sexta-feira, 1 de março de 2013

Vida saudável (ou tenta-se)


Claro que este título vindo de uma chocoólica é um bocado tonto, mas é verdade, quero mesmo apostar numa vida mais saudável. Ao ultrapassar a barreira dos 30 (e por muito orgulho que eu tenha na minha idade), tenho tentado ter mais cuidado com a minha saúde. Para já, como mega-stressada e ansiosa que sou, tenho de praticar exercício físico obrigatoriamente, pratico yoga regularmente, e reduzi consideravelmente o consumo de alcóol e café. Depois, e com alguma meiguice porque cada vez que vou ao médico há sempre qualquer coisita a apontar, ando a fazer os check-ups todos que me ocorrem e mais alguns. Agora ando a tentar tornar a meditação num hábito mais frequente e constante. Por fim, preciso de perder peso, ou pelo menos de começar a adoptar hábitos alimentares mais saudáveis. 
É aí que entra a Kris Carr e este livro que chegou ontem no correio.
Quando o postei esta foto no meu instagram gerou alguns comentários divertidos, porque o título do livro assim o sugere. Mas como comentei a um amigo meu, um livro é mais do que o título. O que me levou a comprar este livro, é que não é bem um livro de dieta, pelo menos não naquele sentido de perder peso. A autora descobriu em 2003 que tinha cancro no fígado, já na fase IV, que basicamente é a última. A sorte é que era um cancro de evolução lenta, e esse tempo que ela sabia que tinha, usou-o na busca de alternativas às terapias agressivas da medicina tradicional (até porque esta não lhe prometia nada). Então, nesse processo que durou cerca de 4 anos, a Kris resolveu documentar os tratamentos, as experiências alimentares, as terapias alternativas, os momentos de fraqueza, e os percursos de outras mulheres que também lutavam e ganhavam o cancro. O documentário é simples e talvez não seja nenhuma obra de arte, mas mostra o lado humano e as vivências desta lutadora, que tentou de tudo para que o corpo se equilibrasse e para que o cancro permanecesse sob controlo. No meio disto tudo, conheceu o seu marido, um cameraman conhecido de uns amigos que ela inicialmente contratou para ajudar a realizar o documentário, fez novas amigas, aprendeu mais sobre o seu corpo do que muitos de nós alguma vez conseguiremos aprender, enriqueceu a sua vida e aprendeu a viver em colaboração com uma doença mortal. No final, Kris diz-nos algo como "não posso dizer que o cancro foi uma prenda, porque nunca to ofereceria, mas não há dúvida que foi catártico na minha vida". Isto parece-me provavelmente a maneira mais optimista de viver. Hoje Kris convive com a sua doença em relativa paz, o documentário gerou buzz, que gerou compradores, que gerou um negócio rentável, e ainda tem a possibilidade de partilhar toda uma filosofia de vida com o mundo. Não consegui resistir a comprar este livro. E já ando a "cheirar" o outro, que é inteirinho de receitas. 
Quem não gosta de uma boa história de sobrevivência? Quem não prefere ouvir uma pessoa comum a explicar o que aprendeu com o próprio corpo do que médicos a debitarem lugares-comuns? Acredito que a maneira como nos alimentamos pode fazer a diferença na nossa saúde e bem-estar, e por isso, não que vá abdicar completamente dos chocolates ou da carne, ou de comida cozinhada (sim, há toda uma parte do documentário em que ela faz uma limpeza em que apenas se alimenta de comida crua), mas adorava experimentar o estilo da moça.
Até porque a acho uma pessoa super inspiradora, que merece a pena conhecer. 

2 comentários:

Rachelet disse...

Felizmente, a minha esquisitice faz-me afastar da maioria das coisas que são consideradas pouco saudáveis: não gosto de café, gorduras, molhos, fartei-me um bocado de carne e não sou a maior fã de fritos (uma vez por outra, num restaurante, sim, mas em casa nem por isso), bolos com natas, chantilly e cremes também não são a minha onda e álcool só bebo socialmente (1 ou 2x por mês).

Como entendo que a vida é só uma e é curta, não quero privar-me das poucas coisas que de facto gosto de comer (bolo de chocolate! biscoitos! gnocchi!), por isso, ando no ginásio.
Era coisa que abominava e já tinha tentado antes, sem sucesso, mas agora que tenho um plano de treino, tenho muito mais autonomia e é tão bom ver-me evoluir nas coisas que, em Junho, quando comecei, achava que ia morrer a fazer (tipo correr, que odeio, mas já não fico com dor de burro).

Analog Girl disse...

Ok, estás bem, mais à frente do que eu no que toca à comida. No ginásio já começo a ficar meio viciadinha, adoro as aulas de grupo e ainda vou aturando as máquinas, mas o que noto que faz mais diferença no meu corpo é mesmo o yoga... eu creio que preciso de mudar a cassete sobre a comida. Passo bem sem café, sem álcool, sem fritos, e até a carne também vou reduzindo aos poucos. Agora os doces... hoje tive de me controlar para não abrir uma lata de leite condensado e comê-la às colheres. Consegui, mas amanhã não garanto... :P