tag:blogger.com,1999:blog-71149453622958342982023-11-16T06:42:13.111+00:00Analog's boxAnalog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.comBlogger506125tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-79616249937812667502021-12-29T14:53:00.001+00:002021-12-29T14:53:08.207+00:00Lista de coisas absolutamente aleatórias que fiz este ano<p><span style="font-family: verdana;"> - Escrevi um plano de comunicação</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Fiz mais um workshop com a minha querida <a href="https://www.instagram.com/_bolbo/" target="_blank">Laura</a> e perdi-me em tintas, recortes e ideias (precisava de um todas as semanas é o que é)</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Fiz um pequeno projecto de 30 dias e só falhei um (e depois retomei)</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Atingi a quantidade de livros que queria ler no ano em Setembro e decidi deixar de estabelecer metas. Os livros são uma das maiores fontes de prazer da minha vida e quero que aí se mantenham. Obrigar-me a chegar a um número de livros não me faz feliz. E realizar isto e libertar-me disto foi incrível.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Fiz um workshop de intuição </span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Explorei o tarot</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Comecei e desisti de ter um bullet Journal (mas diverti-me imenso no processo)</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Voltei a casa nas férias</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Juntei-me a um grupo fantástico criado pela <a href="http://osentidodascoisas.blogspot.com/" target="_blank">Ana</a> e que salvou o isolamento inicial e em tantos outros momentos ao longo do ano</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Fui a Alcobaça e visitei o mosteiro. Tive saudades dos meus tempos de escola e das visitas de estudo</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Vi a exposição do Ai Wei Wei e (re)descobri que a minha bisavó trabalhou no espaço da Cordoaria Nacional</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Voltei a correr, mas foi só uma vez</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Reencontrei ao vivo e a cores uma <a href="https://www.instagram.com/falaaquimulher/" target="_blank">amiga</a> querida</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Voltei a pintar com guache</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Escrevi muito nos meus diários (tenho cadernos para tudo)</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Usei um bikini (há uns 3 ou 4 anos que não usava)</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Fui ao meu limite, chorei muito, angustiei-me e tive um ataque de pânico. Fui pela primeira vez em 30 anos ao psiquiatra e deixei que me tratasse. Estou tão melhor desde aí.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Comprei uma cápsula reutilizável para a máquina de café e noto uma diferença gigante na quantidade de lixo que se faz</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Senti-me muito muito grata pela minha família e pelo meu filho. Foi muito aquele sentimento do <i>stop and smell the flowers</i></span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Estou aos poucos a reparar a minha autoestima e está a ser um processo interessante</span></p><p><span style="font-family: verdana;">- Voltei a escrever por aqui!</span></p>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-33989289513126106292021-12-07T12:04:00.002+00:002021-12-07T12:04:41.573+00:00Reflexões de fim-de-ano (parte 1?)<p><span style="font-family: verdana;"> Tenho tido alguma dificuldade em voltar aqui e escrever. Este blog não foi o meu blog mais profícuo mas ainda assim anos houve em que escrevia muito, longos posts, apostava nas imagens e tinha algum cuidado na escrita e algures perdi essa vontade. Nas redes sociais estou a sofrer do mesmo desgaste. Não sei se é de sentir que este blog perdeu algures a sua essência, se é do design que ainda não me satisfaz (um designer é sempre o seu pior cliente - e na verdade, sempre que projectei melhorias visuais no blog ficava pela metade), ou se o facto de trabalhar em conteúdos e redes me faz esgotar a minha veia criativa nas minhas coisas. E sinto-me um pouco triste por isso. Gostava de conseguir apostar em conteúdo mais curado e visualmente mais atrativo neste blog, não quero desistir dele e na verdade escrevo tantos posts mentais e tenho várias ideias, apenas me falta vontade de me organizar e o hábito de voltar aqui a escrever.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Em compensação, no mundo offline as coisas estão um pouco mais ricas. Tenho-me permitido parar e reflectir um pouco sobre tudo e sobre nada, suspendi deliberadamente os livros todos que tinha em aberto, um pequeno exemplo de como as coisas que costumava adorar não me estavam a trazer alegria. Não foi só do esgotamento físico e emocional, acho que me sobrecarreguei e quando me permiti parar, comecei a desfiar a sequência de pensamentos e ações que me trouxe aqui, ao final de um ano complicado, e de 3 anos de longa luta interna. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">E quis muito guardar mais conhecimento, alimentar a mente, e isso também me esgotou. Ler deixou de ser apenas prazer, também era ganhar conhecimento, estudar, elaborar, explorar. Acumulo cursos online que não vejo nem ponho em prática. Estou mesmo naquela situação tramada de "tanto para fazer, e tão pouco tempo para o fazer", que a certa altura desliguei. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Menos é mais, também na nossa vida, não só no design. E percebi que eu tenho uma tendência aguda de acumular coisas. Livros, ideias, artigos de papelaria, aguarelas, papéis, ebooks, recursos gráficos que nunca preciso... You name it! Para além de que a casa não é só minha e também tenho outros pequenos acumuladores por aqui. Tudo está a rebentar pelas costuras. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Então parei. Desliguei. Parar de ler por uns tempos foi importante porque a leitura sempre tabelou a minha vida. Um livro é um bom amigo não é? Mas até as boas amizades beneficiam de algum espaço. E tenho saudades, é um facto. Saudades de ler pelo prazer que traz, não por outros benefícios extra, ou para alimentar o ranking anual de livros que defino no goodreads (decisão para 2022, não vou estabelecer uma meta de leitura).</span></p><p><span style="font-family: verdana;">A vida digital, as apps para tudo e mais umas botas que deveriam ser úteis, tornam-se quase uma obrigação e deixamos de fazer as coisas pelo prazer de as fazer. Compramos, acumulamos, porque queremos ver, conhecer, explorar. Mas depois é demasiado. </span></p><p><span style="font-family: verdana;">Estou a aprender a limpar a minha cabeça, a minha vida, as minhas estantes. Há tempos mudei as mobílias de lugar, e fiz planos para o quarto dos miúdos. Vai implicar uma boa escolha, e há meses que tenho sacos no meu carro de coisas para me desfazer porque já não cabiam na arrecadação. Percebi que está na hora de me livrar de algumas coisas que não têm interesse nenhum manter, mesmo que tenham sido significantes para a minha vida em algum ponto. Não quero continuar a carregar pesos. E isto tem sido válido para as coisas que acumulo, como para situações com que não me identifico.</span></p><p><span style="font-family: verdana;">Recentemente fechei um capítulo da minha vida. E penso com assombro como este capítulo se fecha agora, quando decido por fim a uma série de comportamentos, pensamentos e atitudes que não me fazem bem. Quando decido que em 2022 está na hora de deixar a vitimização de lado, e de começar a recuperar o gozo, a vontade e a determinação para levar a vida a outras paragens. Como diz a Catarina Beato, a vida resolve-se sozinha, e eu sem saber bem como, cheguei a um ponto em que consigo olhar para trás, e, mesmo com trabalho por fazer, começo a ver a aprendizagem que trouxe comigo neste caminho sinuoso. Daqui para a frente há uma nova fase da vida por viver. E estou grata por tudo isto. a</span></p>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-23056135557126676142021-08-24T16:22:00.005+01:002021-08-24T22:25:07.349+01:00Entretanto, entreter!<p><span style="font-family: helvetica;"> Agosto está a ser um mês surpreendentemente calmo. Os dias desenrolam-se ágeis e tranquilos. Está a ser um mês lento e rico. Depois de uma semana nas paisagens da minha infância e de tensões familiares meio loucas por sermos tantos numa casa só, a verdade é que deixou saudades e uma melancolia muito forte. Regressei com a sensação que nunca deixei de ter 16 anos, mas com a vida de uma mulher de 39 que, no regressar de férias está ainda mais caótica do que quando partiu.</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Pensei que me ia afogar quando, na segunda quinzena ficasse entregue à casa e ao miúdo (nas férias da escola), a tentar dividir mal e porcamente o meu tempo entre trabalho e filho (e algumas lidas domésticas básicas, tipo arrumar a loiça da máquina e fazer as camas). </span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Mas optei por me render, e não sei, tem corrido bem. Alguns dias mais acelerados, mas no geral a coisa decorre a um ritmo razoável e suportável. Consigo ter momentos de trabalho com o Luccas Neto como pano de fundo, gerir as birras e pedidos de atenção do meu filho, manter os mínimos da produtividade a decorrer, e ainda dedicar-me o suficiente ao pequeno de uma forma tão calma e fluída como nunca tinha sido possível antes. Nunca fui uma mãe descontraída, mas ando a aprender a sê-lo, e a compreender que posso mudar a minha narrativa a meio da história se quiser. É incrível o que acontece quando aceitamos as coisas inevitáveis e as encaramos de frente.</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Um dia, com calma talvez vos fale que nos últimos dois, três meses me tenho dedicado com todas as forças ao autoconhecimento e exploração de mim mesma. Tive alguns picos complicados de conflitos mas quando liguei os pontos fez-me imenso sentido e abriu imensas fronteiras que julgava bem delimitadas, dentro de mim. E ajudou-me bastante a levar estes dias com mais leveza e tranquilidade, se bem que preciso urgentemente de tempo para mim e para escrever. Só falta uma semana (fingers crossed!)</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Mas, o que queria muito falar neste post, foi o incrível fluxo de entretenimento rápido que devorei em pouco tempo e soube tão bem entregar-me à leitura, às revistas, ao desenho e à netflix com tanta tranquilidade enquanto navego os afazeres. </span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVDIsgCWhKCUFvOmDE3TNM2fBdkF_5DIK_b0YqhE8U0Vj20yyAAKi2OtNx2ai1l-Yb6BIqS_QBMlvpbZS5S5okD1GPgwbpnAbw_yZX4WQ4uqC7AadfGbjB-Si4F0hfiXXSSHM1aIp_5k__/s783/500x.jpeg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="783" data-original-width="500" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVDIsgCWhKCUFvOmDE3TNM2fBdkF_5DIK_b0YqhE8U0Vj20yyAAKi2OtNx2ai1l-Yb6BIqS_QBMlvpbZS5S5okD1GPgwbpnAbw_yZX4WQ4uqC7AadfGbjB-Si4F0hfiXXSSHM1aIp_5k__/w137-h216/500x.jpeg" width="137" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAoqa6_NFZnazJhjVWObcoysajEQQSy-RpjXdI6odari3-mQseL6Klu1eUIa-Syc0DrgAJsngIzGoqqcPVBzHDev6thVaLz2iH7LkhrN4SgxpbfUsB6WlJBLjNI8xR2Y4iBjwtHoji0iNW/s762/502x+%25282%2529.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="762" data-original-width="502" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAoqa6_NFZnazJhjVWObcoysajEQQSy-RpjXdI6odari3-mQseL6Klu1eUIa-Syc0DrgAJsngIzGoqqcPVBzHDev6thVaLz2iH7LkhrN4SgxpbfUsB6WlJBLjNI8xR2Y4iBjwtHoji0iNW/w142-h216/502x+%25282%2529.webp" width="142" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJuYPLagvedUuY3op6mLyEjEC7cv16ZBRuW0OP6_OMIdpcewx42Rf6VoGGDWSXDSkacvInqk1nLS2jtCeJ3zbyezOgzo6qI1rmFMfrVAQ32RPvifWFnnKnK6qqtjDHvxNoEiXZgVDmmFgA/s786/502x.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="786" data-original-width="502" height="219" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJuYPLagvedUuY3op6mLyEjEC7cv16ZBRuW0OP6_OMIdpcewx42Rf6VoGGDWSXDSkacvInqk1nLS2jtCeJ3zbyezOgzo6qI1rmFMfrVAQ32RPvifWFnnKnK6qqtjDHvxNoEiXZgVDmmFgA/w140-h219/502x.webp" width="140" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdg4Dj2qGAbgwFCz8Io7GwOX6GS7JDrI4Cj_Oo4Z9mKdE3Uiz0s8lpTfNOB7YcP22rz_dfTtEVjimKIMc8pcSsYFStGk6F-McfJf51UXXPnaCmJsNDjzcj3DnqN2ZE5_ze9a0XAtEb58CW/s775/502x+%25281%2529.webp" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="775" data-original-width="502" height="217" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjdg4Dj2qGAbgwFCz8Io7GwOX6GS7JDrI4Cj_Oo4Z9mKdE3Uiz0s8lpTfNOB7YcP22rz_dfTtEVjimKIMc8pcSsYFStGk6F-McfJf51UXXPnaCmJsNDjzcj3DnqN2ZE5_ze9a0XAtEb58CW/w141-h217/502x+%25281%2529.webp" width="141" /></a></div><br /><p><span style="font-family: helvetica;">Este mês li tanto, tão rapidamente, ando entregue a boa ficção e a boa leitura auto-exploratória - terminei o livro da Holistic Psychologist (com a pior tradução de título de sempre, mas com muito boa informação) - como já não me lembrava de o fazer. Devorei o "Biblioteca da meia-noite" maravilhada com a forma bonita e simples como o autor transforma a previsibilidade da mensagem numa história intrincada que nem sempre desvendamos o desenrolar; li não sem alguma angústia o "A minha irmã é uma serial killer", entre passagens divertidas e expectáveis, havia momentos de pura dor e humanidade tão intensa que me levaram a voar pelas páginas. Por fim, estou a ler também a boa velocidade o "Pessoas Comuns", que vi no instagram da tradutora,Tânia Ganho e a reflexão que fez acerca do mesmo me deixou curiosíssima e está a valer muitíssimo a pena (dois superlativos, é mesmo um bom livro). </span></p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghx-QXA9SrINthMhw7KXuY4L4G0sndaOh9Y2OaE6f3NdWwfy1vIHhhmUkOfjqB1WpWt_1j0d8ZCUzYAirl2tjl5k37JrvMQxxq-dVWz4R_AkqtRxt5t-MSqE6-Rq7IBGcYRCmGX8BfvcMJ/s512/AAAABTszql6q0WpdFodQiXMHZ6Aypnsx6CURGhwtjeF1yy3PW8g2HYUpEDFa6PkTGrUQ2L6fEn_ILomKE2RqDfZQ0Aeaac4UPBCYMcofROiCo3t5RmfV4r8LCHIHUkQ-cw.