quarta-feira, 27 de junho de 2018

Look up

Hoje fiz o percurso a pé do costume até ao emprego sempre a olhar para cima (e com atenção ao trânsito quando precisava de atravessar ruas e assim, claro).


Normalmente olho para as pedras da calçada, muitas estão fendidas e tortas, penso que são armadilhas potenciais para o transeunte mais desatento. As pessoas passam apressadas. Há barulho das obras e este é provavelmente o lugar mais deprimente de Lisboa para se trabalhar porque só temos avenidas e carros e prédios de arquitectura sufocante. Mas, como na maioria das coisas, nada como mudar um pouco de perspectiva para as coisas não serem tão más. 

 Observar o recorte das árvores contra o céu azul, as nuvens brancas que “voavam” com o vento, a luz do sol matinal a passar por entre os prédios, aligeiraram muito o ambiente opressor deste caminho. A minha mente pairava nesta tranquilidade rara. Os meus dias são governados pelos prazos, pela gestão de horários, pela comida que se tem de fazer, os banhos para dar, os horários de um bebé tramado de dormir e de vez em quando, momentos de paz e tranquilidade que encontro nas páginas de um livro ou numa hora de almoço no jardim aqui ao lado (nem tudo é mau). Por isso faço por aproveitar estes balões de oxigénio diários. Estes bocadinhos comigo mesma que valem pelas horas de sono perdidas e pelo stress diário. E agora bora lá enfrentar o dia.

2 comentários:

м disse...

Estão a fazer-me falta momentos destes. Já nem sei há quanto tempo não faço algo só para mim, só a pensar em mim.

A TItica disse...

Também gosto de respirar fundo e olhar e fugir do dia a dia por uns minutos!!