Ora como tinha dito há uns tempos, apaixonei-me por toda a bela arte de fazer um bom diário/diário gráfico, e deixei vários exemplos inspiradores que me levaram a querer muito enveredar por esta actividade. Então resolvi encomendar os cadernos simples da Moleskine, com a qualidade que já nos habituou e são "descomprometidos" o suficiente para uma pessoa não ter medo das páginas brancas nem de sujar ou escrever disparates.
Quando os encomendei pensei que eram o formato A5, mas enganei-me redondamente, como podem ver.
Foi a primeira trapalhada. Fiz por não me sentir afectada e evitei correr para a papelaria mais próxima para comprar os cadernos do tamanho indicado. É que gosto de ter páginas maiorzitas para me mexer, mas decidi que se calhar não era um mau primeiro passo para testar a brincadeira de recomeçar a escrever e desenhar livremente. Talvez estes fossem ainda mais descomprometidos do que os cadernos A5. E então resolvi por uma ideia em prática que estava já a magicar quando os encomendei... Decorar as capas à minha maneira. Andava cheia de vontade de criar capas personalizadas e tinha algum material novo que me apetecia muito testar. Tinta dourada, glitter dourado (quase em pó), e tinta transparente. Faltava-me fita-cola que não estragasse o papel, mas como tinha esta fita de papel em casa achei que não iria fazer muito mal. E então comecei a brincadeira...
(o padrão em zig-zag que andava na minha cabeça há uma semana)
(a cor dourada, a combinar lindamente com a cor do papel craft da capa - já não usava tinta acrílica há anos e adorei repescar velhas experiências)
(tinta transparente com salpicos dourados)
(os dois cadernos, com as tintas aplicadas à espera de secar)
Depois de secar é que a porca torce o rabo. No primeiro caderno (o do zig-zag), a fita-cola saiu bem, rasgando apenas pequenas partes do papel, ainda assim fiquei tão frustrada que peguei em tinta branca e tentei emendar o aspecto manhoso com que ficou. Não é a oitava maravilha, mas a ideia era ficar com um aspecto leve e bem acabado e a parte branca ficou... vá, texturada...
O segundo caderno é que foi complicado, eram riscas, era tão simples, mas aquilo ficou colado de tal maneira que me rasgou o papel todo, incluindo os efeitos dourados que pretendia. Mas não é que, depois do estrago feito, resolvi usar a tal tinta transparente para unifomizar ao máximo a textura, e no final até ficou ainda mais giro do que eu imaginava?
(o primeiro, com o zig-zag a branco, com a textura do rasgão muito óbvia)
(o segundo, a surpresa do dia, acabou por ficar com um aspecto muito mais interessante se as riscas tivessem saído perfeitas... fiquei rendida)
E assim (re)começo a aventura do diário gráfico, esperando que me leve as ideias a bom porto. E toda esta história reforça aquele pensamento que me ocorre tantas vezes quando fico frustrada por querer atingir a perfeição: o erro faz parte da vida, faz parte da aprendizagem, todo aquele que agora é perito, já foi antes um amador. E a verdade é que a perfeição também se pode tornar aborrecida. Errar às vezes pode ser das melhores coisas que fazemos. Quanto ao terceiro caderno... ainda não decidi como o quero decorar. Vou esperar um pouco por novas inspirações.
12 comentários:
Que bom ver-te a fazer coisas! Erra para aí à vontade, porque as imperfeições costumam ser as partes mais interessantes ;)
Andava doida para receber os cadernos para começar a brincar... :) Daí o uso da fita cola sem saber se ia ser fatal ou não. Correu bem. Agora é rabiscar os cadernos até à exaustão. :)
Oh pá tu tens jeito para essas coisas! Gostei tanto!
Gostei muito das tuas transformações :) Agora são mesmo os TEUS diários :)
Como ando em mudanças e arrumações, há dias encontrei os meus diários gráficos do secundário... Foi uma viagem engraçada :)
Obrigada, mas como disse, parte foi obra do acaso, e muitas das ideias surgiram na hora (especialmente as do segundo caderno). Ando há meses a devorar DIYs pela net fora, andava doida de fazer algo meu, e a intenção inicial era mesmo criar o meu próprio passo-a-passo. O objectivo saiu furado mas adorei o resultado. :)
Obrigada! :)
De facto, mesmo com os rasgões pelo meio a coisa fez-se (acho que a antiga eu teria feito birra e diria que não queria mais, mas acho que já começo a desligar-me do perfeccionismo - finalmente), e fiquei mesmo contente com o resultado.
Imagino essa viagem por antigos diários gráficos. Também já não vejo os meus há anos, deve estar uma coisa engraçada, deve...
gosto muito! no inicio do ano também comprei uns cadernos e agendas da moleskine mas aborreceu-me ver sempre o preto e resolvi encapá-los com tecidos. na altura por acaso deitei umas calças de tecido e umas camisolas de seda para o lixo e fiz umas colagens, acho que lhe chamam scrapbook ou qqr assim.
Has-de experimentar :)**
Obrigada Karma! :) Não há nada como personalizar as nossa coisas. :)
Também gostava de experimentar com tecidos, mas ainda não sei bem que técnicas usar.
Pelo que conheço do scrapbooking há toda uma panóplia de materiais e de possibilidades que se podem fazer. Aquilo é um mundo, mas confesso que não sei se é bem o que mais gosto, às vezes parece-me um pouco exuberante demais(já vi alguns exemplos em que o próprio livro e decoração são mais importantes que as fotos e coisas que se querem guardar), mas nunca se sabe, talvez um dia experimente, dentro do meu estilo. ;)
Ficaram tão giros! :)
Obrigada Mary! :)
Sem dúvida, nada como umas pequenas imperfeições para ficar tudo mais interessante. Um deles já anda colado a mim (embora ainda não o use como gostava). ;)
Há anos que uso Moleskine para tudo e mais alguma coisa... mesmo pequenos, tenho a certeza que vão ser perfeitos! ;)
Adorei as transformações também!
Boas aventuras com os cadernos!
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