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="288" data-original-width="512" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghx-QXA9SrINthMhw7KXuY4L4G0sndaOh9Y2OaE6f3NdWwfy1vIHhhmUkOfjqB1WpWt_1j0d8ZCUzYAirl2tjl5k37JrvMQxxq-dVWz4R_AkqtRxt5t-MSqE6-Rq7IBGcYRCmGX8BfvcMJ/s16000/AAAABTszql6q0WpdFodQiXMHZ6Aypnsx6CURGhwtjeF1yy3PW8g2HYUpEDFa6PkTGrUQ2L6fEn_ILomKE2RqDfZQ0Aeaac4UPBCYMcofROiCo3t5RmfV4r8LCHIHUkQ-cw.jpeg" /></a></div><br /><p><span style="font-family: helvetica;">Devorei numa semana todas as temporadas do <a href="https://www.netflix.com/pt-en/title/80198991" target="_blank">Workin Moms</a>, que a Rafaela referiu na newsletter da <a href="https://theyellowland.com/" target="_blank">YellowLand</a>. A premissa parecia interessante e de facto não resisti a um binge louco desta série. Há algo de<i> nonsense</i> nas vidas daquelas mulheres e ao mesmo tempo é facílimo identificar-me com os traços de algumas personagens. O que gostei aqui particularmente, é que, à semelhança de outras séries icónicas com o foco em mulheres mais velhas, as personagens envolvem-se em esquemas e mentiras para resolver situações a seu favor, mas de uma forma mais leve e realista. No Donas de Casa desesperadas (que adorava, BTW) eles levavam tudo até às últimas consequências e eu enervava-me com tanta <i>shadyness, </i>o que não acontece aqui. Há tentativas de ajustar as narrativas à vida de cada uma, mas depois há choques bem mais realistas que obrigam as personagens a manter-se mais honestas. Adorei mesmo, e já aguardo a 6ª temporada com expectativa.</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Agora vejo o Emily in Paris, que tem críticas razoáveis sem aspirar a ser uma obra prima, e tem sido uma viagem boa, que me enche de vontade de viajar de verdade, e já agora, de refrescar a minha abordagem às redes sociais (no que toca ao trabalho, ok?). </span></p><p><span style="font-family: helvetica;"><b>Fun fact: já aterrei mais vezes em Paris do que em qualquer outro sítio e nunca, nunca fui visitar a cidade.</b> Estranho não é?</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Estou a adorar este revisitar de séries só minhas na Netflix, enquanto devoramos também séries ou documentários de crime em família ou a miúda enche a lista de séries adolescentes. Tentei espreitar o The Bold Type mas malta, aquilo não é para mim, é demasiado oco e as personagens são todas iguais (e igualmente desinteressantes, a meu ver). E já estou a saborear a ideia de fazer um binge-watching das Gilmore Girls do início ao fim para aproveitar o outono.</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Fora os livros, aproveitei para um pequeno investimento em revistas que queria muito ter: a <a href="https://uppercasemagazine.com/" target="_blank">Uppercase</a>, a <a href="https://www.cunning-folk.com/" target="_blank">Cunning Folk</a> (sugestão na newsletter da <a href="https://joanofjuly.com/" target="_blank">Cat</a>) e mais uma edição especial de papel da <a href="https://www.flowmagazine.com/" target="_blank">Flow,</a> tudo comprado na <a href="https://www.underthecover.pt/" target="_blank">Under the Cover</a> que tenho de ir urgentemente visitar ao vivo e a cores. Ainda não comecei a leitura mas já aprecio muito que ali estejam em destaque na sala para lhes deitar a unha sempre que possível.</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Se chegaram ao fim deste post, obrigada pela paciência, mas sabe bem rever as coisas refrescantes que me têm animado os dias. Não sei quanto tempo durará este sentimento de tranquilidade desta slow-living, mas estou a gostar da viagem e não podia deixar de partilhar. </span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Que o vosso Agosto esteja a ser tão prazeroso como o meu!</span></p>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-19915801197347181442021-07-05T15:06:00.001+01:002021-07-05T15:06:29.572+01:0039<p><span style="font-family: helvetica;"> Assentei os pés nos 39 anos sem grande vontade. Não costumo ser esta pessoa que não gosta de fazer anos e que se quer fechar do mundo um dia por ano. Eu sempre gostei de fazer anos e nunca me incomodou o envelhecimento. </span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Mas nos últimos 2/3 anos tem sido difícil digerir o avanço da idade. O peso (muito) extra que teima em ficar, os cabelos brancos que já deixei de contar, acordar com dores no corpo só porque sim, um cansaço que avança no cérebro e me faz esquecer mais do que eu gostaria (ainda assim, mantenho uma orgulhosa memória de elefante). Talvez seja só a maternidade, que de facto mudou tudo e tornou os obstáculos da vida um pouco mais difíceis, assim como nos videojogos. Agora sinto que jogo no nível máximo de ansiedade e desconforto. Não creio que volte ao training mode. Mas também não sei se quereria. Há algo neste desafio que me faz ganhar mais garra e força do que antes e isso também me agrada.</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Mas não é bem sobre isto que quero falar. Gostava de explicar a minha questão. Não tenho grandes problemas em envelhecer, durante vários anos da minha infância e adolescência até me senti muitas vezes como uma pessoa idosa num corpo jovem. Mas o peso do número 40 está a desequilibrar a balança. É que gostei mesmo MUITO da década dos 30 e não me apetece nada sair daqui. Tem sido uma década feliz, em que me tenho sentido uma power woman em tantos níveis. Talvez tenha medo de não saber mantê-lo na próxima década. Ou talvez, à luz da dificuldade que tive em ter entrevistas de trabalho e nem uma proposta sequer, tenho receio de não conseguir ganhar dinheiro para continuar a ser uma mulher independente. Eu sei que estou num projeto giro e inovador, sei que estou a fazer mais e melhor trabalho que alguma vez fiz na vida, mas inevitavelmente, perante tanta porta fechada fico preocupada. E claro, há ainda aquele medo da 'minha' startup não vingar e isto se desvanecer.</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Isto talvez nos leve a questões pertinentes do quanto da nossa identidade é o valor que nos dão no trabalho. Vou ser sincera, sempre fui razoavelmente bem considerada no trabalho, mas nunca fui uma estrela ascendente a somar elogios e aumentos salariais. Eu sempre fui a pessoa sólida e confiável. E no geral sempre estive bem com isso, nunca aspirei a grandes coisas, na verdade, aspirei sempre mais à minha liberdade e ao meu espaço do que a ser uma workaholic. Mas sem dúvida que talvez confunda o valor do trabalho com o meu valor pessoal, ou não deixaria estas questões me afectarem tanto.</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Fiz um exercício giro com a minha irmã, no dia dos meus anos. Em todas as décadas da minha vida consegui atingir sonhos e patamares a que aspirei. Até aos meus 10 anos pude ter uma irmã (temos quase 9 anos de diferença, pelo que foi um penoso processo de pedinchice aos meus pais), entre os 10 e os 20, pude escolher a área que queria estudar, fui para Artes e mantive-me determinada nessas escolhas, vivi em pleno uma adolescência feliz. Entre os 20 e os 30, comprei uma casa, saí de casa do meu pai, conquistei a independência. E nos 30... libertei-me de uma relação que já não funcionava, recomprei a minha casa, vivi sozinha, encontrei novamente o amor e tive um filho. Foi uma década épica, de força e de determinação.</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Terei receio de não saber encontrar sonhos aos 40? De já ter atingido o meu pico? Ou de serem sonhos mais loucos e estratosféricos e tenho medo de brilhar? Ou então, numa nota terrivelmente obscura, a minha mãe morreu com 46 e essa proximidade das idades incomoda-me (não que ache que vou morrer aos 46 também, mas há um peso absurdo que fica e parece que fico em expectativa).</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Não sei. Não sei, mas vou descobrindo devagar, aprofundar com calma. Hei-de perceber como manobrar este navio. Não preciso das respostas todas agora, preciso sim, de saber que isto também se resolve. E que este processo de desvendar e recuperar também pode ser épico e uma das minhas maiores forças. </span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Portanto, parabéns a mim, e que os 40 sejam festejados em pleno. Para já, concedam-me esta pequena neura. </span></p>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-21432970633432156182021-06-15T10:32:00.002+01:002021-06-15T10:32:15.096+01:00Ansiedade<p> Há uns dias quebrei. Desatei a chorar numa tarefa qualquer mundana e um medo assolapado de que o meu filho me morresse encheu-me de uma angústia tremenda. Quando me tornei mãe percebi que carrego em mim todos os medos do mundo, a cada dia que passa sinto que tenho mais a perder porque, confere, passe o tempo que passar, o amor aumenta diariamente. Mas nunca tinha sentido esta angústia paralisante, dei por mim a chorar, a pedir ajuda a amigos e família, a exteriorizar este terrível medo que me comia as entranhas. Fui acalmando. Não controlo tudo na vida e certamente não sei o que o futuro reserva, mas viver assim não é opção. </p><p></p><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4JBxMKqxPbLuyOGR1V-H4SO4gK7AWj5e-l7xpN0MyM09d2AGYETzjBeWa4lSxC2Nt0MdYkIUNwlI__BBYuYIGqpgZlALte5ncosCqeyEBAbe-i49soHrLQckel4X0XX81_Qq84-jhPZ8l/s2048/tonik-U0wwiY6nRGA-unsplash.jpg" imageanchor="1"><img alt="ansiedade pânico medo" border="0" data-original-height="1513" data-original-width="2048" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh4JBxMKqxPbLuyOGR1V-H4SO4gK7AWj5e-l7xpN0MyM09d2AGYETzjBeWa4lSxC2Nt0MdYkIUNwlI__BBYuYIGqpgZlALte5ncosCqeyEBAbe-i49soHrLQckel4X0XX81_Qq84-jhPZ8l/s16000/tonik-U0wwiY6nRGA-unsplash.jpg" /></a></div><p style="text-align: center;"><span style="font-family: helvetica; font-size: x-small;">Photo by <a href="https://unsplash.com/@thetonik_co?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText">Tonik</a> on <a href="https://unsplash.com/s/photos/anxiety?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText">Unsplash</a></span></p><br />Não soube explicar a origem dessa dor, dessa angústia nervosa que me tomou de assalto. Continuo a não ter grandes luzes sobre o assunto. Apenas sei que ainda não me reequilibrei. Já tive um segundo episódio dias depois, e hoje, depois de uma manhã surpreendentemente calma e feliz ao entregar o Gonçalo na escola, dei por mim a chegar a casa e a sentir uma ansiedade a crescer no peito e um cansaço extremo ao mesmo tempo. Não estou aqui a rebolar na minha miséria, mas num assomo de consciência compreendo que isto ainda não acabou. <p></p><p>Falamos tanto de saúde mental e de como andamos tomados de fadiga pandémica e de incerteza no futuro, e eu sinto-me o verdadeiro cliché deste discurso. E custa-me muito compreender e aceitar, mas se calhar está na altura de assumir que "eu não estou bem". Percebo que a morte do meu avô acordou algumas feridas que julgava estarem saradas, e </p><p>Tomei uma série de atitudes e ando a delinear alguns planos: deixei de ouvir uma larga maioria de podcasts de crime, estava sempre a por-me no lugar dos intervenientes (todos), e a tomar as dores deles para mim. Tento não me encher de tarefas (o que é algo difícil na minha posição, mas tenho-me permitido abrandar um pouco sem lesar o trabalho, espero), procuro explorar uma paz inconsciente e tento meditar ou, no limite, parar um pouco para respirar fundo e estabelecer alguma paz. Vou voltar a ficar sozinha em casa e quero voltar a fazer ioga ou qualquer outro exercício. Mas são planos que seguem com calma e ponderação, não quero piorar a achar que tenho de fazer mais e mais.</p><p>Por fim, faço por me rodear de inspiração (que me faça sentir bem e não uma fraude - todo um outro assunto para outro dia) e de palavras de força. Toda a ajuda conta na recuperação. Não estou nos meus dias mais produtivos, o futuro continua a construir-se e o mundo não abranda por nós, mas eu sei que tenho de olhar para mim e me dar algum sossego.</p><p>Porque partilho isto num blog que nem sei se ainda é lido sequer? Pois, não sei, só sei que partilhar ajuda. Sei que estas dores não são só minhas, e sei que a ansiedade tem dominado a vida de muita gente. Nunca me tinha sentido tão descontrolada, e imagino que como eu haja muitos. Só queria dizer que, se estás a passar por algo semelhante, não estás sozinh(e/o/a). E após escrever isto posso atestar que me sinto mais tranquila. Partilhar é vida mesmo, mes amigues.</p>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-35746181312283268552021-06-02T10:44:00.001+01:002021-06-15T10:14:42.442+01:00"It's all happening!"<p><span style="font-family: helvetica;">Sempre adorei esta frase icónica do Almost Famous. Apesar de ser um filme que me deixa uma sensação absolutamente melancólica, acho-o um retrato tão interessante daqueles tempos idos dos anos 70, da loucura das bandas e da música e das groupies. Se não viram, fica a sugestão, vale muitíssimo a pena, nem que seja pelos atores fenomenais que por lá andam.</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Feito o preâmbulo, queria só aqui deixar estas palavras porque ultimamente na minha vida, ALL is happening. Coisas boas e más, coisas trabalhosas e que me drenam, outras que me renovam a energia. </span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Há dias apresentei-vos nas stories do instagram o meu novo projeto profissional. Não é assim tão novo, uma vez que já estou há um ano a trabalhar nele, mas só agora viu a luz do dia e se tornou público, e o trabalho tem sido super intenso. Não me quero alongar muito, talvez um dia escreva mais detalhadamente sobre isto, mas apesar de curto e de ainda não saber o que o futuro reserva, tem sido essencial na minha reconstrução profissional. </span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Comecei 2020 deprimida e frustrada por ter arriscado num novo emprego que se revelou ser uma má escolha. Um ano num emprego que me arrasou a vários níveis e me fez avaliar o meu percurso e arrepender-me de tantos passos lá atrás. Por isso, ter sido convidada para participar, e depois ter um papel cada vez mais activo neste projeto, ajudou-me a reconstruir a minha frágil auto-estima. Hoje posso dizer sem grandes hesitações que me sinto capaz, orientada e forte. </span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Ainda assim, estou cansada, claro. Como tantos de nós. As consequências psicológicas da pandemia estão a fazer-se sentir com mais força a cada dia. A necessidade de férias, de voltar a separar as águas de casa-trabalho-família, de parar um pouco para só SER eu um bocadinho, de parar de produzir, tudo isto acumula-se em mim, e creio, em todos nós. </span></p><p><span style="font-family: helvetica;">No entanto, acho que tudo isto é bom, tudo é positivo. Estamos a crescer, tudo está a acontecer.