sábado, 20 de maio de 2017

Bliss

Começo a ver o tempo a passar e em breve vai tudo mudar. Já tenho mil listas para fazer e coisas por organizar para a chegada do pequeno ser, e o tempo a apertar. Questiono se conseguirei fazer tudo a que me proponho, mas acredito que estarei focada e cheia de vontade de fazer tudo o que quero fazer (ajudava se eu só quisesse lavar roupa e colocar lençóis no berço, mas não, quero pintar a cama de grades e quero fazer almofadas, sou uma pessoa louca com demasiadas ideias e pouco tempo).

Mas antes, e como não tenho hipótese de ter férias normais este ano, vou fazer uma pausa de verdade (as do sofá não contam) e aproveitar este fim-de-semana para subir um pouco até o Norte e descansar verdadeiramente perto da Natureza, namorar, apanhar sol e piscina (caso o tempo o permita) para esquecer que peso quase tanto como um hipopótamo bebé, fotografar e ler... ou simplesmente babar num canto, não interessa. Depois disto vai ser o Deus-nos-acuda, por isso desejem-me dias pacíficos e que o miúdo não se lembre de nascer pelo caminho.
Vou andar mais pelo instagram nestes dias. Acompanhem-me por lá e até ao meu regresso!

quinta-feira, 18 de maio de 2017

6 coisinhas...

(imagem do maravilhoso Unsplash)

Enquanto aguardo por tempos mais frutuosos para voltar a uma escrita mais regular (talvez quando entrar de baixa - naqueles dias, espero, pacíficos, antes da criança nascer, imediatamente antes de eu voltar a não conseguir postar nada outra vez...), gosto só de parar um pouco por cá, arejar os caracteres, dizer nada de especial. Talvez os posts curtos até façam sentido por uns tempos...
Por aqui vive-se intensamente cada emoção, culpo as hormonas dos meus males, carrego em mim todas as dores de alma e não só. A gravidez não me deu sintomas estranhos ou fora do normal, apenas crises emocionais complexas que são parecidas com as que já tinha antes, mas exponencialmente maiores, algo como um SPM fora de controlo.

É engraçado que no estado caótico em que as coisas se encontram nesta altura do campeonato, vou encontrando alguns fios perdidos, e vou dando algum sentido a tanta coisa. 

E nestes momentos, encontro algumas conclusões em jeito de lições de vida que preciso de ter perto de mim, mas que talvez também vos sejam úteis ou façam sentido e por isso quero partilhá-las...

1- Preocupa-te menos em agradar
Nunca podes agradar a todos, e por vezes, nem a ti própria, por isso, nada como não levar as coisas demasiado a sério e descontrair um pouco

2- Relaxa... não podes controlar tudo a toda a hora
Dispensa explicações, não?

3- Dá tempo ao tempo
A paciência nunca foi uma virtude minha, mas tenho mesmo de aprender a cultivá-la. A aceitar que as coisas levam o seu tempo, que não são imediatas. Este pode ser um dos grandes motivos pelos quais eu não consigo cumprir dietas e afins. Não estou para esperar.

4- Não percas de vista o que é importante
É normal ser apanhada no turbilhão de emoções, tarefas, e tantas outras complexidades e distrações da vida. Mas de vez em quando há que perceber porque fazemos o que fazemos, onde queremos ir, com quem queremos estar... Perceber onde estamos e se estamos a fazer o nosso caminho.

5- Se tudo parar, o mundo continua a girar. 
Podes fazer umas pausas, a vida na terra não desaparece por isso.

6- Escreve o que sentes, o que te vai na alma, escreve parvoíces e acontecimentos banais do dia, o que pensas, o que te apetece. Escreve porque te faz bem.
Ultimamente os meus diários têm sido alimentados com mais frequência e adoro poder reflectir um pouco mais, poder recriar os meus pensamentos, limpar a cabeça nas palavras. Gostava era que fosse um exercício diário, mas pronto, é um work in progress.

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Telegrama

Encontro-me bem. STOP. Demasiado trabalho para respirar. STOP. Muita inspiração e vontade de postar. STOP. A barriga está gigante, irra! STOP. A programação normal segue em breve. STOP. E novidades também! STOP.
Obrigada pela paciência malta. :)

quarta-feira, 12 de abril de 2017

My greatest music crush...


Ouvia o Mama’s Gun da Erykah Badu a caminho da faculdade com 19, 20 anos. Inicialmente, a musicalidade e as passagens entre músicas eram o que mais me atraía. Lembro-me que ouvia como um agradável ruído de fundo que me embalava o caminho e me fazia sentir inevitavelmente cool e na vanguarda dos gostos musicais semi alternativos do R&B e Soul. Claro que foi a minha amiga Sara quem me emprestou o álbum pela primeira vez, ela deu-me sempre a conhecer coisas fantásticas e sempre teve um gosto impecável.

Lembro-me perfeitamente da primeira vez que percebi que estava a reter as músicas quando dei por mim na fila do bar da faculdade a cantar o “kiss me on my neck” e percebi que precisava de ir para o carro e procurar a música em questão e ouvi-la com outra atenção. Nessa altura o álbum rolava inteiro sem preferências por uma outra faixa e nem sequer retinha os nomes das músicas. A partir daí comecei a prestar mais atenção. Lia as letras, retinha mensagens, identificava-me. Ouvia-o uma e outra vez e enraizou-se em mim

Naquela altura, solteira e descomprometida, sentia que aquela música dizia tudo sobre quem quer procurar o amor e a cumplicidade. Ainda hoje, ao adormecer com a respiração do meu amor no meu pescoço penso sempre na letra “…and kiss me on my neck, and breathe on my neck…” e sinto que as coisas estão bem.

Este álbum fala-me directamente ao meu íntimo, parece que foi feito para mim e em muitos aspectos definiu-me os meus primeiros anos como adulta e acompanhou-me desde sempre. Foi de lá que, apesar de estar mal escrito, retirei o meu nickname que me acompanha nos blogs desde 2005… “when incense burns, smoke unfurls, analogue girl in a digital world”. Esta frase ainda hoje resume muito de quem sou. 

A Erykah conhece-me melhor que eu própria. 

Este álbum envelheceu muito bem, continua com uma sonoridade impecável, algumas das músicas já são clássicos, outras parecem-me ainda mais brilhantes do que antes. Adoro como este álbum me acompanha há tanto tempo e ainda assim me faz sentir que me ensina algo. É tão raro isto. 

Quando me sinto mais distante, desligada, perdida, ouvi-lo do início ao fim é um regresso a mim mesma, é encontrar equilíbrio novamente. Todo ele vibra em mim. “Oh baby… we need to smile…

Sinto-me uma sortuda por ter esta relação com o álbum, por muito parvo que isto soe. Alguém tem também um amor incontornável por um álbum como eu? Ou é só de mim e eu sou estranha?