domingo, 9 de fevereiro de 2014

Hook, Peter Pan and me


Este fim-de-semana revi o Hook, na tv, e este é sempre aquele filme que nunca me cansarei de ver. Creio que foi o Nuno Markl que disse uma vez que o Spielberg sabia fazer filmes para miúdos como ninguém, sabia criar o ambiente e a história de maneira a envolver-nos numa aventura ímpar. Foi assim com o ET, com os Goonies, com o Indiana Jones, ele sabia de facto captar a atenção dos miúdos com histórias que nos faziam sonhar. Um dos meus filmes preferidos de todos os tempos ainda é o Hook, que também é dos filmes de aventura mais emblemáticos do Spielberg, e não sei bem explicar, toca-me sempre. Se há personagem literária que me fascina, é o Peter Pan, já li o livro várias vezes e parece que descubro sempre algo novo. 
Aliás, foi este filme que me deu vontade de ler o livro e explorar mais o mundo criado por James Barrie. Gosto da premissa, um Peter Pan que afinal decidiu crescer e acabou por esquecer a Terra do Nunca e todo o seu passado. Gosto da ideia de um Peter Pan mais maduro e que quisesse afinal saber o que é essa coisa de ser adulto, e que também quisesse ter crianças suas para perpetuar a sua visão do mundo e da vida. Afinal, acho que todos percebemos mais tarde ou mais cedo que não podemos mesmo regressar à nossa infância, e a magia que antes fazia parte do nosso mundo se transformou em sensatez e lógica. Ver este filme faz-me relembrar o que é acreditar verdadeiramente em magia. Durante algum tempo na minha infância, eu olhava pela janela à noite e imaginava se tudo fosse verdade. E se conseguíssemos voar até à 2ª estrela à direita? E se existissem sereias e piratas e índios e meninos perdidos? E se eu pudesse lá ir? E apesar de eu ser mais parecida com a Wendy, sempre demasiado preocupada e responsável como uma adulta, também, como a Wendy, permitia-me perder-me nessa irrealidade e ser criança outra vez. E é isso que este filme faz por mim. Quando o vejo, o Peter Pan não é o único a regressar à Terra do Nunca.

3 comentários:

alva quase transparente disse...

TRUE...mas sou das que acredita que é bom manter algo da nossa criança cá dentro. O espírito alimenta-se do acreditar que move as crianças e as nossas convicções mais puras estão intimamente ligadas a essa condição. That's how I see it.
De vez em quando dou-lhe ouvidos, não na "infantilidade" mas na defesa do que acredito, por mais ingénuo que pareça...devolve-me energia e crença nos humanos...esperança talvez...ilusão quem sabe.

Vou rever o filme..despertaste o meu interesse :)

Analog Girl disse...

Alva, eu estou contigo. Mas admito, o meu dia-a-dia dos últimos meses faz-me por vezes esquecer onde anda a minha criança interior. Às vezes é preciso um esforço grande da minha parte para me recordar daquela perspectiva que tinha do mundo e da vida. Antes não era bem assim.
Daí estar tão contente por rever este filme e lembrar-me. Tem sempre este efeito em mim e eu agradeço ao Spielberg muitas vezes (acontece muito ao rever filmes dele). Se calhar escrevia-lhe um fan mail... :)

alva quase transparente disse...

why not? o que faria a analog kid?

:)