</span></p>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-10180624284424489102021-05-19T22:01:00.006+01:002021-05-19T22:18:50.794+01:00Overdose de vida digital<p><span style="font-family: helvetica;">Sintomas:</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- Ler artigos/blogs/seja o que for na diagonal;</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- Aquilo que antes me dava prazer passa a ser um stress ou mais um item a riscar na checklist;</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- Ter mil tabs abertos no chrome e ao final de alguns dias fechá-los sem sequer os ler/ver/ouvir;</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- Uma lista gigantesca e crescente de podcasts que quero muito ouvir mas alguns vão ficar ali pendurados indefinidamente (os de true crime têm prioridade, lamento);</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- noitadas mesmo quando estou cansada a ver séries na Netflix porque posso aproveitar o sofá, mas passo o tempo a jogar jogos de velha tipo mahjong no telemóvel, ou a trocar mensagens (muitas vezes de trabalho), ou a trabalhar enquanto ouço os diálogos;</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- Ir ao instagram/facebook/twitter só para picar o ponto e limpar as notificações;</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- Cursos online parados;</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- Não conseguir ler as revistas que compro, muitas vezes porque levo o telemóvel para a mesa do pequeno-almoço;</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- começar a considerar o meu tempo em frente à câmara do ecrã e do computador. Muito ângulo feio e limpeza nasal devem apanhar as câmaras dos telefones;</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- Perceber que existem mais 50 programas de videochamada à distância e durante longos e felizes anos apenas conhecia o skype;</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">- Ter carregadores espalhados pela casa toda (e tirá-los das fichas para não desperdiçar energia).</span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Bem sei que por imposição das circunstâncias tivémos todos de nos adaptar e ajustar e viver uma vida mais virtual. Mas acho que ando a acusar o excesso de informação e imposições que tudo isto trouxe. Resolver as coisas no momento, dar resposta a tudo, estar a par de tudo. Quero voltar atrás mas nem sei bem onde começar. Voltar a fazer um detox digital? Apagar a conta do Facebook? O blog? As minhas contas de instagram? Fazer unsubscribe de dezenas de newsletters e apagar emails que não vou ler e os podcasts que não vou mesmo ouvir? Apagar apps do telefone? Sair mais de casa só para deambular (haja tempo)? </span></p><p><span style="font-family: helvetica;">Parece que para deixar de fazer e ver coisas tenho de fazer ainda mais. E mantenho-me na mesma. Por preguiça. Pura procrastinação. Dormência. Algo vai ter que mudar não vai?</span></p>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-42519892158604312662021-05-14T11:31:00.003+01:002021-05-14T11:31:54.077+01:00Já não tenho avós<span style="font-family: helvetica;">Esta semana começou como qualquer outra. Na verdade, bastante mais calma do que a semana anterior, pelo que estava a gozar o abrandamento do ritmo e levava a segunda feira com mais calma. Um dia falo-vos do projecto em que estou metida e a loucura que tem sido. </span><div><span style="font-family: helvetica;">O meu pai ligou-me depois do almoço e, ao melhor estilo de um bulldozer descarregou a notícia em mim "olha o avô morreu". Um baque. Um momento.</span></div><div><span style="font-family: helvetica;">Falámos um pouco, por muito que esperemos, nunca estamos verdadeiramente à espera. O estado de saúde do meu avô podia descrever-se em números e mesmo assim não lhe definia a condição. O meu avô estava acamado há 5 anos, por causa de um AVC, venceu 2 cancros (tanto quanto sei), tinha Parkinson, estava há dois meses e tal no hospital, com uma pneumonia, apanhou COVID e mesmo assim conseguiu ser assintomático, apanhou uma bactéria hospitalar, perdeu sangue e recebeu transfusões. E foi-se aguentando, um magro e pálido exemplar do que já foi. Até já não dar para mais.</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div style="text-align: left;"><span style="font-family: helvetica;">Outro número que posso acrescentar a esta equação é o facto de eu já não o ver há uns... 8 anos talvez? Não era propriamente uma zanga, não era ódio ou desprezo, apenas aceitação de que as pessoas da nossa família não são quem queremos e precisamos que sejam. E este meu avô partiu em desvantagem, porque o meu outro avô era o homem da minha vida. Por isso, depois de ter sido um personagem desestabilizador na harmonia da família, e ter armado confusões desnecessárias achei que era melhor manter-me afastada. Sem culpas nem mágoas. Apenas permitir que as nossas vidas seguissem os seus rumos.</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><span style="font-family: helvetica;">Mas dói-me que ele tenha desaparecido. O meu avô foi mais amado do que talvez merecesse, tinha uma família grande, 3 filhos, 5 netos e 6 bisnetos. Teve uma mulher que o adorou a vida toda, mesmo depois de se ter separado dele. O amor de uma vida nem sempre é isento de dor, percebi isso com os meus avós. Não apostou nos filhos e castigou duramente quem não pensava como ele, quem não se encaixava no seu ideal. A linguagem de amor que conhecia eram palavras ríspidas e dinheiro, e no fim, quando perdeu tudo, sobrou-lhe o amor dos filhos e da mulher que infernizou a vida da minha avó (justiça seja feita, esteve sempre do lado dele, portanto talvez tenha sido amado por duas mulheres afinal).</span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><span style="font-family: helvetica;">Dói-me que a vida dele tenha sido assim, tão cheia de insegurança e conflito, de ideais antigos e mastigados que nem sei se ele verdadeiramente acreditava neles, que não tivesse sensibilidade para lidar com as pessoas. Dói-me que tenha sido um pai castrador, um avô autoritário e um marido negligente. Dói-me que não tenha visto a beleza e abundância da sua família e tudo o que ele fez contribuiu apenas para marcar conflitos e separar as pessoas. Mas ainda assim não nos separámos. Nem uns dos outros, nem dele. Dói imaginar que era preciso tão pouco para todos termos sido uma família mais feliz.</span></div><div><span style="font-family: helvetica;">Dói que não tenha podido dizer-lhe que eu gostava dele e o perdoo. Mas espero que o saiba. </span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><span style="font-family: helvetica;">E, numa nota mais egoísta, dói-me ter perdido todos os meus avós. Nos últimos 4 anos foram-se logo 3. Eu sei, doentes, envelhecidos, frágeis. A vida é mesmo assim, o envelhecimento é mesmo assim. Eu aceito a lei da vida. Mas dói-me esta perda, estas perdas, a solidão que deixam. Doeu-me esta última despedida. Um pouco da minha infância foi com ele. </span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><span style="font-family: helvetica;">Somos as nossas histórias. As histórias dos outros com quem nos cruzamos. Ele leva um pouco da minha. Eu partilho um pouco da dele.</span></div><div><span style="font-family: helvetica;">Até logo avô.</span></div>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-8939180053630191682020-07-15T13:44:00.001+01:002020-07-16T12:36:13.804+01:00Welcome July!<font face="helvetica" size="2"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNlEliNhcc-vvLfXzq1SsqHA4NK6Y1xu5A8ifHbdSznXO2vPWEVmSCEmA745WZCgY7a-q-WvYi0_vZmyCG8G45RLe4dGhHB4Csrx-7tX4zpZmB_mtqjCd67TFQ-qJyaKQm1gbqt3gbDfmK/s1890/SS_Joana_Dez19+%252888%2529.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1350" data-original-width="1890" height="560" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNlEliNhcc-vvLfXzq1SsqHA4NK6Y1xu5A8ifHbdSznXO2vPWEVmSCEmA745WZCgY7a-q-WvYi0_vZmyCG8G45RLe4dGhHB4Csrx-7tX4zpZmB_mtqjCd67TFQ-qJyaKQm1gbqt3gbDfmK/w781-h560/SS_Joana_Dez19+%252888%2529.JPG" width="781" /></a></div>(Eu não posso dizer que vou escrever mais para de repente não conseguir arranjar tempo para me coçar, quanto mais escrever, claro!)</font><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica">Eis que inauguro o mês de Julho a relembrar que fiz 38 anos. Lembro-me como se fosse ontem a festa dos meus 18 anos, e de repente já passaram 20 anos e a vida deu tantas voltas, ganhei e perdi tantos quilos (ganhei mais que perdi - e isto até soa a algo tão positivo), tirei um curso, entrei na vida profissional, aprendi mil lições, perdi o meu avô, depois a minha mãe, depois as minhas avós, mudei várias vezes de casa, de carro, deixei sonhos de lado, larguei tudo por amor a mim mesma, apaixonei-me, tive um filho, fiquei desempregada, entrei nesta fase atribulada, sobrevivi ao confinamento, e agora persigo projectos novos e renovo o entusiasmo pela vida enquanto faço mil malabarismos para manter tudo a andar e já agora, dormir algumas horinhas extra. E tanta mais matemática coube nestes 20 anos. </font></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica">Este post era para ser mais longo e certamente não tencionava reflectir nos últimos 20 anos, mas as palavras às vezes levam-nos com elas, o mês já vai a meio, e o ano vai avançando para a segunda metade e polimos as armas para as batalhas que aí vêm. Estou optimista, ainda que estejamos num vórtice de mudanças estruturais grandes. Ainda tenho boas expectativas para a humanidade, por muito ingénuo que isto possa soar. Não deixo de me informar e preocupar demasiado com situações que estão fora do meu controlo, mas, faço por manter a paz nesta cabeça e esperar que isso influencie positivamente os que me rodeiam.</font></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica">Bem-vindos 38 anos, adoro anos pares. Que esta seja uma volta ao sol cheia de energia e dinâmica. </font></div><div><font face="helvetica">E bom Julho para todos!</font></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica" size="1">(foto da maravilhosa <a href="https://www.instagram.com/findingslow_photography/" target="_blank">Laura</a>!)</font></div>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-25699642558027521322020-06-29T13:36:00.000+01:002020-06-29T13:36:53.600+01:00Também andam farta/os do vosso blog ou sou só eu?<font face="helvetica">Calma minha gente, eu não vou mandar o blog abaixo. Na verdade este post é suposto ser positivo e construtivo.</font><div><font face="helvetica"><br /></font><div><font face="helvetica">Há dias a <a href="https://joanofjuly.com/" target="_blank">Catarina</a> publicou no instagram um muito aguardado retorno ao blog. E aproveitou a dica para fazer uma consulta rápida nas stories se a malta ainda gostava de escrever blogs. Eu respondi com um chocho "gostava tanto de escrever mais mas não o largo". E ela respondeu-me alegremente que adora ler-me. E eu sei que é verdade, mas senti-me uma verdadeira impostora. </font></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy2VqrEytMSnhf2eoHYCLAAJo1x8RBSEee5VSR4s_D1Ok7iA_aeh_EOYkateVxwZPOEiY8bunMAaZbRqLXXLPb_XXf2qFOtSaJQAXCYiIhepMeQZQdaiVNel9DpN6RZiUPVozt5nmcKU3Z/s1080/11910270_880328492061617_1949425223_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" height="781" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy2VqrEytMSnhf2eoHYCLAAJo1x8RBSEee5VSR4s_D1Ok7iA_aeh_EOYkateVxwZPOEiY8bunMAaZbRqLXXLPb_XXf2qFOtSaJQAXCYiIhepMeQZQdaiVNel9DpN6RZiUPVozt5nmcKU3Z/w781-h781/11910270_880328492061617_1949425223_n.jpg" width="781" /></a></div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica">A Catarina é uma das minhas blogger-musa. Ela sabe tornar um texto apelativo, sabe adorná-lo com boas imagens, faz reflexões muito pertinentes e tira conclusões certeiras. Sempre que lá vou, sinto que há conteúdo, dá gozo ler. Sinto-me muito próxima a ela apesar de só me ter cruzado com ela uma vez na vida, talvez tenha a ver com o facto de sermos ambas caranguejas, mas se calhar porque temos alguns pontos comuns nos nossos percursos e o entusiasmo dela faz-me lembrar o meu. </font></div></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica">Mas voltando um bocadinho atrás, senti-me um pouco impostora sim, porque de facto adoro escrever e manter este blog... mas não o faço. E passo muito tempo da minha vida a lamentar este facto em vez de o usar produtivamente para escrever ou... passe a redundância... produzir. E quando me dizem que gostam, o meu ego fica aos pulinhos, mas também um pouco envergonhado porque acho que sou mesmo capaz de fazer melhor.</font></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica">Sempre que tenho algum tempo, penso no blog e no que gostaria que ele fosse, e não faço efectivamente nada por isso. Há dois anos que penso em renovar-lhe o aspecto, criar um logo mais interessante, e dedicar-me efectivamente em construir aquilo que acredito que o blog é e tem potencial para ser mas... não faço nada. Rabisco algumas ideias, sonho acordada e a coisa morre na praia sem nunca ver luz do dia.</font></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><b>Estou farta do blog sim.</b> Ele não me fez nada de mal, muito pelo contrário, mas eu de facto estou cansada que seja só algo que pegue ocasionalmente. Claro que não significa que deva postar coisas só porque sim, mas eu gosto da continuidade que isto pode ter, gosto de ser mais assídua, mas não sou. </span></div><div><span style="font-family: helvetica;"><br /></span></div><div><span style="font-family: helvetica;">Preciso de me mexer, preciso que seja um sítio que eu ache verdadeiramente apelativo, que goste de o ler, que seja visualmente interessante e reflicta de facto o meu lado criativo e entusiasmado pela vida, e acima de tudo, que eu consiga pôr mais vezes por escrito as ideias de posts que me flutuam à volta da cabeça. </span></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica">Por isso, já chega desta modorra, e vamos mas é por isto a andar sim? </font></div><div><font face="helvetica">Entretanto, se tiverem dicas contra a procrastinação, temas que gostavam de ver no blog ou seja o que for, por favor partilhem que eu agradeço muito.</font></div>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-60513591610059800382020-06-25T09:57:00.002+01:002020-06-25T09:57:49.610+01:00Aquele dia em que eu participei num podcast<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEm6JzrvScuBPxbuwoTDzTe22UERY_a8fNuvdDonew_TUV9g2zbLdPK7Ji4LrtBPxOEIIGa60Ma_qixt6V2VW3_LGzrkoGNP6sAO5X8pIzCAUrOhjcF_VAUrQo1pKIhz9udf6C1n0vs8MI/s6720/jonathan-farber-gjHmip_Lmg4-unsplash.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4480" data-original-width="6720" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgEm6JzrvScuBPxbuwoTDzTe22UERY_a8fNuvdDonew_TUV9g2zbLdPK7Ji4LrtBPxOEIIGa60Ma_qixt6V2VW3_LGzrkoGNP6sAO5X8pIzCAUrOhjcF_VAUrQo1pKIhz9udf6C1n0vs8MI/d/jonathan-farber-gjHmip_Lmg4-unsplash.jpg" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><font face="helvetica" size="2">(<span style="text-align: left;">Photo by </span><a href="https://unsplash.com/@farber?