eu pudesse lá ir? E apesar de eu ser mais parecida com a Wendy, sempre demasiado preocupada e responsável como uma adulta, também, como a Wendy, permitia-me perder-me nessa irrealidade e ser criança outra vez. E é isso que este filme faz por mim. Quando o vejo, o Peter Pan não é o único a regressar à Terra do Nunca.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Dia de S. Valentim

(image via Design Love Fest)

Todos os anos morro de vontade de fazer um projecto handmade para o dia dos namorados e acabo por ficar apeada. Este ano já comecei a ter "vontade" mas ainda não foi aquela coisa de me atirar desenfreadamente à criatividade. Mas já pululam pelos blogs da especialidade ideias particularmente deliciosas. Ainda não consigo definir o que quero fazer (espero que no fim-de-semana a coisa se dê), mas adoraria repetir este projecto que encontrei no Design Love Fest. É maravilhoso e parece muito simples e rápido. Vejam mais aqui.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

It's out there!


A Giggles já começou a mostrar as ilustrações que vão figurar no GiggleSutra. A minha já cá está! Estou tão feliz e honrada de fazer parte deste grupo talentoso. Espreitem mais e saibam tudo aqui.