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText" style="text-align: left;">Jonathan Farber</a><span style="text-align: left;"> on </span><a href="/s/photos/podcast?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText" style="text-align: left;">Unsplash</a>)</font></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><font face="helvetica"><br /></font></div><font face="helvetica">Devo dizer-vos, eu adoro podcasts. Passo o dia a ouvi-los. Já quando ouvia mais rádio eu gostava mesmo era que me dessem conversa, e dei comigo muitas vezes a rir sozinha e a responder-lhes, presa no trânsito. Um mimo, como podem imaginar. </font><div><font face="helvetica">Pois que eu comecei a ouvir podcasts graças a alguns pioneiros portugueses neste meio, e só depois tenho resvalado para os estrangeiros e só não subscrevo mais porque tenho uma quantidade gigante deles em stand-by. Tenho mesmo a sensação que estão a conversar comigo, sem falar na quantidade de coisas que tenho aprendido em entrevistas, comentários e esclarecimentos que muitos dão. É um meio riquíssimo e sem dúvida que tem acrescentado muito aos meus dias.</font></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica">Isto para vos dizer que participei num podcast! Não foi assim daquelas coisas em que me convidam e querem falar comigo por ser eu, mas ouço o <a href="https://open.spotify.com/show/6o6DT8i5cDVEBKV1rPjF5e" target="_blank">Arrepios com a Bilinha </a>desde que apareceu, sou patrona no Patreon e gosto muito das temáticas que ela trata (sou aficcionada de terror e mistério e tudo de inexplicável), e como ela conta histórias a novos convidados todas as semanas, eu agitei desavergonhadamente o meu dedo no ar para gravar com ela e cá estou eu a conversar um pouco com a <a href="https://www.instagram.com/raquelcaldevilla/" target="_blank">Raquel</a>, que me contou uma história clássica de assombrações que merece a pena conhecer. </font></div><div><font face="helvetica">Não estava nada nervosa, por incrível que pareça, mas de vez em quando acusava o cansaço e davam-me umas brancas ou divagava incessantemente, mas no geral foi uma experiência que adorei e quero repetir, seja com ela, seja com outros, seja criar o meu próprio podcast (?). </font></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica">Se gostam destes temas ou se simplesmente querem conhecer a minha voz, e o meu tagarelar incessante, <i>by all means</i>, ouçam o <a href="https://open.spotify.com/episode/0aFjHKwgirKSbeDgDesGKN" target="_blank">episódio</a>! No fim, se quiserem ser muito queridos digam que eu até me safei bem mesmo que não tenha sido o caso. </font></div><div><font face="helvetica"><br /></font></div><div><font face="helvetica" size="2">(e já que estamos no tema dos podcasts, alguém interessado em saber o que me entra pelos ouvidos? Ou com vontade de partilhar aquele mesmo imperdível? É um assunto que não me cansa de todo, adoraria saber o que pensam.)</font></div>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-35290441434701006242020-06-05T00:56:00.002+01:002020-06-05T01:08:49.943+01:00Respect<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ando a mastigar as ideias para compor este post há alguns dias e sinceramente nem sei se o vou conseguir publicar já ou se o vou construir com o tempo. É muito difícil falar de racismo, de por os conceitos na mesa, de esmiuçar os pontos de vista e tentar abranger a complexidade de tudo o que abarca. E sei que, longo ou curto, este post vai sempre ficar incompleto e que nunca conseguirei falar de tudo o que se atropela na minha mente, mas tenho de tentar. Porque tenho uma voz, tenho uma plataforma (por pequena que seja) e tenho muita vontade de aprender, de compreender e de viver esta questão que se impõe incomodamente nas nossas vidas. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No fundo, como tudo na vida.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não podemos simplesmente fechar os olhos, fingir que não existe, que não tem importância, que vai passar. A memória é curta, mas enquanto continuam a morrer pessoas, e outras a passar por elas com impunidade, e a sermos TODOS constantemente atropelados pela profunda injustiça, de tudo isto, não podemos ignorar. Vamos convidar este incómodo, vamos debater, discutir, argumentar e contra-argumentar para, no mínimo, alargarmos as nossas mentes e aprendermos em conjunto. E com este conhecimento fazermos parte de uma sociedade mais equilibrada e justa, porque somos nós, unidos, que a construimos.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tenho aprendido algumas coisas, alguns conceitos que não questionava antes. O fenónemo "black face", o #blacklivesmatter (que não é de todo um contraponto ao #alllivesmatter), a reconhecer o meu privilégio branco, e o que é verdadeiramente a "normalidade". Há tantas facetas para uma mesma coisa, não podemos simplesmente fechar os olhos a outras realidades que não a nossa. Empatia, precisa-se.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Aprendi com as minhas lutas pessoais que o meu sofrimento é válido, mas não é isolado. E que as minhas lutas pessoais são isso mesmo, apenas. E todos temos as nossas, ninguém escapa. </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por isso quando começo a pensar no quanto as minorias têm de lutar e de se esforçar para ganharem credibilidade e peso e voz e um lugar minimamente respeitável na sociedade, só sei que nada sei. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Eu neste momento posso descansar, posso por as minhas batalhas em pausa e relaxar confortável que amanhã ou depois pego nelas. Mas há quem não possa parar de lutar, que não se pode dar ao luxo de baixar a guarda, de sossegar. Não sei o que é ser olhada de lado, despertar desconfiança, insegurança, apenas pela minha aparência. Não sei o que é ter pavor de ser acusada injustamente porque se estiver no lugar errado à hora errada ninguém me vai automaticamente culpar e julgar pela cor da minha pele. Não sei o que é ouvir comentários asquerosos e injustos e sentir que o não há lugar para mim na sociedade. E acima de tudo, não sei o que é temer pela própria vida quando saio de casa. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">É incerto por onde podemos começar, mas mesmo que dê passos pequenos, vou dá-los. É o meu compromisso daqui para a frente. Estar atenta, ouvir, aprender, partilhar. Nunca me considerei (nem tenho feitio) propriamente activista, mas sei que posso e quero ser activa. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Há muita informação a circular e dar continuidade à discussão, não deixar o assunto morrer é responsabilidade de todos. É o mínimo que podemos fazer. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não me quero alongar muito mais, provavelmente voltarei a este assunto com posts mais orientados e mais explícitos (assim o espero) mas queria deixar-vos uma sugestão para terminar.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Subscrevam a newsletter da <a href="https://www.nicoleacardoza.com/anti-racism-daily" target="_blank">Nicole Cardoza</a>. Tem informação interessante e muitíssimo bem documentada. Leiam, e se puderem, contribuam.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E se querem falar mais, usar esta plataforma, debater seja o que for comigo, corrigir-me, por favor, façam-no. Tenho o e-mail, facebook, instagram, caixa de comentários aberta. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Respect.</span><br />
<br />Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-30049987870628397442020-04-20T19:54:00.000+01:002020-04-20T21:16:23.306+01:00Notas soltas de uma quarentena<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Os dias são todos iguais. Há alguma dificuldade em perceber quando começa e acaba uma nova semana mas lá vamos desvendando o calendário, e assim de repente já passou um mês e uns trocos de isolamento e nem acredito que já é dia 20 de Abril. As crianças andam com os sonos todos trocados. E nós demasiado exaustos para tabelar as energias, vamos gerindo ao nosso ritmo. Todos passamos por altos e baixos, mais ou menos insónias, mais ou menos dificuldade em trabalhar. Mas a verdade é que sendo iguais ou não, eles passam e passam velozes. E ainda não sabemos muito bem quando e como acabarão.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Já me fui um bom bocado abaixo com isto tudo, já discuti muito, larguei lágrimas solitárias, mas também tive momentos de intensa paz. Ontem, pela primeira vez, deixei a loiça fora da máquina e só arrumei hoje de manhã (eu sempre tive uma pequena rebelde em mim). E soube bem não tentar controlar tudo. Não seguir uma obrigatoriedade de cumprir um horário rígido em casa. às vezes as coisas podem esperar.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não limpo a casa tantas vezes como gostava mas ainda assim tenho as mãos feridas de tanto detergente e esfregona. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">As compras doem, está tudo caro, tudo se gasta mais, e claro que gastamos mais (os miúdos não param de comer?) mas não abdico de um vinho de vez em quando, de pilhas para os brinquedos, de risota e dança na sala ao som do panda. E em breve também vou gastar mais do que devo em terra e vasos para continuarmos a plantar coisas, comemos um rabanete cultivado por nós na salada e estava delicioso. Queremos mais. Girassóis estão a abrir na varanda.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxSeC9Ay-1wOGOy2xXH_7sKsNPeuPZBx6VdYO8XUiLqhLiCz2Nhfyf1htAYN_CU1WmCv0kD6DVpDXQN3Onvcays_Gl9VY98-pqol1I1mwsFyn5S4vSb3U-yhnztc95PcgjRRpBIYdwkLv4/s1600/91200852_630328987545810_6063422545018875551_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxSeC9Ay-1wOGOy2xXH_7sKsNPeuPZBx6VdYO8XUiLqhLiCz2Nhfyf1htAYN_CU1WmCv0kD6DVpDXQN3Onvcays_Gl9VY98-pqol1I1mwsFyn5S4vSb3U-yhnztc95PcgjRRpBIYdwkLv4/s1600/91200852_630328987545810_6063422545018875551_n.jpg" /></a></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Tento praticar aquela coisa da gentileza e paciência para comigo mesma todos os dias a cada falha, ao mínimo sinal de culpa, de alarme. Já percebi que muito desta vida é feito no improviso e nesta fase improvisamos mais que nunca. Quando temos por cá a mais velha fazemos trabalhos com ela e tentamos ter tempo para tudo. Nem sempre dá. Mas há dias desenhámos as duas e foi maravilhoso. Não escrevo como gostaria, apenas tenho apontado alguns momentos de angústia, e comecei um novo caderno de desenho e tenho tido alguns momentos felizes nele. Comecei a reaprender a tricotar e não tenho jeito nenhum mas tenho lãs maravilhosas herdadas da minha avó e ainda não desisti. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Às vezes durmo sestas com o meu filho, vá... não é só às vezes, é quase sempre, mas ele também me interrompe tanto as noites, a juntar à minha insónia... uma sesta é um balão de oxigénio. Não tenho tempo para trabalhar nas pequenas coisas que tenho penduradas, mas elas cá continuam e vão avançando ao ritmo possível. Não me esqueço que sou uma sortuda que se pode dedicar mais ao filho e à casa do que muita gente. A sala já sofreu algumas alterações. Afinal, é de todos. Um colchão e almofadas no chão, a zona lounge, pizzas no sofá, a utilização de um móvel que estava por cá temporariamente para apoiar os trabalhos e brincadeiras, e as tralhas que se vão acumulando na arrecadação. E a casa sabe-me tao bem e nunca esteve tão cheia e tão bonita.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Video calls com os amigos que são irmãos, com os primos, com o meu pai e a minha irmã. Muitos beijinhos atirados no ar que sabemos que não os podem tocar, mas esperamos que lá fiquem junto a eles. Muitas saudades dos meus, da liberdade de sair, de os encontrar e abraçar quando quero. Conversas soltas, saudades, tagarelices, tudo por whatsapp. Não me canso das tecnologias nesta fase.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ontem encontrei-me com o meu pai e irmã. Demos uma pequena volta aqui no quarteirão e sofri por não os abraçar. O meu filho, que não compreende este conceito de afastamento, não os largava, mas fartámos de lhe desinfectar as mãos para poder andar de mão dada com eles.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">As actividades da escola vão ocupando as nossas mentes e mesmo assim pouco conseguimos fazer. Ai a culpa outra vez, preciso de mandar e-mail aos educadores. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Leio menos livros, compenso nas revistas. Mil ideias enchem-me a cabeça e a Netflix ocupa o tempo solto. Já vi a segunda temporada do The terror na tv (é no AMC ou SY-FI? Já não sei), o Freud da Netflix, o Hill House Haunting e estamos a terminar o Irlandês. Em breve vai surgir a segunda temporada de Afterlife e quero ver o Dois papas. E o Stranger Things. E tanta coisa. Mas tudo devagar. Uma coisa de cada vez, ao ritmo dos dias. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Que são todos iguais.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Como anda a vossa Coronatena? </span><br />
<br />Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-82655617704140235712020-03-31T17:24:00.000+01:002020-03-31T17:24:04.129+01:00Las hay no hay?<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Acabei de entregar o meu ipad a um estafeta para reparar o vidro que se estilhaçou alegremente ontem antes de me ir deitar. O meu filho usa-o com frequência, já o deixou cair mil vezes, sujou-o com tudo e mais alguma coisa, inclusive pisou-o sem dó nem piedade. Ontem, escapa-se-me das mãos num momento e pronto, adeus dinheiro (e que todos os males fossem esses, felizmente pude mandar reparar e os serviços mínimos vão sendo garantidos, coisa que muito me agrada).</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Hoje de manhã, já tinha aceitado que teria de emagrecer as minhas poupanças porque o tablet dá de facto imenso jeito, não só para quando é usado pelo miúdo, mas dou-lhe imenso uso para trabalhar, aprender, entreter-me, não posso nem vou obviamente investir num novo só porque sim, e porque se algum dia puder fazer upgrade será para o Ipad pro, e este ficará sempre para uso doméstico.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Só que comecei a pensar nas coisas que se têm partido (apenas e somente) nas minhas mãos ultimamente.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E quando digo ultimamente é tipo nos últimos 2, 3 meses. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">2 pratos, 1 copo, 2 frascos de vidro que uso para guardar coisas, uma prateleira de vidro do frigorífico que era a tampa da gaveta da fruta, e agora, o vidro do ipad. Só para perceberem, os pratos e copos estão na casa desde que cá comecei a viver e já lá vão 10 anos que aqui estou. E só agora começo a partir cenas.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">E para finalizar, agorinha mesmo, o que me leva a contar-vos esta história... Estava a tirar um frasco de vidro de uma prateleira alta, e garanto, estava a segurar num só, e outro que estava ao lado pura e simplesmente voou atrás. Se lhe toquei nem dei por isso. Felizmente tenho reflexos rápidos e apanhei-o, senão tinha mais vidros para apanhar.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Isto começa a não parecer coincidência não é? Que ervas devo queimar para parar com isto, sabem? Ou já estarei a endoidecer com o isolamento? </span>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-9307376076026953962020-03-20T22:14:00.000+00:002020-03-20T22:14:15.451+00:00Confinamento e conforto<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Nesta fase que todos vivemos, eu confesso que apesar da inquietação constante e das insónias que me assolam, no geral ando tranquila e calma, não me ando a passar com o confinamento entre 4 paredes, e levo estes dias com alguma leveza. Ando numa fase de re-enamoramento pela minha casa, e desde Setembro que as arrumações e organizações são uma realidade para que fique menos caótica e mais confortável. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Quando fiquei desempregada no início do ano, o meu foco era principalmente na casa. Comprei móveis, montei móveis, limpei, arrumei, escolhi, empilhei mil coisas na arrecadação (será a próxima montanha a escalar), dei finalmente novo uso à minha secretária para me ocupar dos meus pequenos projectos e não só, e todo este espaço ficou mais respirável e agradável. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Já está quase pronto a receber visitas novamente (as saudades que tenho de organizar almoços e jantares com amigos e família), mas essa parte vai ter de esperar.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQtufiDTe8pvDL3hEXGAR2NjeryeBd6azgBYpzTFiPalHOfYheo_vlwuzPmbDgyFHePdD4ZuN3GSLryJBnNQbje1v_cpNkjnlQ2ZaGb9Q-AUhxovzMiO0zucDYNAzB-xDQL7EtTwoZPIw2/s1600/Snapseed.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQtufiDTe8pvDL3hEXGAR2NjeryeBd6azgBYpzTFiPalHOfYheo_vlwuzPmbDgyFHePdD4ZuN3GSLryJBnNQbje1v_cpNkjnlQ2ZaGb9Q-AUhxovzMiO0zucDYNAzB-xDQL7EtTwoZPIw2/s1600/Snapseed.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: left;">
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif; font-size: x-small;">(a minha secretária, com riscos feitos pelo miúdo e imagens que me inspiram - vou postar no <a href="https://www.instagram.com/_analog_girl_/" target="_blank">instagram</a>, mas as imagens que me acompanham são da <a href="https://www.martabsousa.com/" target="_blank">Marta B Sousa</a>, <a href="https://anasilviagostinho.com/" target="_blank">Ana Sílvia Agostinho</a>, <a href="https://www.behance.net/amalteia" target="_blank">Amalteia</a> e <a href="https://www.bentleyworks.us/" target="_blank">Anne M Bentley</a> para a <a href="https://www.flowmagazine.com/" target="_blank">Flow</a>)</span></div>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Isto para dizer que estar em casa, por si só não me é doloroso ou aborrecido. Claro que não é fácil gerir o dia para todos comermos, dormirmos, estarmos confortáveis, trabalharmos, entretermos o miúdo (e não temos ainda a minha enteada connosco), fazermos algum exercício e afins, mas talvez pelo facto de ter estado em casa um bom pedaço antes, me preparou para fazer os meus dias entre portas. Não me sinto muito aborrecida. Mesmo não adiantando grande coisa no dia a dia, não escrevo e pouco desenho, ainda tenho uma pilha de roupa para passar, tenho um filho cuja palavra que mais repete é "mamã" e precisa de mim para adormecer, para acalmar, e não posso fazer nada à frente dele sob pena de que ele arrebate tudo o que tenho em mãos (computador, cadernos, canetas...enfim, uma alegria. Tendo em conta que sempre gostei de salvaguardar as minhas coisas é todo um teste de resistência e desapego). </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mais do que nunca, sou grata pelo meu temperamento introvertido. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Mas claro que sinto falta de contacto humano. Dos meus. Todos os dias há chamadas em vídeo, mais longas que o costume, penso muito no meu pai sozinho em casa e como esta solidão pode ser tão cansativa como uma criança pendurada em nós 24h por dia. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Estamos todos juntos nisto, mesmo estando separados. Pela primeira vez, vivemos algo que nos nivela a nossa humanidade, verdadeiramente. Nas poucas vezes que saio à rua falo com toda a gente. Quando é que isso acontecia antes? Recebo e-mails de empresas e sim, há muita tentativa de negócio, mas também há palavras calorosas. Todos os dias há directos no instagram e afins, pequenas aulas online, correntes de comunicação nas redes sociais e mensagens com os meus amigos. Muitos memes e muito riso, e de repente sinto-me mais ligada às pessoas. </span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Claro que há todo um mundo de preocupações económicas, políticas e práticas a enfrentar, mas tudo a seu tempo. Neste momento sinto uma gratidão imensa pela generosidade das pessoas, pelo sentido de comunidade que se instalou, pela solidariedade e reconhecimento.</span><br />
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Trebuchet MS, sans-serif;">Há pouco estendia roupa a ouvir os sinos da igreja, som que sempre associo a conforto e a casa. A primavera chegou, mas cheirava a outono no ar. E senti-me bem e esperançosa. Só espero que saibamos todos fazer a partir daqui um caminho equilibrado e constante daqui para a frente.</span>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-58101504258309417082020-03-19T00:13:00.000+00:002020-03-19T00:29:06.014+00:00O post do regresso (ou algo do género)<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzaO-xj0toS205CNMbDn_xUygVOJKct0RP5NOcyP32Uip0EIB7hrM5ljl7u3vU10nZJr2-BdyFAHakQCyQq9Yq9nj73DzkOcx24dRgVMgCwVL1KqjognuajlWWmVHYFUNKXzdnSIesFsiL/s1600/SS_Joana_Dez19+%252844%2529.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1143" data-original-width="1600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzaO-xj0toS205CNMbDn_xUygVOJKct0RP5NOcyP32Uip0EIB7hrM5ljl7u3vU10nZJr2-BdyFAHakQCyQq9Yq9nj73DzkOcx24dRgVMgCwVL1KqjognuajlWWmVHYFUNKXzdnSIesFsiL/s1600/SS_Joana_Dez19+%252844%2529.JPG" /></a></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Voltei! </span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Ou pelo menos quero voltar. Bem, querer querer... quero voltar desde que decidi fazer esta pausa, mas nem sempre é fácil escrever na confusão dos dias, das confusões da minha cabeça e agora retomar o ritmo vai ser difícil mas espero manter-me um pouquinho mais activa (quantas vezes digo eu isto?). </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">A verdade é que gosto mesmo de me manter em contacto, de me mexer aqui no meu mundinho virtual, ainda que os blogs tenham perdido o glamour. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E não tendo mega planos, quero alterar algumas coisas por aqui sim, quero escrever mais e fazer disto um diário mais a sério (mas já sabem, nada de planos e de projeções, apenas o meu diário). Na verdade, os mais atentos talvez já tenham notado algumas pequenas alterações desde há uns tempos atrás (menus diferentes e uma nova profile pic?- se tudo correu bem...), e o blog continua a ser um investimento que me faz sentido. Resta saber se vou levar em frente tudo aquilo que gostava, mas realmente... apetece-me tanto voltar que nem vou esperar mais.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-WfyV52MYJv8xh34iZOwxH2YWNH9PzAX5mGhfN65gVJxVM1yKTouJNhzrvlsejL-WEAc9BVcv29t1ALZ2B6JYjLHBDPtsm-gsgsN4LrDO2oQXLpdKNsQs8rwyfSBA06j6Hk7g422Jejd5/s1600/SS_Joana_Dez19+%25286%2529.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1143" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh-WfyV52MYJv8xh34iZOwxH2YWNH9PzAX5mGhfN65gVJxVM1yKTouJNhzrvlsejL-WEAc9BVcv29t1ALZ2B6JYjLHBDPtsm-gsgsN4LrDO2oQXLpdKNsQs8rwyfSBA06j6Hk7g422Jejd5/s1600/SS_Joana_Dez19+%25286%2529.JPG" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
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<h3>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O que aconteceu neste hiato?</span></h3>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Começo por dizer que não tem sido fácil pensar em escrever aqui. 2019 foi um ano MUITO difícil para mim. Mudei de vida em Janeiro de 2019, e em Janeiro deste ano, a vida mudou novamente, e eu mudei com ela. Sem me alongar muito sobre o assunto, digamos que apostei no cavalo errado, arrisquei num novo desafio profissional que não correu como imaginava e agora estou em pausa. </span><br />
<br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Atrevo-me a dizer que é bastante merecida, sempre fui filha da crise numa profissão onde se espera de tudo e se praticam abusos constantemente e sempre lutei por algo melhor, uma posição melhor, experiência diversificada, na esperança de que dessa luta algo bom viesse, até que essa luta levou o melhor de mim e da minha saúde mental. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Peço desculpa por ser tão vaga, acho que ainda ando a processar tudo isto, e sinceramente, confesso algum vexame por estar desempregada. E se por um lado preciso de abrandar e me reorganizar, por outro as perspectivas não andam muito animadoras neste cenário pandémico. Preparo-me para enfrentar o ano sem perspectiva de emprego e como teste cenário pode ser assustador.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">No entanto, sei que não tenho outro remédio senão ir à luta. E há algo de extremamente electrizante nessa perspectiva. Talvez algo de bom surja daqui mesmo. Ou pelo menos eu acredito que sim.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvXOA7LUgl00DWCT74TvbskAyPLUUPhR-oQMatazUw34PuiLjbViHdophYrXS7U4mH13o6c2DjLaE3IOKo5MRB75k1UofBvZxGdz-eKpV3ke_SIMSiPAKMIDXu4TyTLEl_eUQ_XWhTouLH/s1600/SS_Joana_Dez19+%252849%2529.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1143" data-original-width="1600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvXOA7LUgl00DWCT74TvbskAyPLUUPhR-oQMatazUw34PuiLjbViHdophYrXS7U4mH13o6c2DjLaE3IOKo5MRB75k1UofBvZxGdz-eKpV3ke_SIMSiPAKMIDXu4TyTLEl_eUQ_XWhTouLH/s1600/SS_Joana_Dez19+%252849%2529.JPG" /></a></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Para já há um certo alívio em constatar que estou em posição privilegiada para poder ficar em casa com o meu filho nesta fase complicada, que trabalho em casa sempre que posso (ou consigo), que ando a fazer por aprender coisas novas e a aceitar os momentos de pausa que surjam e a respeitar os meus limites. E a nível financeiro... bem, já tinha essas expectativas alinhadas mesmo...</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Portanto, sejam bem-vindos ao regresso do blog. Vamos tentar escrever, desabafar, rir e criar. E deliciem-se com as fotos que fiz com a minha lindíssima <a href="https://www.instagram.com/findingslow_photography/" target="_blank">Laura</a>, alma-gémea criativa, no Outono passado e que já fazem parte deste espaço.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Entretanto, e caso não me apanhem tão amiúde quanto gostaria, convido-vos a passar no <a href="https://www.instagram.com/_analog_girl_/" target="_blank">meu instagram</a>, ando bastante mais activa por lá, já faço stories e tudo! :)</span><br />
<br />Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-42776519154513397992019-04-02T11:00:00.000+01:002019-09-20T10:46:33.704+01:00Aquele post que nunca pensei escrever...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNa42ixsd3L_EftuT_AhMeBa_RaJk_aYWR8oX6y6Lvb8TltnkiTurjUcZHiOWSvcOFt588VAWUlUp_ZXsiPEOJcfy6A-P0izIANPaEfYqquSupGdHDMjIadw-uyTr9YCIrA4Gw8Ttb-S4Z/s1600/green-chameleon-21532-unsplash.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjNa42ixsd3L_EftuT_AhMeBa_RaJk_aYWR8oX6y6Lvb8TltnkiTurjUcZHiOWSvcOFt588VAWUlUp_ZXsiPEOJcfy6A-P0izIANPaEfYqquSupGdHDMjIadw-uyTr9YCIrA4Gw8Ttb-S4Z/s1600/green-chameleon-21532-unsplash.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-size: x-small;">(imagem da maravilhosa Unsplash: <a href="https://unsplash.com/photos/s9CC2SKySJM/share">https://unsplash.com/photos/s9CC2SKySJM/share</a>)</span></div>
<br />
A verdade é esta... apetece-me muito pouco escrever por aqui. Aliás, ainda há muita coisa que gosto de partilhar e penso em fazê-lo, mas algo me impede e fogem-me as palavras. Não vejo grande propósito nisso. Talvez esteja com uma crise de identidade blogosférica, não sei.<br />
Para ser mesmo sincera, estou num ponto tal que não vejo grande interesse neste espaço, não vejo um fio condutor, não vejo objectivos nem ideias. E não tem de haver. Mas mesmo um diário por vezes é um espaço de despejo, sem brio nenhum, escrito com letra ilegível e com a pergunta "para quê?" a pairar no ar.<br />
Este meu diário está numa fase dessas. Ando há quase 14 anos nisto, já não sei escrever ou reflectir sem pensar em como isto poderia dar um post interessante.<br />
E talvez o desgaste seja mesmo esse.<br />
Quero perceber como é a vida para além dos posts. Quero arrumar bem a minha cabeça e o meu espaço.<br />
<br />
Não sei se o desânimo é permanente, mas a verdade é que ando sem força para por planos em andamento, para me largar ao mundo como eu queria e sentia que devia. Afinal ainda não é tempo para me atirar cá para fora, a primavera chegou e continuo a querer estar recolhida como se fosse inverno. Escolhi mal a palavra do ano e tenho plena consciência que tenho de alterar o meu foco.<br />
<br />
Não que ande parada na vida. Continuo a trabalhar para alguns dos objectivos que tinha definido, a aprender e a por coisas novas em prática, continuo a ler e a recolher informação, a fazer uma série de trabalho interno de mim para mim. E por isso não consigo mesmo comprometer-me mais com isto. Não quero, pelo menos para já.<br />
<br />
<b>Por isso, coloco aqui no blog umas reticências. Ainda não é o ponto final, mas pode vir a ser, não sei.</b><br />
<br />
<br />
<a name='more'></a>Prometo que vou manter a conta do <a href="https://www.instagram.com/_analog_girl_/" target="_blank">instagram</a> e do <a href="https://www.facebook.com/AnalogsBox" target="_blank">facebook</a> abertas para quando me apetecer conversar, mas agora não me apetece blog, simplesmente. E queria assumir isso aqui, para não deixar isto mal tratado e abandonado. Por agora, cobrem-se os móveis, a porta fecha-se e logo se vê se isto volta a abrir ou se arranjo outro espaço mais arejado, ou se me fico por outras redes. Este foi o meu blog mais longo e acompanhou-me por tantas aventuras, adoro a energia que se gerou neste espaço ao longo dos anos. Mas temos que reconhecer quando as coisas já não funcionam.<br />
<br />
Obrigada a todos os que me têm acompanhado, espero que possamos ir trocando ideias pela internet fora (tenho <a href="https://www.facebook.com/AnalogsBox" target="_blank">facebook</a>, <a href="https://www.instagram.com/_analog_girl_/" target="_blank">instagram</a> e mail do blog, nada disto está parado).<br />
E um até já!Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-54015648406924772612019-03-05T10:27:00.002+00:002019-03-05T10:27:56.646+00:00A lista!Na senda <a href="https://analogsbox.blogspot.com/2019/02/die-diet-die.html" target="_blank">deste</a> post, não podia deixar de partilhar convosco algumas pessoas que me estão a fazer pensar e a ajudar a mudar a minha relação com o corpo e a comida. Achei que por si só isto já tenho algumas coisas para partilhar que mereciam um post isolado, por isso, sem mais demoras, aqui vão elas... Aviso já que isto pode ser algo longo. E que mesmo assim vai faltar muita coisa...<br />
<br />
Não conheço (ainda) contas portuguesas de profissionais especializados em alimentação intuitiva, por isso os links e referências que tenho são mesmo de malta estrangeira, lá fora há todo um movimento a acontecer que gostava mesmo de ver replicado em várias profissões, seja de coaching, de nutricionistas, de psicólogos... A boa noticia é que cheira-me que ainda só estamos no começo.<br />
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Por cá conheço pouca coisa, confesso, mas há algumas mulheres que já lutam muito pelo positivismo e aceitação, portanto sugiro desde já o <a href="https://lollytasteblog.com/" target="_blank">Lolly Taste</a> da Vânia, e o blog da <a href="http://www.helenamagalhaes.com/" target="_blank">Helena Magalhães</a>, que são as que mais vejo a abordar temas de amor-próprio e de quebra com esta cultura de dieta e imagem. Descobri também (sugestão da <a href="http://osentidodascoisas.blogspot.com/" target="_blank">Ana</a>) a <a href="https://www.instagram.com/joana_margarida_morais/" target="_blank">Joana Margarida Morais</a> e estou a adorar o feed do instagram dela. Noto também que há já alguns profissionais no instagram que também têm um discurso muito mais inclusivo e abrangente, e em breve teremos mesmo mais gente especializada neste tipo de abordagem.</div>
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<b>Mas adiante, aqui vão os meus links de referência, começando pelos especialistas:</b></div>
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<a href="https://fullofjoy.co/" target="_blank">Isabelle Ysebaert </a>- Psicóloga e healtch coach, ger o projecto Full of joy. É super conveniente, pois mora cá em Portugal e tem uma forma super simples de abordar estas questões no <a href="https://fullofjoy.co/blogs/blog-posts" target="_blank">blog</a> e o melhor de tudo, gere um grupo de facebook com pessoas que estão motivadas a mudar a relação com a comida, e que enche de informação preciosa (e truques para começarmos a aprofundar esta relação com o corpo e a comida) e promete que, se continuar a crescer, terá em breve muito conteúdo de mais especialistas. Corram a juntar-se <a href="https://www.facebook.com/groups/fullofjoy.foj/" target="_blank">aqui</a>, e podem dizer que fui eu que vos mandei! :)</div>
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<a href="http://www.laurathomasphd.co.uk/" target="_blank">Laura Thomas PhD</a> - Adoro-a. é uma nutricionista sem papas na língua e que está cheia de vontade de desmistificar e mandar abaixo os pilares da cultura de dieta. Incluindo aqueles institucionalizados como a Ella Woodward e o Jamie Oliver (ah pois!). Sigam-na no <a href="https://www.instagram.com/laurathomasphd/" target="_blank">instagram</a> e ouçam o <a href="http://www.laurathomasphd.co.uk/category/podcast/" target="_blank">podcast - Don't salt my game</a>, é super leve e sempre cheio de conteúdo interessante. Lançou um livro no início do ano sobre alimentação intuitiva que já está na minha mesa de cabeceira e que sinto que vai ser um verdadeiro guia para entrar neste mundo. Quando o ler hei-de falar dele.</div>
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<a href="http://www.lindatuckercoaching.com/" target="_blank">Linda Tucker</a> - Sigo-a há pouco tempo mas é uma health coach com um discurso muito abrangente e tolerante. Gostei particularmente deste <a href="http://www.lindatuckercoaching.com/lindatuckerhealthcoaching/2019/1/31/cnzq4aqbtp06cciadlz7uqfddmro21" target="_blank">post</a> que acho que resume um pouco a fase em que me encontro e as perguntas que tenho e as dúvidas que estou a experimentar. Muito enriquecedor e interessante.</div>
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<a href="https://christyharrison.com/" target="_blank">Christy Harrington</a> - Mais uma nutricionista especializada, com direito a curso (carote) sobre alimentação intuitiva e muito conteúdo bom. Também tem um óptimo <a href="https://christyharrison.com/foodpsych" target="_blank">podcast, - Food Psych</a> que confesso, não ouço tanto quanto gostaria porque ela tem uma voz um pouco irritante (será o sotaque americano?). Mas ainda assim, tem imenso conhecimento disto tudo e vale sempre a pena segui-la.</div>
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(há certamente muitos mais, mas estes são os que acompanho com mais regularidade)</div>
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<b>Activistas com muito conhecimento de causa:</b><br />
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Cruzei-me com a Megan do <a href="http://www.bodyposipanda.com/" target="_blank">Body Posi Panda</a>, no <a href="https://www.instagram.com/bodyposipanda/" target="_blank">instagram</a> e achei-a muito doce e colorida, quase não a levei a sério. Mas enganei-me redondamente. Ela já passou por muito, esteve às portas da morte com uma anorexia, e tem muito a dizer sobre estes assuntos. É muito lógica na forma de argumentar e não há como não acenar que sim a tudo o que diz. Contra factos não há argumentos, de facto... Li o <a href="https://www.amazon.co.uk/Body-Positive-Power-learning-yourself/dp/1785041320/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1491813693&sr=1-1&keywords=body+positivity+panda" target="_blank">livro</a> dela recentemente. É muito completo no que diz respeito ao positivismo corporal e na desmistificação do universo das dietas, mas também muito "activista". Pensei que ia ser mais leve, não foi o que esperava, mas nem por isso significa que tem menos informação e interesse. No entanto, no blog já temos uma boa dose de informação e de respostas que ela dá às dúvidas que são sempre dedicadas e cheias de carinho.<br />
<br />
Conheço o <a href="https://thefuckitdiet.com/" target="_blank">F*ck it Diet</a> há pouco tempo, mas é um daqueles sites refrescantes com muita informação e bons conteúdos (também inclui um podcast que ainda não ouvi). Chega uma altura em que se calhar isto tudo se repete, mas acho que não nos faz mal deixar a informação entranhar-se sob outro ponto de vista e estas pessoas têm sempre a sua experiência pessoal a partilhar, com que nos identificamos imediatamente. Gosto muito do facto da Caroline ser uma pessoa "normal", que não tem excesso de peso nem aparenta ter qualquer tipo de problema com a imagem corporal, mas quem é que disse que para se ter disfunções alimentares ou lutar pelo positivismo corporal tem de ter um tipo de corpo específico? E o livro dela também está quase aí e parece-me muito interessante...</div>
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<b>Redes sociais:</b><br />
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Para além da malta que já mencionei acima, há algumas contas avulso de positivismo corporal e de mulheres maiores que provam que não precisam de se enquadrar nos pârametros para serem bonitas e capazes de muita coisa. Temos a Milly com o <a href="https://www.instagram.com/selfloveclubb/" target="_blank">Self Love Clubb</a>, que fala muito sobre saúde mental e aceitação de quem somos, sempre de uma forma crua e muito real, por vezes drástica, mas é fantástico lê-la (especialmente neste <a href="https://www.instagram.com/p/BtMGfQHnKoW/" target="_blank">post</a>, sobre a "dieta" que vai fazer para o casamento), a modelo <a href="https://www.instagram.com/tessholliday/" target="_blank">Tess Holiday</a>, que dispensa apresentações, a <a href="https://www.instagram.com/palomija/" target="_blank">Paloma Elsesser</a>, que outra modelo plus-size e é linda, e a actriz <a href="https://www.instagram.com/jameelajamilofficial/" target="_blank">Jameela Jamil</a> que se está a tornar no meu mais recente girl-crush. Há outras que sigo mas estou certamente a esquecer-me. Estas são as minhas maiores referências.<br />
Também adoro o blog <a href="https://www.stylemesunday.com/" target="_blank">Style me Sunday</a>, onde acompanhamos a Natalie, uma mulher real, com duas filhas, corpo mole e largo e roupa maravilhosa.<br />
<br />
Por fim, como não poderia deixar de ler, uma listinha de livros. Não sou nenhuma expert no assunto, até porque ainda agora comecei, mas fica a minha wishlist, em que alguns são mesmo os livros referência do assunto:<br />
- <a href="https://www.amazon.com/Intuitive-Eating-Revolutionary-Program-Works/dp/1250004047/ref=sr_1_2?crid=HWSR5S1I4MXO&keywords=intuitive+eating+book&qid=1551375371&s=gateway&sprefix=intuitive+eatig%2Caps%2C222&sr=8-2" target="_blank">Intuitive Eating</a> (ou, a Bíblia da coisa)<br />
- <a href="https://www.amazon.com/Health-At-Every-Size-Surprising/dp/1935618253/ref=sr_1_3?keywords=health+at+every+size&qid=1551375406&s=gateway&sr=8-3" target="_blank">Health at every size</a> (que também passo a vida a ouvir falar)<br />
- <a href="https://www.amazon.co.uk/Body-Positive-Power-learning-yourself/dp/1785041320/ref=sr_1_1?s=books&ie=UTF8&qid=1491813693&sr=1-1&keywords=body+positivity+panda" target="_blank">Body Positive Power</a> que já falei ali acima e é uma óptima introdução no tema, em especial o capítulo dos distúrbios alimentares<br />
- <a href="http://www.laurathomasphd.co.uk/just-eat-it/" target="_blank">Just eat it</a> - aposto que vai ser bom! Vou começar a ler esta semana.<br />
- <a href="https://thefuckitdiet.com/book" target="_blank">F*ck it diet</a> - ainda não saíu mas arrisco dizer que vai merecer a pena<br />
<br />
Obrigada a quem ficou até ao fim, este assunto vai voltar a ser falado de vez em quando no blog, porque gostava mesmo de reflectir sobre isto e perceber como pode funcionar este processo para mim. Ainda tenho um longo caminho a percorrer. Especialmente porque ainda não larguei completamente a ideia de que preciso de emagrecer para me sentir mais bonita e válida, e que há comidas boas e más. Vai ser puxado, eu sei, mas isto vai ao sítio. E contem comigo se quiserem debater mais sobre estes assuntos. </div>
Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-81405290019018635932019-02-26T10:20:00.001+00:002019-09-03T16:06:13.991+01:00Die, diet, die<div style="text-align: center;">
<iframe allow="accelerometer; autoplay; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/24_w_08hNXI" width="560"></iframe>
</div>
<br />
Desde que me tenho como gente que a palavra dieta faz parte do meu vocabulário. Felizmente não (logo) por minha causa, mas pela minha mãe. Vi-a experimentar um pouco de tudo, em constantes dietas, a tomar comprimidos, batidos, a ir a este ou aquele médico, a desistir ao fim de menos de um mês. Este era o comportamento normal. Estar em dieta, estragar a dieta, procurar a próxima dieta. O normal para muita gente.<br />
<br />
Eu, com 14 anos comecei a ficar gordinha. Talvez tenha sido aquela fase de mudança corporal da adolescência, mas lembro-me bem da minha médica me dizer que eu precisava de perder 3 quilos. E a partir daí começou toda uma nova fase da minha vida em que eu percebi que tinha de controlar o que comia para poder sentir-me mais digna. Lembro-me bem de me sentir tremendamente reduzida a nada porque era a gordinha. E lembro-me de pensar que talvez esse fosse o meu passaporte para finalmente ser notada, reconhecida. Não sendo eu uma rainha da popularidade, isto era assim uma coisa com algum destaque na minha vida. E assim foi, desde aí.<br />
<br />
No entanto, nunca me senti muito confortável. Nunca levei muitas dietas a fundo, nunca gostei muito desta coisa da escravidão na comida, até porque a cada dieta, a contenção fazia depois o efeito oposto, e dava por mim a comer mais do que devia, daquilo que não devia comer, a massacrar-me por não ter força de vontade nem controlo sobre a comida. Muitas vezes olhava-me ao espelho e não achava que fosse assim tão gorda, outras, tudo era gordura e celulite. Basicamente um ciclo de tormento e culpa.<br />
<br />
Percebi recentemente que, mesmo numa fase em que me alimentei "melhor", em que fiz dietas e até fiquei bastante tempo num registo dito "saudável", que nunca fui tão magra como gostaria. Aliás, a única vez que fui assim magra, foi precisamente numa fase em que me sentia uma merda, e de facto estava elegante e esguia, mas tinha as omoplatas a sairem das costas, o externo seco, perdi mamas e pasme-se, continuava com perna gordinha, portanto nunca iria ser uma Gisele Bündchen da vida. Não há nada de mal em querer perder algum peso, em querer seguir um estilo de vida saudável, em querer estar bem comigo mesma. Mas não sei se é uma dieta que vai conquistar isto. E chego a uma inevitável conclusão...<br />
<br />
<b>
Eu não quero fazer dieta! </b><br />
Percebi isso depois do Gonçalo nascer, com a amamentação, com as mudanças a que o meu corpo teve de se ajustar. Epá, não me apetece! E assim dei-me permissão para parar de pensar em dieta. Maaaaaaas... neste último ano senti que perdi muito o controlo do que como, e percebi que algo mais está errado. A minha relação com a comida está muito deteriorada. Vejo tudo como comidas boas e más, sinto-me culpada ainda, continuava a ter episódios de comer este mundo e o outro. Portanto, estava na mesma, apenas não estava num plano alimentar, porque a culpa e a vergonha ainda estavam lá.<br />
Pensei em consertar isto tudo com outra dieta, mas para além de não me sentir bem a limitar o que como ainda estou a amamentar e não sinto que o deva fazer, para além de que, tendo de fazer ainda comida à parte para miúdo (por pouco tempo, felizmente, ele já come quase tudo o que comemos), não me ia meter a braços com mais um prato à parte para mim. Mas, acima de tudo, continuava com a estranha sensação que isso não vai funcionar comigo.<br />
<br />
E começou de uma forma muito simples e sem grande intenção, comecei a ler sobre motivação, sobre amor-próprio, porque se queria uma mudança, queria que ela viesse de um lugar de amor e não porque estou em luta comigo mesma. Queria acalmar os meus conflitos primeiro. Aos poucos tenho descoberto, de uma forma muito orgânica pela internet fora, algumas pessoas que falam destes assuntos de uma forma que me faz sentido. Comecei a ler e a informar-me, a acenar lentamente que sim aos artigos cientificamente fundamentados que as dietas não funcionam e que andamos a lixar o nosso sistema há décadas. Se já antes admirava modelos plus-size e outras activistas do positivismo corporal, encontrei pessoas ainda mais activas nas redes sociais, na imprensa, e em blogs, que exploram ainda mais o tema e preconizam uma quebra neste ciclo interminável de ódio e guerra com o próprio corpo, e agora estou plenamente convicta que há outro caminho a seguir. O da aceitação, da permissão, da compaixão.<br />
<br />
Quero aprender sobre alimentação intuitiva, quero saber gostar de mim, quero quebrar o ciclo e sentir paz.<br />
E acreditem, não é fácil, não é um caminho linear, não é acordar e decidir e já está. Também exige trabalho e muito exame de consciência. Mas há algo neste caminho que me entusiasma. Ao contrário da ideia de trabalhar em mais uma dieta, a ideia de pegar em mim e ouvir o meu corpo dá-me ânimo. Não sei ainda se e quando vou conseguir, mas ainda só estou a começar.<br />
<br />
Por aí também lutam muito convosco mesmas? Já pensaram seguir este caminho? Tenho muitos recursos que tenciono partilhar em breve, mas gostava muito que me contassem o que pensam sobre estes assuntos.Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-87229116862942510592019-02-18T12:43:00.002+00:002019-02-21T09:39:36.258+00:00Um brinde a novas rotinas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcQp-BJx8MbJaFa7R8wAgfc4gmj_nhK_EPER04mkreRI-O3yWJTw6g7Rn6F-xBGV5wWw6JtoVD6x3EUQZ1Ik58Dugh3xTtmA_EsE8KBKNB49TfJhWyDt4Z_OiSmc5B4UEFBPOrVGFnoeTm/s1600/IMG_5632.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjcQp-BJx8MbJaFa7R8wAgfc4gmj_nhK_EPER04mkreRI-O3yWJTw6g7Rn6F-xBGV5wWw6JtoVD6x3EUQZ1Ik58Dugh3xTtmA_EsE8KBKNB49TfJhWyDt4Z_OiSmc5B4UEFBPOrVGFnoeTm/s1600/IMG_5632.JPG" /></a></div>
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<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpLvMnNtLMzLZb3c4bK9r4y5a9sCGgXLitKJDZJR5SbviFQCoctswY1F3nVLA3JFt1W19cVQIzgY3htWsn4VyuZPdUGOVFbEv6Lz54HnBNVYTdVMN4wjy38mZAVRqWFRgjSvl3QRIZIB86/s1600/IMG_5635.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1080" data-original-width="1080" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpLvMnNtLMzLZb3c4bK9r4y5a9sCGgXLitKJDZJR5SbviFQCoctswY1F3nVLA3JFt1W19cVQIzgY3htWsn4VyuZPdUGOVFbEv6Lz54HnBNVYTdVMN4wjy38mZAVRqWFRgjSvl3QRIZIB86/s1600/IMG_5635.JPG" /></a></div>
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<span style="color: #444444;">Adoro aquela sensação de quando uma rotina nova se começa a tornar habitual e... rotineira. </span><br />
<span style="color: #444444;">Somos seres capazes de nos adaptarmos a tudo, é um facto. Mas ainda assim nada nos prepara para o que vem na mudança de uma rotina, o que parece fácil pode revelar-se bem mais difícil do que parecia. Mas quando é uma mudança desejada e ponderada, e quando os valores estão ajustados, essa mudança torna-se menos complicada, menos assustadora. Ainda assim, não menos desafiante.</span><br />
<br />
<span style="color: #444444;">Isto para dizer que tenho uma nova rotina na minha vida. Mais uma mudança, mais um desafio. E sinto-me sempre uma imensa sortuda por experimentar um pouco de tudo, por poder explorar tanta coisa nova na minha vida. Que o medo nunca me paralise, que tenha sempre coragem para experimentar e avançar. </span><br />
<span style="color: #444444;"><br /></span>
<span style="color: #444444;">E que as novas rotinas se tornem velhas rotinas com o bom sabor da conquista!</span><br />
<span style="color: #444444;">Uma boa semana, amigos.</span><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<span style="color: #444444;"></span></div>
Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-71632963598116072912019-02-11T15:25:00.000+00:002019-02-18T12:43:58.361+00:00(des)adequação<br />Há dias em que me sinto a querer confundir-me com as paredes e passar completamente despercebida. Não tenho feitio para falar (muito) alto, não gosto de chamar a atenção sobre mim, gosto de ficar caladinha e interferir muito pouco na confusão. <br /><br /> Este foi um um fim-de-semana incrivelmente proveitoso e feliz. Não aconteceu nada de mais, deu para passear um pouco pelo campo, o que já é óptimo, para tratar das lides domésticas, para me sentar a desenhar e ler um pouco (demasiado pouco, mas é melhor do que nada), para cozinhar, para brincar com o miúdo que incrivelmente deu noites com horas mais longas de sono. Foram dias vividos ao sabor das vontades, devagar.<br /><br />Então venho num ritmo calmo, de um espaço que me permitiu respirar um pouco. E a agressividade de uma segunda-feira por vezes fere-me. Já deixei de me lamentar por uma série de coisas. Nos dias que correm eu tento ao máximo encontrar a alegria das pequenas coisas e aproveitar o meu tempo junto aos meus. Mas hoje custa-me esta coisa de me apresentar ao mundo. Custa-me sentir-me tão deslocada e fora de ritmo. Custa-me que a vida me obrigue tantas vezes para eu não ser eu, para marcar passo num ritmo diferente do meu, para me adequar mesmo que não esteja ainda completamente adaptada. <br /><br />Hoje faz um ano que perdi a minha avó, e penso nas gerações de mulheres que me precederam e o quanto me pesa o amor por elas, pelas que me moldaram, pelas que não conheci mas marcaram a minha vida, e pelo legado que poderei vir a deixar, ou não. Magoa-me a velocidade com que a vida passa, magoa-me que não possa nunca apresentar ao Gonçalo aqueles que vieram antes de nós e são os meus pilares da família. <div>
<br /> Então estou assim, desadequada, longe do mundo, entregue ao meu universo.<br />E pisei cocó de cão. Outra vez (sim, na sexta aconteceu o mesmo). <br /><br />Há dias em que a vida é apenas isto.</div>
Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-6190258551399630572019-02-06T15:21:00.001+00:002019-09-03T16:06:03.080+01:00Deixem as mães em paz<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Esta frase não é minha, quem a diz com muita (e necessária) frequência é a <a href="https://www.facebook.com/sersupermaeeumatreta/" target="_blank">Susana</a>, mas tenho de roubar e reforçar a mensagem, porque uma pessoa não pára de levar pressão de fora. E hoje preciso de deixar aqui um desabafo porque esta merda cansa, cansa demais, cansa todos os dias.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>O meu filho não é desculpa para eu não ser pessoa. </b>Na verdade, desde que ele nasceu que eu procuro voltar a ser uma pessoa, singular, sem ser apenas a mãe do Gonçalo. Mas não é fácil, é uma tarefa algo lenta. Especialmente porque, para começo de conversa, temos de perceber quem somos depois do nascimento de um filho. Se já não é descabida a ideia de que um filho recém-nascido ainda é, em todo o caso, um estranho que estamos a começar a conhecer, então e o que será dito de nos (re)conhecermos após termos "mãe" indelevelmente tatuado na alma? Após nos inchar a barriga, as coxas, as ancas, após passar por um parto, por um arrombo enorme no nosso corpo, e depois todo o tumulto hormonal, a loucura de tentar perceber o que se faz aquele ser pequenino que depende inteiramente de nós. Onde ficamos nós?</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Não é fácil, não é imediato, mas ao fim de um tempo, começamos a reconhecer-nos. Um passo de cada vez. E enquanto desvendamos aquela pessoa que estava enterrada em nós, qual relíquia arqueológica, percebemos que mais uma vez teremos de reinventar quem somos, porque para além de tudo o mais que antes éramos, agora somos mães. Nada é exactamente igual. </span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<br />
<h4>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Recentemente li uma frase que resume bem este sentimento que a maternidade nos desperta: "</span><i style="font-family: "Trebuchet MS", sans-serif;">The thing that is most difficult when you are a mother is that it is condemnation for a lifetime. It's never possible to press pause.</i><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">" - Leila Slimani</span></h4>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Usar a palavra "condemnation" parece um pouco brusco, mas por vezes uma pessoa sente-se assim, de facto. Não há forma de aligeirar o fardo, não podemos parar para respirar, temos de seguir em frente sem contemplações nem tempo para decidir se estamos a fazer bem ou mal. A nossa liberdade é sempre condicional a partir daqui.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por isso custa e lixa bem a cabeça a uma pessoa, quando vêm de fora generalizar, dizer que tem de ser assim ou assado, senão o miúdo pode ficar isto ou aquilo, e que devias fazer o que dizem porque assim é que é.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<br />
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><span style="color: #999999;">(respiro fundo e lanço um suave "foda-se" mental)</span></span></div>
<div style="text-align: center;">
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Este discurso não é ok.</b></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Se eu pudesse, jantava fora todas as semanas, tomava o pequeno-almoço com calma na cozinha, maquilhava-me todos os dias (em que me apetece) e não só os que até consigo encaixar o tempo, viajava sem puto sempre que a carteira permite, fazia fins-de-semana românticos com o meu parceiro. Era lindo, mas não é realista. Porque eu tenho um ser humano com vontades próprias e sonos instáveis que não me permitem estar confortável numa série de situações. Ainda.</span><br />
<br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Por isso irrita-me até à medula que achem que uso o meu filho como desculpa para nem sempre conseguir fazer coisas. Pessoal, eu já era uma cortes antes de ser mãe, eu sou introvertida, um serão ideal para mim será sempre sofá e uma manta com livros ou Netflix (e vinho já agora). Eu fantasio com uma passagem de ano sozinha. Esta sou eu, sempre fui, e não é um filho que muda.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">O meu filho não é desculpa, quando eu quero, eu vou, eu participo, mas sim, tem limites. Ele ainda é um bebé. Eu ainda amamento e sim, isso condiciona muito a minha vida, mas é uma escolha minha que deve ser respeitada e aceite. E não vou nunca aceitar que me tentem fazer sentir mal porque não consigo fazer as coisas como antigamente. Não quero viver em função dele, mas há que aceitar que ainda não consigo estar completamente solta. Cada bebé tem o seu timing, cada mãe tem o seu alcance, cada família a sua forma de gestão. Temos de nos ir adaptando aos poucos e os outros têm mais é de comer e calar. Nisto sou muito peremptória.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Virem de fora criticar ou generalizar é algo que cada vez mais é inadmissível. Eu não o faço com ninguém, é muito fácil aproveitar estes momentos de fragilidade para opinar, difícil é respirar, parar, e aceitar que a outra pessoa apenas quer ser ouvida, não julgada.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">E era engraçado que estes comentários não viessem de outras mães e pais, que sabem o que é que a casa gasta.</span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Enfim, precisava de mandar isto cá para fora. Peço desculpa estar ausente tanto tempo para vir aqui fazer um <i>rant</i>, mas precisava de exorcizar a coisa.</span>Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-69982300150782479772019-02-06T12:07:00.000+00:002019-02-18T12:44:13.155+00:00Suspiro...<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBeVmogQeY7HmJCgy2uGGsX6VPQA_usfKX86Wx98Exd8tYlkOes67kABdH0TRcoh4pbfHbw4-HbBsAMa1bBtf9-uZULjoK_xtIwZSx83eZOye8DD9w39XezYSAUAUGkmTnNNcy3cTwHgJs/s1600/b99d4621ab0b4a3f47ddf11de3675ba4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="720" data-original-width="540" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBeVmogQeY7HmJCgy2uGGsX6VPQA_usfKX86Wx98Exd8tYlkOes67kABdH0TRcoh4pbfHbw4-HbBsAMa1bBtf9-uZULjoK_xtIwZSx83eZOye8DD9w39XezYSAUAUGkmTnNNcy3cTwHgJs/s1600/b99d4621ab0b4a3f47ddf11de3675ba4.jpg" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Não sei de onde veio esta imagem, mas apareceu-me hoje no Pinterest e não resisto em partilhar. Se eu tivesse um espaço assim acho que nunca saía de casa, desta sala. Era tão feliz se tivesse uma biblioteca. Vá, trocava aquela poltrona por uma mais confortável e moderna e talvez pintasse as estantes de branco também. Não fosse eu ter um filho a relembrar que tenho de fazer comida, e dar banhos e lavar roupa e ninguém me punha a vista em cima, só a pilha de livros que tenho para ler.Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-41322341403102360302019-01-09T11:28:00.000+00:002019-09-03T16:10:46.010+01:00Sobre a palavra para 2019 e o que quero para o novo ano<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;">Confesso que ando com formigueiro desde o final de 2018, com vontade de fazer de 2019 um ano de actividade e produtividade. Depois de 2 anos de abrandamento e reclusão, em que parei com tudo o que era supérfluo e foquei-me na família e em casa, apetece-me começar a sair da casca e experimentar novamente coisas fora da minha zona de conforto.</span><br />
<div>
<span style="font-size: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Claro que entretanto apetece-me fazer tudo, mas ando a tentar reconhecer o que quero fazer e onde me focar para não desperdiçar energia nem voltar a procurar coisas que não têm a ver comigo (a ver se o ESSENCIAL não ficou apenas em 2018). No entanto é difícil de domar um entusiasmo parvo que por vezes me preenche.
Uma coisa que percebo sobre mim, ainda me acontece tanta vez sentir-me a inundar de entusiasmo e paixão pela vida e pelas possibilidades de criar algo novo. Não precisa ser exclusivamente no início de um novo ano, claro. E gosto genuinamente desta característica em mim, quando vejo que consigo repescar aquela energia da criança e adolescente, que se deslumbra e encontra magia no mundo. Sem grandes ingenuidades, sei o que custa a vida e que as coisas boas exigem trabalho. Mas bolas, ainda bem que isto me sai naturalmente, não gostaria de fazer um esforço para ser optimista. </span></span><br />
<span style="font-size: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;">Portanto, com esta vontade toda a abrir o ano, a palavra teria de significar movimento e atrevimento, mas ainda assim, saber quando abrandar e onde agitar as energias. Assim sendo e sem mais demoras, a palavra para 2019 é (Tcham tcham tcham tchaaaaammmm…) <b>OUSAR</b> (em inglês é tão mais dramático – DARE). Gosto do significado, ousar a sair da casca, a criar, a viver a vida que quero, a descobrir mais sobre mim, a errar. Simplesmente abrir-me para o mundo e avançar, com medos ou sem eles, em pleno. Porque há tanta coisa que fica pela metade ou pela vontade. </span></span><br />
<span style="font-size: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: " trebuchet ms" , sans-serif;">Este ano, pela primeira vez, escolhi também palavras complementares, lembretes das áreas que quero focar esta palavra, ou se for preciso, abrigar-me dela (porque não vou estar em máximos sempre e também terei de ousar a descansar de vez em quando, sim, com direito a deixar a criança na escola e voltar para a casa suja para dormir ou bezerrar no sofá, se precisar). Por isso, CASA, CRESCIMENTO e CRIATIVIDADE também me acompanharão este ano.
Parece-vos bem? Acham que dou conta do recado? Nunca pensei em mim como uma pessoa ousada, nem é exactamente esse o objectivo, quero garantir que consigo dar os passos para mudar as coisas e viver experiências de vida mais significativas para mim. A ver vamos se foi uma boa escolha. </span></span><br />
<span style="font-size: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Posto isto, o que quero eu fazer em 2019? </b></span></span><br />
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;">Como sabem (ou acho eu que sabem), eu fico-me pela palavra e não faço resoluções. No entanto há coisas que eu quero implementar aos poucos para 2019, que eu sei que quero trabalhar porque sinto essa vontade. Portanto há aqui 3 pontos que estão a ser tratados já já: </span><br />
<span style="font-size: normal;"><b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
</b><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>O fim das dietas</b>. No ano passado comecei a seguir contas de instagram do movimento Body Positive e os conceitos de alimentação intuitiva (na verdade já tinha ouvido falar disto há muitos anos, mas nunca aprofundei), sigo e leio profissionais da área que defendem estas premissas, ouço podcasts, leio livros sobre o tema. A verdade é que já não faço uma dieta desde que engravidei, escudei-me com a amamentação para não pensar nisso, mas há sempre uma voz cá dentro que não se cala de que eu devia fazer dieta e isto e aquilo. E cheguei à conclusão que preciso de mudar o paradigma. Deixar de me sentir incapaz ou pouco válida porque não tenho menos 10 quilos, a culpabilizar-me. Então ando a tentar encontrar o meu caminho aqui no meio. Não é fácil perceber como pode tudo funcionar, mas não quero mais ficar refém de dietas. Um dia escrevo sobre isto. </span></span><br />
<span style="font-size: normal;"><span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif;"><b>Sustentabilidade</b>. Sempre estive relativamente atenta às questões ecológicas e éticas, há muitos anos que fecho a torneira quando lavo os dentes, tomo banhos curtos, reduzo e reutilizo ao máximo o plástico antes de o reciclar. Mas ainda é pouco. Ando passo a passo, mas com alguma consistência a implementar algumas mudanças. Já comecei a usar apenas maquilhagem vegan e sem testes em animais, voltámos ao sabonete sólido lá em casa (ainda só para banhos, e só para os adultos, mas já é um passo), quero começar a usar champô sólido e o copo menstrual, uso cotonetes biodegradáveis (são de papel e ainda não são a solução ideal, mas lá chegaremos) e vou começar a usar produtos mais naturais ou feitos em casa para algumas necessidades (por exemplo, um esfoliante, pode sempre ser caseiro, gasta-se menos em embalagens e não polui tanto também). Quero estabelecer mais refeições vegetarianas em casa.
Estou longe de estar a adoptar medidas perfeitas, mas uma vez que não vivo sozinha e não é fácil implementar mudanças radicais, vamos continuando a dar pequenos passos, na esperança que isto fique e se torne cada vez mais o nosso estilo de vida. </span></span><br />
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;"> <b>Alimentar a criatividade</b>. Não é segredo que eu gostaria de abranger muito mais o que faço e começar a dar passos na ilustração e alimentar o meu portfolio e o bichinho criativo. Nunca tive um espirito empreendedor para me lançar num negócio próprio, e nem sei se esta é a melhor altura para tentar (ou se eu até quero) tal coisa. No entanto, mesmo não me atirando a pés juntos, gostava muito mesmo de apostar mais fortemente nesta vertente e que o meu blog reflectisse precisamente isso (afinal, o objectivo dele era mesmo este, mas algures pelo caminho tornou-se também o meu diário pessoal). Portanto quero desenhar mais, desenvolver competências na ilustração digital, produzir trabalho mais criativo que me desafie, escrever mais, enfim. Para já, comecei a fazer um desenho por dia (quem me segue no <a href="https://www.instagram.com/p/BsGQ6MPHTTv/?utm_source=ig_share_sheet&igshid=x64058rv152t" title="">instagram</a> já viu) no caderno da <a href="http://www.lifestorieslab.com/" title="">lifestories</a> (já não fazia isto há anos, na altura deixei o desafio a meio, desta vez quero levá-lo ao fim), mas não quero ficar por aqui. Vamos devagarinho a ver no que é que dá. Tenho ideias em processo mas ainda não prometo nada que isto está complicado para os compromissos. </span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;"> E este post já vai longo, aplaudo a paciência de quem me lê até ao fim.</span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;"> Será boa altura para perguntar… vocês gostam de ler estes posts compridos? Têm paciência para as minhas viagens na maionese? Ou gostavam de coisas mais curtas e grossas, mais sentido de humor e palavrões…? Os desenhos parecem-vos bem ou não vos dizem nada(mas aí confesso que mesmo que não gostem muito acho que vão levar com eles na mesma, ando no mood de partilhar)? </span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;"><br /></span></div>
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<span style="font-family: "trebuchet ms" , sans-serif; font-size: normal;">Enfim, respondam se quiserem, e se vos apetecer, caso tenham uma palavra do ano, uma resolução, intenção, para dois mil e dezanove, partilhem também nos comentários, adoro saber o que se passa por esses lados.
Obrigada e um bom ano!</span></div>
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Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-7114945362295834298.post-33383909117283841982019-01-04T12:23:00.001+00:002019-02-18T12:46:46.603+00:0059“59 anos. Estou tão velha. E gorda. Ainda ontem tinha a tua idade e dizia que estava velha.”<br /><br />Eu consigo ouvir-te ainda. Queixavas-te que estavas velha sempre que fazias anos. Posso imaginar toda a nossa conversa ao telefone. Não ias querer pensar em celebrar, mas aceitavas o carinho que tivéssemos para te dar. Iriamos jantar. Talvez lá em casa para poderes gozar o teu neto como deve ser e ele poder dormir cedo como gosta (e acordar meia hora depois porque não gosta de dormir sozinho). Ias abrir presentes, atrapalhada, e sorrias o teu sorriso. <br /><br />Até acho que sei o que gostaria de te oferecer hoje. A biografia da Michelle Obama, porque sei que ela é o teu tipo de mulher e ias adorá-la. Também sei de séries, filmes e músicas que queria ter partilhado contigo, e acredito que ias adorar algumas delas.<br /><br />Às vezes imagino como serias nos dias que correm. Terias facebook e um smartphone? Faríamos videochamadas nas férias e teríamos trocado milhões de mensagens no whatsapp quando estava sozinha no hospital e o Gonçalo na incubadora. Precisei tanto de falar contigo, mas acho que ias chorar mais do que eu, se bem que te armarias em forte para mim. <br /><br />Virias visitar-me todos os dias como o pai e dar uma mãozinha a organizar o fim do meu dia? Encherias o Gonçalo de beijinhos e já lhe terias inventado mil alcunhas tontas, estou certa. <br /><br />Explicavas-me as coisas que eu não soube entender e que agora já percebo. Partilharíamos experiências e acalmarias o meu coração quando perco a paciência, ou a razão, ou o juízo. Ias adorar o Vítor porque ele tem qualidades que valorizas muito. Sei que ele te faria rir como me faz a mim. Aposto que o Gonçalo iria gostar do teu colo e dar-me-ia mais descanso. <br />Aposto que a família seria tão mais unida se cá estivesses.<br />Faríamos o Natal lá em casa e eu ia ajudar-te a cozinhar. <br /><br />Provavelmente serias mais gordinha. Mas eu ia desafiar-te para caminharmos no paredão e apresentava-te os conceitos de positivismo corporal e alimentação intuitiva que estou a adorar explorar e obrigava-te a desistir das dietas e apresentava-te tostas de abacate com ovo escalfado e manteiga de amendoim com banana. <br /><br />Aposto que tu e a Mariana dariam muitas turras, porque ela é teimosa como tu. Acho que ias rebentar de orgulho dela, porque ela é forte como tu.<br /><br />Já há tanto tempo que estás longe, este é um exercício que normalmente recuso, porque parece que já não faz sentido e só serve para me magoar. És o maior “e se” da minha vida.Mas ainda és o meu refúgio, o meu farol, o meu peso e medida. As tuas palavras ainda me pautam as reacções, os teus valores são os meus. Mas hoje apeteceu-me navegar neste mar hipotético. Hoje é o teu dia. O mundo ficou tão mais rico quando apareceste. E sentimos todos a tua falta. Hoje e sempre.<br /><br />Parabéns, mãe.Analog Girlhttp://www.blogger.com/profile/09283303835245558854noreply@blogger.com4